Melhor Revenda: os carros com a menor desvalorização do Brasil em 2024

Em sua quinta edição, o Prêmio Melhor Revenda é referência em apontar os modelos menos desvalorizados do mercado, para ajudar o leitor a fazer o melhor negócio quando for trocar ou comprar um veículo.

Fruto de uma parceria entre QUATRO RODAS e a Kelley Blue Book (KBB), empresa especializada na avaliação e pesquisa de preços de veículos, o Melhor Revenda premia os automóveis e comerciais leves com menor desvalorização no período de 12 meses.

Para o resultado, os especialistas da KBB registraram os preços iniciais de cada versão dos modelos vendidos zero-km em janeiro de 2023 (excluindo versões eletrificadas, que têm cotações próprias) que, agora, foram comparados com o Preço de Troca KBB, em janeiro de 2024. Esse índice da empresa calcula os valores médios das negociações do veículo particular para um lojista. Assim, chega-se aos índices de desvalorização que você conhecerá nas próximas páginas.

Quem pode participar?

Para serem elegíveis ao Prêmio Melhor Revenda, os modelos de automóveis e comerciais leves precisavam custar, em janeiro de 2023, menos de R$ 750.000. Os mesmos modelos deveriam permanecer à venda como zero-km em janeiro de 2024. São excluídos da premiação modelos que foram lançados, tiveram troca de gerações ou passaram por reestilizações ou mudanças marcantes durante o período considerado.

Categorias com dois ou menos representantes também são excluídas, mas, em acordo entre QUATRO RODAS e KBB, para o Melhor Revenda 2024 houve duas exceções: as categorias Elétrico Supera-cesso e Hatch Subcompacto de Acesso, pela relevância dos segmentos e dos modelos ao mercado. Ao todo, foram 115 modelos elegíveis entre as categorias válidas.

Dança das cadeiras

Por conta das regras, alguns modelos importantes de 2024 não puderam participar da premiação, como a Ford Ranger e a leva de modelos eletrificados lançados no último ano, incluindo os chineses de BYD e GWM.

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Mesmo assim, os eletrificados aumentaram sua participação e, por isso, ganharam mais espaço no prêmio com novas divisões para híbridos e elétricos, adequando-os de acordo com seus posicionamentos no mercado – incluindo furgões elétricos, até então dominados pela Stellantis.

Foi possível notar ainda o encolhimento ou sumiço de alguns segmentos, como o de sedãs compactos de acesso, sedãs médios e hatches premium, além de um aumento na desvalorização em todas as categorias contra os números de 2023. A desvalorização média do mercado passou de 15,7% para 29,8%. Por outro lado, modelos que ficaram de fora no ano passado reaparecem agora. Entre os estreantes estão Honda HR-V, Jeep Compass, VW Polo, Nissan Frontier, Citroën C3 e Fiat Fastback.

Confira os carros com a menor desvalorização do Brasil em 2024:

Hatch subcompacto de acesso: Fiat Mobi – 27,8%

Além de disputarem o posto de carro mais barato do Brasil, Fiat Mobi e Renault Kwid agora também se alternam como a Melhor Revenda dos subcompactos – categoria que só reúne os dois modelos. Se em 2023 o Kwid venceu por uma depreciação 0,2% menor, em 2024 foi a vez do Mobi, único carro com motor 1.0 de quatro cilindros do país levar o título.

Hatch compacto de acesso: Citroën C3 – 27,1%

Em sua estreia como candidato ao Melhor Revenda, o Citroën C3 já se consagra como o campeão de sua categoria, tomando o posto do parente Fiat Argo, vencedor em 2023. O compacto foi lançado em 2022 com uma vasta gama de versões e motores 1.0 e 1.6. Pesa a favor do modelo sua pequena variação de preços desde o lançamento.

Hatch compacto de referência: Volkswagen Polo – 19,4%

A estratégia de reposicionar o Polo deu certo. Apesar de sofrer baixas em mecânica e equipamentos, o modelo atualizado reduziu os preços e incluiu a versão Track na conta. Assim, suas vendas cresceram mais de 1.200% de 2022 para 2023, afetando direta e positivamente sua imagem no mercado. O City Hatch estreia no prêmio já na vice-liderança.

