A Volkswagen sempre foi conhecida pela dirigibilidade de seus modelos: direção precisa, freios comunicativos e respostas imediatas dos comandos sempre estiveram entre suas virtudes. E não foi diferente com a picape Amarok desde a sua primeira fase, lançada em 2010.
Esqueça o rodar saltitante e barulhento dos utilitários: o conforto e a dirigibilidade da picape feita na Argentina são compatíveis com um bom automóvel de passeio.
Projetada e produzida pela VW, ela se destacou pela suavidade e silêncio do motor diesel 2.0 biturbo, com 163 cv e torque de 40,8 mkgf – que mais tarde seria um dos protagonistas do escândalo de manipulação de resultados de emissões de poluentes no mundo inteiro. O câmbio era sempre manual de seis marchas.
Outro destaque é a tração 4×4 permanente 4Motion, que trabalha de acordo com as condições de aderência – o motorista nunca precisa acionar a tração 4×4.
Estreou só na versão Highline, trazia airbag duplo, freios ABS com EBD (distribuição eletrônica de frenagem), BAS (sistema de assistência dos freios), RBS (controle de filme de água nos discos) e um ajuste específico para off-road. Havia ainda controle de tração, rodas aro 18 polegadas, bancos de couro e ar digital bizona.
As versões mais simples vieram logo depois: a Trendline perdeu o ar digital e o couro e recebeu rodas aro 17, mas manteve trio elétrico, piloto automático e som com CD/MP3, Bluetooth e USB.
A maior crítica era a falta do câmbio automático, que veio em 2012 na versão mais cara, Highline: a caixa de oito marchas veio com o motor retrabalhado para entregar 180 cv e 42,8 mkgf.
Restrita a frotistas, a Amarok SE é identificada pelas rodas de 16 polegadas e ausência de cromados. Abaixo, está a versão S, com rodas de aço, para–choques pretos e motor com apenas um turbo, de 122 cv (140 cv a partir de 2013). Fuja da rara versão 4×2, que tem baixíssima procura.
Todas as versões voltadas para frotistas também são extremamente desvalorizadas. As Amarok Trendline dos primeiros anos, porém, chegam a valer mais que as Highline.
Além da leve reestilização na linha 2017, a Amarok ganhou uma nova versão topo de linha chamada Extreme.
Mesmo assim, a picape ainda tem muito a evoluir na opinião dos donos: todos os entrevistados mencionaram problemas mecânicos que minaram sua confiabilidade.
Por isso, não é raro ver a Amarok anunciada por valores abaixo da tabela: a maioria se cansou de brigar com a rede autorizada VW, quase sempre incapaz de solucionar as avarias. Isso, inclusive, abriu espaço para mecânicos que se especializaram na picape.
O motor 2.0 biturbo deixou de ser oferecido no Brasil no início de 2022. Mas sua participação nas vendas já havia ficado muito limitada desde o lançamento das versões com motor V6 3.0 turbodiesel de 225 cv, em 2018. Hoje este motor entrega até 257 cv.
Principais defeitos da Volkswagen Amarok
Correia dentada – Não é raro a correia romper por excesso de poeira, o que levou a VW a criar o EDK (Engine Dust Kit) para evitar a contaminação da peça. Na dúvida, peça a um mecânico que cheque a peça.
Válvula EGR – Responsável por recircular os gases de escapamento, essa válvula apresenta vazamento da água do radiador. O problema foi abordado pela seção Autodefesa e só costuma ser solucionado com a troca ou supressão do componente.
Filtro de partículas – O filtro DPF retém partículas de fuligem resultantes da queima do diesel. Com o passar do tempo, ele fica saturado, impedindo o bom funcionamento do motor. A regeneração do filtro de partículas deve ser feita na rede autorizada ou em oficinas com maquinário apropriado.
Freio ABS – Luz acesa no painel em geral indica falhas nos sensores de rotação das rodas, o que tambem afeta o ESP. É preciso substituir os sensores, reprogramar o sistema e apagar os códigos de avarias.
Recalls – Há três deles: um para reparar possível fissura na linha de combustível, outro para problemas de fixação das pinças de freio dianteiras e um terceiro, que envolve o deflagrador do airbag e o pré-tensionador do cinto – que aumentam o risco de lesões em caso de acidente.
A voz do dono
Nome: José Guilherme Valente Bohns Filho
Idade: 39 anos
Profissão: comerciante
Cidade: Pelotas (RS)
O que eu adoro
“De todas as picapes médias, é a melhor em tecnologia, conforto e dirigibilidade: a impressão é a de estarmos em um Jetta, tamanha a suavidade do motor e da transmissão automática.”
O que eu odeio
“A confiabilidade mecânica não existe: nem parece VW. É impossível viajar por 1.000 km em boas estradas sem receio de falha mecânica. Uma picape cara, mas que só transmite segurança para ir ao shopping.”
Nós dissemos
Dezembro de 2012 – “Morro abaixo, é a que transmite a maior sensação de segurança, graças ao HDC, um assistente eletrônico que evita que o carro embale e dispensa o uso do freio, situação que quase sempre leva à perda de controle. Na hora de subir, no entanto, a situação se inverte e a Amarok foi a que mais sofreu para cumprir a prova.”
Preço médio das VW Amarok 2.0 usadas (KBB)
Modelo | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 |
S 4×2 | 89.550 | 89.500 | 84.330 | 108.330 | – | – | – | – | – | – | – | – |
S 4×4 | 93.220 | 84.330 | 83.220 | 102.000 | 112.000 | 119.330 | 128.330 | 133.220 | – | – | – | – |
SE 4×4 | 95.000 | 103.020 | 92.330 | 122.000 | 126.000 | 130.220 | 134.300 | 137.339 | 151.200 | 169.920 | – | – |
Trendline 4×4 | 101.000 | 112.330 | 114.330 | 121.000 | 123.000 | – | – | – | – | – | – | – |
Trendline 4×4 aut. | – | – | – | 127.220 | 133.220 | 143.000 | 153.220 | 155.000 | – | – | – | – |
Comfortline 4×4 AT | – | – | – | – | – | – | – | – | 175.000 | 196.200 | 235.000 | 251.000 |
Highline 4×4 | 97.000 | 105.000 | 104.000 | 116.355 | 126.000 | 135.780 | – | – | – | – | – | – |
Highline 4×4 aut. | – | – | 108.339 | 125.000 | 132.000 | 141.272 | 165.000 | 183.000 | 197.600 | 219.200 | 268.900 | 275.000 |
Preço das peças
Original | Paralelo | |
Para-choque (dianteiro) | 4.391 | 1.300 |
Farol (cada um) | 1.024 | 700 |
Pastilhas de freio (par diant.) | 591 | 195 |
Discos de freio (par diant.) | 620 | 580 |
Amortecedores | 2.258 | 1.500 |
Embreagem | 1.962 | 1.200 |
Pense também em uma…
Toyota Hilux (7ª geração):
De 2005 a 2015, foi a primeira picape de vocação urbana. Quem faz questão do diesel deve levar a versão SR (3.0 de 163 cv). Câmbio automático de quatro marchas só na SRV, com 4×4 de série. Ainda há a gasolina (2009) e a flex (2012). Seu forte é robustez, baixa manutenção e o pós-venda da Toyota.