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Teste: Audi RS e-tron GT tem alta carga de esportividade e personalidade

Mais rápido e potente do que o R8, o superesportivo elétrico nasceu para as pistas sem deixar luxo, tecnologia e personalidade de lado

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
25 out 2021, 00h31
Audi RS ETRON
Bonito e imponente, o modelo foge das ousadias visuais de outros elétricos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Chegamos à era em que o superesportivo mais potente e rápido da Audi não é um R8 e tampouco é movido por grandes motores V8 ou V10, mas sim por um conjunto totalmente elétrico. Esse é o RS e-tron GT, modelo mais poderoso já produzido pela marca e que chega ao Brasil para disputar espaço com o também enérgico Porsche Taycan.

Apesar do posto, ele não é o mais caro da linha por aqui e sai por R$ 999.999 – mais de meio milhão de reais a menos do que um R8.

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O RS e-tron GT é o tipo de carro que todos os antielétricos deveriam ter a oportunidade de guiar em uma pista, isso porque o desempenho e a dirigibilidade do modelo despertam emoções que nos fazem esquecer do silêncio a bordo (quebrado apenas pelo barulho dos pneus e de um interessante ruído virtual).

Audi RS ETRON
Na traseira, belas e grandes lanternas com leds (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Suas acelerações são vertiginosas e fazem os ocupantes grudarem no banco e arregalarem os olhos, especialmente pela entrega instantânea dos 84,6 kgfm de torque vindos dos dois motores, um para cada eixo. Junto dos 646 cv máximos com overboost, ele foi de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos em nossos testes.

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O tempo é maior do que os 2,9 segundos do Taycan Turbo S, que é mais potente, mas menor do que os 3,5 do R8, que leva um motor V10 5.2 de 610 cv. As rápidas retomadas de velocidade também refletem a “pancada” de se ter todo o torque despejado de uma só vez: ele leva apenas 1,3 segundo para ir de 40 a 80 km/h e 1,7 para passar dos 60 aos 100 km/h. Nesse quesito há um empate técnico com o Taycan.

Na pista, seu habitat natural, o superesportivo elétrico mostra uma dinâmica ainda mais afiada frente aos “irmãos” a combustão.

AUDI RS ETRON
Segundo a Audi, o RS e-tron GT pode ir de 0 a 80% de carga em 23 minutos; a bela lateral deixa evidente sua vocação esportiva (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A direção é precisa, a suspensão a ar e adaptativa tem ajuste bastante firme (que pode incomodar nas ruas pela rigidez e altura em relação ao solo), o centro de gravidade é baixo pela acomodação das baterias no assoalho, o coeficiente aerodinâmico (0,24) é o melhor entre todos os esportivos da Audi, e o eixo traseiro dinâmico esterça em até 2,8 graus de acordo com a velocidade.

A tração integral tem funcionamento elétrico, prometendo ser até cinco vezes mais rápida, e foca em eficiência na tração dianteira. Tudo isso permite que o RS e-tron GT seja extremamente divertido, contornando as curvas com precisão e retomando as acelerações sem dar sinal algum de uma possível escapada.

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AUDI RS ETRON
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para boas acelerações também são necessários bons freios. Nesse caso, a disco com uma camada de carboneto de tungstênio, que promete melhor desempenho, durabilidade até 30% maior e nada de sujeira nas rodas de 21 polegadas. Tanto equilíbrio mecânico e tecnológico faz com que ele divirta sem assustar, mesmo sendo levado ao limite.

A bateria de 93,4 kWh do RS e-tron GT tem 396 células divididas em 33 módulos, pesa 630 kg e tem garantia de oito anos. Para uma recarga completa, segundo a Audi, são 8h30min em carregador CA de até 11 kW. Em CC, de até 270 kW, são cerca de 23 minutos para chegar aos 80%. A autonomia declarada é de 472 km.

AUDI RS ETRON
Quadro de instrumentos digital é personalizável, assim como a central multimídia, e o câmbio tem acionamento por botão (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Porém, além da esportividade, o modelo ainda faz muito bonito com altas cargas de tecnologia, luxo e exclusividade. A lista de itens de série do RS e-tron GT inclui faróis de LEDs matriciais com laser, sistema de som Bang&Olufsen 3D, piloto automático adaptativo, sistema de estacionamento semiautônomo, ar-condicionado de três zonas, bancos dianteiros com aquecimento e ventilação e quadro de instrumentos digital. São seis pacotes opcionais, que vão de itens visuais de fibra de carbono (R$ 77.000) ao sistema de visão noturna (R$ 21.000).

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O teto padrão é panorâmico de vidro, mas também opcionalmente é possível ter um teto de carbono – mais rígido e leve. Para garantir que cada cliente possa ter um carro único, a Audi oferece mais de 1,4 milhão de combinações com possíveis variações entre cores da carroceria, da grade, dos retrovisores e das pinças de freios, modelos de rodas e acabamentos internos.

AUDI RS ETRON
Interior: luxuoso, tecnológico e bem esportivo ao mesmo tempo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Por falar no interior do elétrico, tudo é impecável. Por onde se olha e se toca há materiais de excelente qualidade, com bons encaixes e texturas refinadas. Bancos, volante e portas podem ter revestimento de couro ou Alcantara, com costuras contrastantes.

Os bancos têm formato esportivo, com grandes abas de sustentação lateral e o volante oferece ótima empunhadura. Para deixar o habitáculo ainda mais atraente, um sistema de iluminação ambiente com filetes de LEDs oferecem até 30 opções diferentes de cores.

AUDI RS ETRON
Bancos têm formato esportivo e podem ser revestidos de couro ou Alcantara (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Quem vai atrás talvez sinta um pouco de claustrofobia, já que o banco traseiro é bem baixo para compensar a altura do teto e não deixar que a cabeça dos ocupantes fique raspando.

Além disso, o espaço para as pernas é apenas suficiente e só dois ocupantes terão conforto, já que há um túnel central e alto, o console com saídas de ar-condicionado é bem pronunciado e assento e encosto centrais são praticamente um convite para que ninguém se sente ali.

Para levar as bagagens, o Audi RS e-tron GT possui dois porta-malas: um dianteiro, com 85 litros, e um traseiro, com 350 litros de capacidade. São bons espaços para um carro que dificilmente será usado em longas viagens em solo brasileiro.

AUDI RS ETRON
Espaço traseiro é apenas suficiente para as pernas e os assentos são baixos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Se na condução e nos atributos técnicos e tecnológicos o RS já mostra a que veio, no desenho da carroceria ele deixa sua personalidade ainda mais evidente, principalmente porque foge das estranhezas e ousadias visuais ainda comuns aos carros elétricos.

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A dianteira é baixa e marcada pelo aplique central que simula a grade e pelas aberturas laterais, que enviam ar para o resfriamento dos freios. Na traseira quem rouba a cena são as lanternas, que vão de um lado a outro e têm as extremidades mais volumosas. A iluminação de led é um show à parte, com uma “dança” de luzes quando é acesa ou apagada. Mesmo com tanta originalidade, no entanto, o RS e-tron GT não nega que é um legítimo Audi.

Audi RS ETRON
Há dois porta-malas: um dianteiro, com 85 litros, e um traseiro, com 350 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Veredicto

Além de provar que não é apenas “o Taycan da Audi”, o RS e-tron GT mostra até onde os elétricos podem chegar.

Ficha Técnica – Audi RS e-tron GT

Motor: dois (diant. e tras.) elétrico síncrono permanente, 646 cv (com overboost), 84,6 kgfm
Baterias: íons de lítio, 270 kW, 93 kWh, recarga de 8h30 horas (CA) e 29 minutos (CC)
Câmbio: automatizado, 2 marchas (no motor traseiro), 4×4

Direção: elétrica
Suspensão: duplo A (diant.), múltiplos braços (tras.)
Freios: disco ventilado com revestimento de carboneto de tungstênio
Pneus: 265/35 R21 (diant.), 305/30 R21 (tras.)
Dimensões: compr., 498,9 cm; larg., 215,8 cm; alt., 141,3 cm; entre-eixos, 289,8 cm; porta-malas, 85 l (diant.), 350 l (tras.)

Teste Audi RS E-Tron GT

Aceleração
0 a 100 km/h: 3,3 s
0 a 1.000 m: 20,5 – 249,6 km/h

Velocidade máxima: 250 km/h (dado de fábrica)

Retomadas
D 40 a 80 km/h: 1,3 s
D 60 a 100 km/h: 1,7 s
D 80 a 120 km/h: 2,1 s

Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 13/22,8/51,9 m

Consumo
Urbano: 4,3 km/kWh
Rodoviário: 4,1 km/kWh

Ruído interno
Neutro/rpm máx.: 41,9/-dBA
80/120 km/h: 61,9/65/9 dBA

Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: –
Volante: 2,5 voltas

Seu Bolso
Preço básico: R$ 999.990
Garantia: 4 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 36 °C; umid. relat., 28%; press., 1.013 kPa

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A edição 750 de QUATRO RODAS já está nas bancas! (Arte/Quatro Rodas)
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