Sedã compacto de referência: Honda City – 18,6%

Com mecânica robusta, espaço generoso e equipamentos de segurança (ADAS) acima da média na categoria, o Honda City não apenas leva o prêmio em seu segmento como também é o modelo com menor desvalorização em toda a pesquisa deste ano. O sedã ganhou novas versões de entrada em janeiro, mas que ainda não foram consideradas por aqui.

Sedã premium: BMW Série 3 – 20,5%

Carro premium mais vendido do Brasil em 2023, o BMW Série 3 se beneficia não apenas do volume de vendas, mas também da produção nacional. O sedã é produzido em Araquari (SC) e está alinhado ao europeu. Também pesa a favor a categoria esvaziada, já que seus rivais diretos passam a figurar entre os híbridos. O 320i nacional é puramente a combustão.

SUV compacto de acesso: Volkswagen Nivus – 25,3%

O Volkswagen Nivus conquista o tricampeonato no Melhor Revenda, e com folga diante dos demais competidores na categoria. Mais moderno e bem equipado entre os concorrentes, o SUV cupê carrega para o mercado outros bons atributos como o amplo espaço no porta-malas e o elogiado motor TSI. Ele mantém duas versões e pode ser reestilizado este ano.

SUV compacto de referência: Honda HR-V – 19%

Ausente da premiação no ano passado por ter sido lançado fora do prazo estipulado nas regras, o Honda HR-V estreia já como campeão e com a segunda menor desvalorização entre todos os modelos desta edição. Com motores robustos e econômicos, o SUV também vai bem pelo espaço interno acima da média da categoria, comparável ao de SUVs médios.

SUV compacto premium: Audi Q3 – 20,4%

Bicampeão na categoria, o Audi Q3 ganha pontos por ser montado nacionalmente em sistema SKD, mais especificamente em São José dos Pinhais (Paraná). Ele é oferecido em três versões diferentes, sendo uma na carroceria comum e duas na cupê, que ficaram mais equipadas com o passar do tempo e o fim da crise de componentes. A mecânica é a mesma para todos.

SUV médio: Toyota Corolla Cross – 29%

A boa reputação da Toyota no mercado de novos e usados garante mais uma vitória ao Corolla Cross em sua categoria, mesmo que o SUV esteja sem mudanças significativas desde o seu lançamento no Brasil, em 2021. A mecânica sem relatos de problemas, ao contrário do Compass, e a oferta de versões híbridas, também colaboram para a vitória do modelo.

SUV médio premium: BMW X4 – 26,8%

O BMW X4 segue como o carro mais potente feito no Brasil e líder da sua categoria no Melhor Revenda, conquistando o tricampeonato. Feito em Araquari (SC), ao lado de Série 3, X1 e X3, o modelo tem até 387 cv na versão mais cara. No segmento, a Mercedes-Benz segue como vice, mas agora com o GLC, e a JLR se mantém em terceiro, com o Range Rover Evoque.

SUV grande: Caoa Chery Tiggo 8 – 33,9%

O Caoa Chery Tiggo 8 toma a liderança do Mitsubishi Pajero (que passa a terceiro colocado), apesar dos descontos promovidos em 2023, o que pode prejudicar o mercado de usados. Por outro lado, ele ganhou, no final de 2022, a atual e única versão Max Drive, que adiciona pacote de ADAS, como frenagem automática de emergência, ACC e alerta de saída de faixa.

Híbrido de acesso: Kia Sportage – 20,5%

De terceiro lugar dos SUVs médios em 2023, o Kia Sportage passa a campeão entre os híbridos de acesso, à frente dos Toyota Corolla e Corolla Cross – e com uma vantagem significativa para os japoneses. Apesar de seu conjunto mecânico ser diferente: ele tem um híbrido leve, com sistema elétrico de 48 volts, menos eficiente que nos Toyota.

Híbrido de referência: BMW X3 – 25,6%

No segundo ano desta categoria, o campeão se repete: o BMW X3 é o híbrido de referência com Melhor Revenda de 2024. Do tipo plug-in, que necessita de recargas em redes elétricas, ele combina um motor a gasolina e um elétrico, com 292 cv totais. Em terceiro lugar, a BYD faz sua estreia no ranking do Melhor Revenda com o SUV híbrido plug-in Song Plus.

