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Chevrolet Corsa GSi estendeu revolução aos esportivos, mas era (bem) caro

A versão mais cara do revolucionário Corsa estabeleceu novos parâmetros de esportividade, economia, conforto e segurança

Por Felipe Bitu
Atualizado em 18 fev 2022, 20h55 - Publicado em 18 fev 2022, 20h53
Corsa GSI
Discreto no visual, Corsa GSi tinha comportamento de esportivo  (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Apresentado em 1994 como substituto do Chevette, um sucesso com mais de 1 milhão de unidades produzidas em 20 anos, o Corsa tinha estilo arredondado, a modernidade e bom nível de construção, que serviram de base para um dos esportivos mais respeitados do nosso mercado: o Corsa GSi.

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Flagrado com poucos disfarces circulando pela capital paulista, ele mereceu um destaque na capa da edição de setembro de 1994: sua primeira aparição oficial ocorreria no mês seguinte, durante a 18ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo.

O Corsa era o mais novo integrante da série esportiva GSi, iniciada pelo hatch médio Kadett e reforçada no ano anterior pelo sedã Vectra.

Corsa GSI

A General Motors sabia que a briga seria acirrada no segmento dos hot hatches, disputado pelos novos VW Gol GTi e Ford Escort XR3 e liderado pelo Fiat Uno Turbo.

O Corsa GSi não deixou por menos: era impulsionado pelo motor Ecotec X16XE de 1.6, com quatro válvulas por cilindro, injeção eletrônica multiponto sequencial e taxa de compressão de 10,5:1. Importado da Hungria, rendia 14,8 kgfm a 4.000 rpm e 108 cv a 6.200 rpm.

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Corsa GSI
Velocímetro marcava 200 km/h. Revestimento era exclusivo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Não parece muito, mas era suficiente para embalar os 945 kg do Corsa GSi de 0 a 100 km/h em 11 segundos, deixando para trás o aclamado Gol GTi.

Seu coeficiente aerodinâmico (Cx) era de 0,34, fazendo com que ele chegasse a notáveis 195,2 km/h em quinta marcha. Sua dirigibilidade era favorecida pelo escalonamento fechado do câmbio F15 e pela elasticidade do motor, com 80% do torque máximo presente desde os 1.500 rpm.

Corsa GSI
Velocímetro marcava 200 km/h (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O elevado rendimento do motor também se mostrava presente no consumo médio de 14,1 km/l. Leve e aerodinâmico, o Corsa GSi alcançou 12,7 km/l na cidade e 15,8 km/l na estrada, médias incomuns para um esportivo.

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Mesmo com o tanque de apenas 46 litros, o Corsa GSi era um ótimo estradeiro, com autonomia superior a 700 km.

Corsa GSI
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Sóbria e discreta, sua decoração externa era composta por molduras nos para-lamas, para-choques, saias laterais, espelhos retrovisores, grade dianteira e aerofólio traseiro pintados na cor da carroceria: Vermelho Bach, Amarelo Gris, Branco Mahler e Preto Liszt (sólidas) ou Vermelho Goya, Verde West e Prata Rodin (metálicas).

A esportividade era realçada por faróis de neblina, rodas de 14 polegadas de liga leve, pneus 185/60, ponteira de escapamento exclusiva, defletor de borracha na parte inferior do para-choque dianteiro e emblemas da versão. O teto solar era um opcional praticamente obrigatório.

Corsa GSI
Revestimento era exclusivo (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O revestimento interno aveludado com filetes vermelhos se estendia pelos bancos com apoios de cabeça vazados, sendo os dianteiros com apoios laterais pronunciados.

Por trás do volante de três raios revestido de couro estava o conta-giros com escala vermelha a partir de 6.500 rpm e o velocímetro marcando até 220 km/h. O conforto era garantido pelo ar-condicionado e pela direção hidráulica de relação rápida, com menos de três voltas de batente a batente.

Corsa GSI
Teto solar era opcional (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As suspensões adotavam o sistema McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, com redimensionamento da carga de molas e barras estabilizadoras e adoção de amortecedores pressurizados.

O acerto da suspensão do Corsa GSi era mais suave quando comparado ao Gol GTi, mas não comprometia os notáveis 0,92 g de aceleração lateral, com tendência ao subesterço em curvas mais fechadas.

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Corsa GSI
GSi vinha com rodas de liga leve aro 14 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mesmo sem discos no eixo traseiro o Corsa GSi era imbatível nas provas de frenagem: vindo a 120 km/h, precisava de apenas 63,7 metros para estancar, sem desvio de trajetória.

O mérito era do sistema ABS de quatro canais como item de série, segurança que os concorrentes não ofereciam nem como opcional.

Corsa GSI
Motor 1.6 16V entregava 108 cv (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Apesar de suas inegáveis virtudes, o Corsa GSi não conseguiu superar seu maior inimigo: o preço elevado. O esportivo custava o equivalente a três Corsa Wind 1.0 e por isso foi oferecido em apenas dois anos/modelo: 1995 e 1996.

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Entusiastas estimam que foram produzidas apenas 2.500 unidades desta versão: os raros exemplares ainda em condições originais são cada vez mais procurados pelos colecionadores.

Quatro Rodas 412
(Reprodução/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – Chevrolet Corsa GSi 1996

Motor: transversal, 4 cilindros em linha, 1.598 cm3, comando de válvulas duplo no cabeçote, alimentação por injeção eletrônica
Potência: 108 cv a 6.200 rpm
Torque: 14,8 kgfm a 4.000 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Carroceria: fechada, 2 portas, 5 lugares
Dimensões: comprimento, 372 cm; largura, 160 cm; altura, 138 cm; entre-eixos, 244 cm; peso, 945 kg; pneus, 185/60 R 14

Teste Corsa GSI Edição – Novembro de 1994

Velocidade Máx. 195,2 km/h
0 a 100 Km/h: 11,04 segundos
Consumo Médio: 12,7 km/l cidade / 15,9 km/l estrada
Preço: R$ 21.500.000 (1994)
Atualizado*: R$ 247.555

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