Primeiro Great Wall no Brasil é SUV híbrido que roda 200 km sem gasolina
Haval H6 está prestes a iniciar testes no Brasil e será vendido nas versões híbrida e híbrida plug-in
Um SUV médio com mecânica híbrida plug-in é o primeiro carro da Great Wall Motors com lançamento no Brasil confirmado. Trata-se do Haval H6 em sua versão PHEV que nem sequer foi apresentado ainda, mas já tem uma unidade no Brasil para testes.
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O Haval H6 teve sua primeira geração lançada em 2011 e hoje é líder do segmento de SUVs médios na China e é vendido em mais de 60 outros mercados. A apresentação da versão híbrida plug-in aconteceria nas próximas semanas no Salão de Pequim, mas o evento foi adiado, a princípio, para junho.
Os trabalhos para testes no Brasil está tão alinhado com a China, que um flagra divulgado esta semana pelo site Auto Sohu mostra um Haval H6 PHEV sem camuflagem e outra unidade com a mesma camuflagem da unidade que está no Brasil.
Até 200 km sem gastar gasolina
O Haval H6 será oferecido no Brasil com duas opções de motorização: híbrida plug-in (PHEV) e híbrida convencional (HEV), que têm muito em comum.
O Haval H6 híbrido combina o motor 1.5 turbo com injeção direta de alta pressão (350 bar), turbo de geometria variável e que trabalha em ciclo Miller para entregar 156 cv com um elétrico de 177 cv. O resultado é uma potência máxima de 243 cv e 54 kgfm de torque, gerenciados por um câmbio de dupla embreagem e sete marchas.
A versão híbrida plug-in, porém, se destaca por ter um conjunto de baterias maior e que podem ser recarregadas em tomadas ou carregadores. Nele, o mesmo motor 1.5 Turbo também trabalha em conjunto com um motor elétrico extra no eixo traseiro, o que eleva a potência aos 326 cv mas mantém o torque em 54 kgfm.
Este conjunto mais potente é o chamado 1.5T+DHT130+P4, e que tem a disposição o um pacote de baterias maior, ampliado de 1,2 kWh para 41 kWh. Essa bateria é maior que a de muitos carros elétricos grande o suficiente para que um SUV rode mais de 200 km (ciclo NEDC) sem precisar gastar uma gota de gasolina.
Ainda é possível repor 80% da carga em 45 minutos conectado a um carregador rápido. A eficiência térmica com esse conjunto salta para os 50% e permite fazer longas viagens sem que o motorista precise se preocupar com a autonomia. Se a bateria estiver acabando, o motor a gasolina entra em ação e cumpre sua função.
Os plug-in preservam um câmbio de duas marchas para o motor a gasolina, sendo que a marcha mais curta é usada em retomadas. A atuação dos motores elétricos na dianteira e na traseira é controlada eletronicamente: podem trabalhar juntos as acelerações ou na neve, ou alternar a distribuição de força no off-road.
Há oito modos de funcionamento (quatro elétricos e quatro híbridos), que permitem desde um modo elétrico eficiente, ou o uso de todos os motores na aceleração ou mesmo que o motor a gasolina não impulsione o veículo, passando a operar como mero gerador.
Visual (quase) exclusivo
O Haval H6 tem 4,65 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,73 m de altura e 2,73 m de entre-eixos, é o porte de um VW Tiguan ou Toyota RAV4. Mas as versões PHEV e HEV têm grade dianteira exclusiva, com aletas que avançam sobre as laterais do para-choque, remetem mesmo é ao novo Peugeot 3008.
Não bastasse a mecânica distinta, a versão híbrida plug-in do H6 terá estilo próprio, que já havia sido antecipado no Salão de Bancoc, em janeiro. Faróis e para-choque frontal aproveitam alguns elementos do Haval Supreme+ vendido na China.
Lateral e traseira não têm grandes mudanças, exceto pelo logotipo “H6 PHEV” na traseira. Os carros de exportação ainda terão um logotipo “GWM” no canto inferior direito, enquanto a submarca Haval ficará em destaque no centro da tampa traseira.
A cabine segue o design das versões a combustão e híbridas, com quadro de instrumentos digital de 10,25 polegadas e central multimídia de 12,3 polegadas. Quase tudo, inclusive as funções elétricas do SUV médio, é controlado pelas telas. Há apenas uma fileira de botões físicos e um seletor giratório no console que pode ser o seletor de marcha.
Próximos passos no Brasil
De acordo com a Great Wall, o carro que está no Brasil é apenas o primeiro de vários protótipos que serão importado da China. Sua missão é, justamente, para iniciar a programação de testes para orientar a nacionalização do projeto global do H6 especificamente para as necessidades do mercado local.
Entre as mudanças que pretende fazer, está adaptar a motorização para obter a maior eficiência com o combustível local, e também a suspensão, que precisará lidar com as condições das ruas e estradas nacionais. Também “serão feitos ajustes no funcionamento dos equipamentos de conectividade e conforto, para se adequar aos hábitos e às preferências dos motoristas brasileiros”, diz a fabricante.
Os primeiros lotes do Haval H6 destinados ao mercado brasileiro serão fabricados na China, o que sinaliza duas coisas: será um dos primeiros carros da marca lançados no Brasil, no final de 2022, e que são grandes as chances de ele passar a ser fabricado em Iracemápolis (SP) a partir da segunda metade de 2023. A fabricante já havia dito que pretende nacionalizar seus produtos com maior demanda, como sua futura picape média híbrida da submarca Poer.
O Haval H6 HEV já está à venda fora da China. Na Austrália, onde a GWM iniciou sua ofensiva há alguns anos, a versão híbrida tem preço inicial de 45.000 dólares australianos, o equivalente a R$ 160.000. É de se esperar um preço inicial ao redor dos R$ 230.000 por aqui, portanto.
Até lá, o Haval H6 PHEV já terá um grande concorrente. Será o BYD Song PLUS DM-i, um SUV do mesmo porte e com tecnologia híbrida semelhante. Ele combina um motor 1.5 de quatro cilindros de ciclo Atkinson (e, por isso, taxa de compressão de 15,5:1) com modestos 110 cv e 13,8 kgfm com um motor elétrico e câmbio CVT.
Dependendo da versão, pode ter um total de 180 cv e 32,3 kgfm ou 198 cv e 33,2 kgfm, com tração integral. O consumo pode superar os 22 km/l. O que também muda entre as versões é a autonomia em modo elétrico: 110 km na versão mais potente e 51 km na versão mais fraca. Ainda não se sabe qual delas será a escolhida para a comercialização no Brasil.