Híbrido premium: Audi A5 – 22,7%

Em uma das categorias mais concorridas deste ano, a Audi faz uma dobradinha em primeiro e terceiro lugares, com A5 e A4, respectivamente. Ambos os sedãs têm motorização híbrida leve, combinando um motor 2.0 turbo a gasolina e um sistema elétrico primário de 12 volts, o mais simples e barato deste tipo. São 204 cv de potência e 32,6 kgfm de torque.

Elétrico de superacesso: Renault Kwid E-Tech – 33,3%

Primeiro degrau dos elétricos no Brasil, a nova categoria de Superacesso tem, por enquanto, dois concorrentes – o que foge às regras da premiação. Dada a importância do segmento, que em 2025 terá vários outros participantes, foi aberta uma exceção. Com isso, o Kwid E-Tech leva o prêmio por ter uma rede mais robusta, além de maior espaço interno e quatro portas.

Elétrico de acesso: Peugeot e-208 GT – 23,8%

Alguns fatores contribuem para que o Peugeot e-208 GT, configuração elétrica do hatch, faça sua estreia já com título de campeão: design atraente, acabamento caprichado, boa lista de itens tecnológicos e uma autonomia superior à dos concorrentes. O Mini tem bom conjunto, mas pouco alcance e duas portas. Já o Leaf perde por ser um projeto já defasado.

Elétrico de referência: Volvo XC40 – 31,8%

Todos os oponentes deste segmento ficaram muito próximos na depreciação, mas a Volvo levou a dobradinha dos lugares mais altos. Na liderança, o XC40 (que passará a se chamar EX40 em breve) se beneficia por já ter sido o elétrico mais vendido no país (posto tomado pelo BYD Dolphin) e por ter ganhado versões mais baratas com motor único.

Elétrico premium: Jaguar I-Pace – 30,8%

No topo do mercado de elétricos, o Jaguar I-Pace surpreende à frente. Parte da primeira leva de elétricos, o modelo teve menor depreciação que os concorrentes mais modernos, como BMW iX e Porsche Taycan. Ele é equipado com motores que somam 400 cv e pode ir de 0 a 100 km/h, segundo a Jaguar, em 4,8 segundos. Sua autonomia é de 362 km, no ciclo do Inmetro.

Picape compacta ou leve: Volkswagen Saveiro – 26%

Carro mais vendido do Brasil há três anos seguidos, a Fiat Strada perdeu a liderança do Melhor Revenda para a Saveiro. A principal justificativa pode ser dada pelos menores preços e pela menor variação deles, já que a Saveiro não varia mecânica e tem poucas versões. A picape passou recentemente por uma leve reestilização, ainda não considerada no prêmio.

Picape média ou diesel: Chevrolet S10 – 35,2%

Prestes a ganhar uma profunda reestilização, a picape da GM se despede do modelo atual vencendo o Melhor Revenda em sua categoria. O volume de vendas aliado aos preços pouco menores que o das rivais pode ajudar entre os usados. Bom lembrar que o mercado de carros a diesel tem passado por quedas abruptas e pode causar mudanças de resultados anteriores.

Van comercial: Iveco Daily Minibus – 26,5%

Furgão comercial: Ford Transit – 28,4%

Bicampeão, o Ford Transit se destaca no segmento pela variedade de configurações e pelos preços atraentes frente aos concorrentes. Os serviços de modificações e de conectividade oferecidos pela Ford Pro (dedicada aos veículos comerciais) também se destacam. O modelo ganhou, recentemente, uma versão elétrica – inelegível para o prêmio deste ano.

Furgão comercial elétrico: Peugeot e-Expert – 28,7%

O trio da Stellantis reina sozinho no segmento de furgões comerciais elétricos, até que o Transit elétrico esteja elegível para o Melhor Revenda. Entre a tríade, porém, quem leva a melhor é o Peugeot e-Expert, com uma considerável diferença para os “primos quase idênticos”, que compartilham o motor de 136 cv, emprestado pelo hatch e-208 GT.

Números e curiosidades sobre o Melhor Revenda 2024

O placar das marcas com melhores resultados:

DESVALORIZAÇÃO MÉDIA DO MERCADO: -29,8%

Médias de desvalorização das categorias: