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Neta vai mal das pernas na China e vendas na América Latina podem ser a salvação

Marca chinesa não consegue repetir o bom desempenho em vendas, tem produção paralisada e até está cortando salários de funcionários de alto escalão na China

Por João Vitor Ferreira
11 nov 2024, 17h13
Neta GT
Neta GT (Neta/Divulgação)
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A Neta está passando por dificuldades financeiras em sua terra natal. De acordo com o site Car News China, a montadora responsável pela marca, Horizon Auto, teve que reduzir salários e diminuir a produção em sua fábrica de Zhejiang, na China.

Segundo as informações, trabalhadores reclamaram que a fábrica havia atrasado o pagamento de setembro por estar em dívida com seus fornecedores. Enquanto isso, o alto escalão da marca teve seus pagamentos reduzidos em até 30%. No dia 31 de outubro, a empresa fez um pronunciamento oficial para lançar seu plano de incentivo de capital de equipe completa, que cede 5% de suas ações aos funcionários. Internamente, a empresa também divulgou um novo plano salarial.

Além disso, a fábrica de Zhejiang teve sua produção paralisada na metade do último mês, segundo o site chinês DoNews. Essa é a principal fábrica da Neta e tem capacidade anual para 200.000 veículos.

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Também no mês de outubro, a empresa tornou-se mais discreta em suas redes sociais, como o Weibo e o TikTok, as mais populares da China. O CEO da Neta, Zhang Yong, não fez nenhuma postagem durante 20 dias, tendo início em 14 de outubro.

A situação atual é bem diferente do que era planejado quando a Neta iniciou suas operações, em 2018. Com a proposta de trazer apenas veículos de novas tecnologias (NEVs), a empresa rapidamente se destacou e conseguiu ultrapassar outras marcas do segmento na China, como a  Li Auto, Nio e Xpeng. Isso aconteceu em 2022, quando vendeu mais de 150.000 carros.

Neta Aya
Neta Aya é o hatch compacto, que promete preço acessível (Guilherme Fontana/Quatro Rodas)

Agora a situação é bem diferente. Entre janeiro e setembro deste ano, foram apenas 53.853 unidades vendidas na China, ou seja, menos de 30% de sua meta anual. A Neta também não divulgou oficialmente quantos carros vendeu em outubro, mas especialistas do setor afirmam que foram cerca de 4.500 unidades, volume 40% menor que o de setembro.

Entre os fatores que causaram os baixos números, estão os problemas para entregar a perua Neta S Hunting, mais especificamente da versão Pro, conforme as reclamações de clientes em posts da marca no Weibo. O modelo sofre pela falta de um acessório específico, mas outros carros da marca também estão com as vendas baixas da China.

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Os problemas da Neta refletem diretamente na empresa mãe, Horizon Auto. Entre 2021 e 2023 acumulou perdas bilionárias. Foram 4,84 bilhões de yuans (676 milhões de dólares) de déficit em 2021; 6,67 bilhões de yuans (930 milhões de dólares) em 2022; e 6,87 bilhões de yuans (960 milhões de dólares) em 2023. Perdas muito maiores que as reservas em caixa, que chegam a  2,83 bilhões de yuans (395 milhões de dólares), segundo o Car News China.

Em junho, a Neta entrou com o pedido de listagem na Bolsa de Valores de Hong Kong, que já foi concedido. Isso significa que as ações da marca estão disponíveis para comercialização pública, uma forma mais simples de conseguir arrecadar dinheiro.

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Vem ou não vem?

Outra estratégia da Neta para melhorar sua situação financeira era a comercialização de seus carros em outros mercados. Por isso, eles entraram em países do Sudeste Asiático, Ásia Central, África do Sul e América Latina. A empresa também tentou a Europa, mas as altas taxas cobradas pela União Europeia fizeram com que eles desistissem do negócio.

O Brasil foi um dos países escolhidos para iniciar as operações no exterior, mas as coisas também não parecem estar indo conforme o planejado. A Neta marcou presença durante o Festival Interlagos, em agosto, onde mostrou três dos carros que seriam vendidos aqui inicialmente: o Aya e o X, ambos elétricos. Além deles, o esportivo GT também estava confirmado.

Neta X
Neta X (Guilherme Fontana/Quatro Rodas)

A ideia inicial era que a dupla entrasse em pré-venda em setembro, mas o plano teve que ser adiado para o primeiro dia de novembro. A marca havia dito que a pré-venda aconteceria em lojas de shoppings, mas até agora não há nenhum relato de que ela tenha começado, tão pouco uma lista de onde serão esses pontos de venda. No site oficial da Nera não há nenhum indicativo de que a pré-venda tenha começado, permitindo ao cliente apenas demonstrar interesse nos três modelos do catálogo. 

Em comunicado oficial, a empresa divulgou que o motivo do primeiro atraso foram os “trâmites legais e burocráticos necessários”, sem especificar o que são eles. A empresa disse ainda que está “complementando o estoque de componentes” em seu centro de distribuição de peças, em São Bernardo do Campo (SP). 

 

Toda essa situação gerou desconforto com os concessionários, que já haviam feito parceria com a marca. Alguns até teriam desistido de representar a Neta no Brasil. Além dos atrasos, outro motivo para o descontentamento seria uma cláusula no contrato de concessão que aponta que, caso a Neta saia do Brasil, os revendedores terão que assumir a responsabilidade pelo pós-venda dos veículos vendidos. 

Por hora, a empresa apenas afirma que a pré-venda já teve início no último dia primeiro, conforme estipulado. E que amanhã (12) eles soltarão um novo comunicado informando todos os pontos de venda.

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