Q6 e-tron revive a Audi e é o melhor carro elétrico já feito pela marca

Em meados de 2023, QUATRO RODAS foi até as Ilhas Faroé, um arquipélago próximo à Islândia e cuja população de ovelhas é maior do que a de pessoas, para andar no inédito Audi Q6 e-tron, o primeiro modelo de uma nova geração da marca.

Na época, o SUV ainda era um protótipo em fase de testes, mas agora, cerca de um ano e meio depois, o Q6 e-tron está chegando ao Brasil em sua forma final. Por aqui, a novidade estreia em duas versões: Performance, ao preço de R$ 559.990, e Performance Black, vendida por R$ 599.990.

As inovações do Q6 e-tron em relação aos demais Audi comercializados até então começam na aparência. Ele é o primeiro SUV da marca com faróis divididos em dois pares, cuja iluminação principal (em leds matriciais) fica nas peças inferiores, estas quase que camufladas no para-choque.

As peças superiores, que têm mais destaque, abrigam as funções de indicação de direção e luzes diurnas (ou assinatura noturna), mas com um diferencial: são 61 segmentos de leds que permitem a escolha da assinatura luminosa entre oito opções possíveis. Basta o motorista selecionar na central multimídia o desenho que mais agrada, a qualquer momento.

Já a traseira não foge do que já era visto nos modelos anteriores e tem lanternas que se interligam. Em outros mercados, as lanternas também possuem diferentes opções de desenhos para as luzes. No Brasil, isso fica restrito aos faróis.

De lado, o SUV tem visual limpo e elegante, e destaca um forte vinco que nasce nas portas traseiras. Assim como os detalhes em preto brilhante, as rodas de 21” são exclusivas da versão Performance Black (mostrada aqui) e têm pneus 255/45 na dianteira e 285/40 na traseira.

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A maior ruptura estética está na cabine, que inaugura um conjunto curvo de telas com bordas arredondadas. A tela do quadro de instrumentos, com alto nível de personalização, mede 11,9”, a central multimídia tem 14,5” e conexões sem fio para Android Auto e Apple CarPlay. Há ainda uma terceira tela dedicada ao passageiro, com 10,9” e que abriga praticamente as mesmas funções da central multimídia, exceto as plataformas Apple e Android.

Mas os visores informativos não terminaram: há um head-up display (projeções feitas no vidro dianteiro em um ângulo que apenas o motorista pode ver) com realidade aumentada. Quando há um carro à frente muito próximo, por exemplo, setas vermelhas animadas parecem sair dele, em sinal de alerta.

No caso de uso do GPS nativo, o caminho é indicado pela projeção, que cria setas nas direções para as quais o motorista precisa seguir. As setas parecem estar flutuando na rua, tamanha é a realidade da projeção. Por fim, as luzes ambiente estão em pontos indiretos e na base do para-brisa, com possibilidade de combinações de cores e alertas.

Ainda em relação ao estilo, o SUV tem saídas de ar discretas e seus comandos de faróis foram deslocados para a porta do motorista, junto às funções de retrovisores – é comum apertar um destes botões quando a intenção é abrir ou fechar os vidros, cujos comandos estão bem próximos. Entre os equipamentos, conte também com sistema de som Bang & Olufsen 3D de 16 alto-falantes e 705 Watts de potência, bancos dianteiros elétricos com memória e aquecimento, câmeras 360^o, pacote ADAS completo e lavador de faróis.

O Q6 também tem muito espaço. Passageiros vão com folga no banco traseiro, onde o assoalho é plano. Há uma zona exclusiva de ar-condicionado, aquecimento para os bancos das extremidades e duas portas USB. O porta-malas tem 526 l e tampa com abertura e fechamento elétricos, além dos 64 litros extras no compartimento dianteiro, debaixo do capô.

Quanto à mecânica, não há variações e ela é formada por dois motores elétricos (um em cada eixo, resultando em tração integral), que somam 387 cv e 54,5 kgfm. Esses números foram suficientes para levar o SUV de 2.470 kg de 0 a 100 km/h em apenas 5,7 s. Esse tempo, porém, é feito no modo mais esportivo do modelo, o Dynamic. Ele tem ainda os modos Efficiency, Comfort, Individual e Off-Road Plus.

A bateria tem 100 kWh e capacidade de recarga a até 270 kW, potência alta para os padrões brasileiros. Segundo a Audi, nesta condição o Q6 e-tron leva 21 minutos para ter uma carga de 10 a 80%. Em um wallbox de 11 kW, o tempo de recarga completa é de 10h, tempo bom para a potência e que só é possível graças à nova plataforma PPE com arquitetura de 800 volts, a mesma do Porsche Macan elétrico.

Outra vantagem da nova plataforma é o gerenciamento da energia que, mesmo com bom desempenho, ainda surpreende na autonomia. Em nossos testes, ele tem alcance projetado de 575 km, bem mais do que os 411 km divulgados junto ao Inmetro.

Na condução, o Q6 e-tron mostra–se prazeroso para dirigir e não aparenta seu tamanho e peso, com acelerações rápidas e vigorosas. A direção é direta e tem uma vocação esportiva que também aparece na suspensão, mais rígida do que se espera para um SUV de luxo familiar.

Mesmo com pancadas mais contundentes em irregularidades na cidade, não chega a causar desconforto. Por outro lado, ajuda na estabilidade em altas velocidades ou curvas, onde o SUV parece estar colado ao chão, sem nenhum sinal de balanço da carroceria.

O Q6 e-tron faz jus a um modelo que inaugura uma nova geração da marca e a traz de volta ao jogo, especialmente frente à BMW. É o Audi que se esperava há anos e que, agora, torna o restante da linha obsoleto.

Veredicto Quatro Rodas

O Q6 e-tron tem espaço, tecnologia, visual moderno e equilibra bem a autonomia e o desempenho. E sem exagerar no preço.

Ficha Técnica – Audi Q6 e-tron

Motor: elétricos (dois), 387 cv, 54,5 kgfm
Bateria: íons de lítio; 100 kWh; autonomia, 575 km (QR)/ 411 km (Inmetro); capac. máx. de recarga, 270 kW
Câmbio: aut., 1 marcha, tração int.
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: a disco
Pneus: 255/45 R21 (diant.), 285/40 R21 (tras.)
Dimensões: compr., 477,1 cm; larg., 219,3 cm; alt., 168,5 cm; entre-eixos, 288,9 cm; porta-malas, 526 l e 64 l (diant.); peso, 2.470 kg

Teste Quatro Rodas – Audi Q6 e-tron

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 35,5 °C; umid. relat., 32%; press., 763 mmHg. Realizado no ZF Campo de Provas

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