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Tem validade? Como saber se é hora de trocar os amortecedores do carro

Amortecedores são as peças que mais causam discordância no mercado de reparação: afinal, quando é preciso trocá-los?

Por Fernando Miragaya
12 dez 2022, 07h28
Amortecedores
Para evitar empurroterapia, consulte especialista de confiança (EDSON RUIZ/Quatro Rodas)
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Uma das grandes discussões que rendem mais do que debate sobre o VAR no futebol é o amortecedor do carro. Você mesmo já deve ter se deparado com uma situação em que uma oficina condenou este e outros diferentes componentes da suspensão, às vezes em carros pouquíssimo rodados. Afinal, quanto tempo dura um amortecedor?

Se você respondeu 10.000 km ou mais de 100.000 km, pode ter acertado. O desgaste dos componentes internos – válvulas, haste, selo retentor e óleo hidráulico – se dá conforme o uso do carro (tipo de piso, carga etc.). E é justamente o modo de utilização do veículo que vai implicar diretamente na duração do amortecedor.

Dessa forma, não existe uma data de validade definitiva para o componente, pois o jeito de dirigir, por onde o automóvel trafega, entre outros fatores é que vão determinar quando o componente deixará de desempenhar suas funções plenamente.

Amortecedores fazem parte de kit de corrida extra, limitado a 50 unidades

“A vida útil do amortecedor dependerá diretamente das exigências às quais será submetido, da qualidade do piso em que o veículo trafega e do estilo de condução do motorista. Quanto mais cuidadoso ao dirigir, menor o desgaste do amortecedor e maior o aumento da durabilidade de todos os elementos da suspensão”, reforça Mônica Cassaro, diretora de marketing, comunicação, assistência técnica e engenharia da Marelli Cofap Aftermarket.

De qualquer forma, é importante fazer a verificação do componente regularmente. As próprias fabricantes de veículos não incluem o item na garantia, mas geralmente recomendam a verificação e se há vazamentos nas revisões obrigatórias – via de regra, a cada 10.000 km.

Aceleração de dano

Porém, não significa que você vá ter de trocar a peça dentro de algum prazo específico, já que a própria montadora pode não definir uma data de validade para os amortecedores.

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E olha que nos milhares de quilômetros de testes de rodagem com os carros antes de serem lançados, as fabricantes estabelecem parâmetros para determinar a vida útil média do componente.

Dessa maneira, cada montadora tem um critério de vida do componente, ou seja, uma forma de mensurar e calcular o quanto o amortecedor vai durar desempenhando sua função primária naquele veículo. Por isso que os carros são submetidos a diferentes condições e tipos de piso, para acelerar danos aos componentes e definir a durabilidade média.

Amortecedor Fiat Strada Longa Duração
Amortecedor com indício de vazamento (Leonardo Barbosa/Quatro Rodas)

“A montadora faz uma certa aceleração de dano ao amortecedor. É importante ter em mente que dano é uma característica cumulativa. Ou seja, se você caiu em um buraco com seu carro, causou um dano, um dano que já vai implicar na vida útil do componente”, explica o especialista Álvaro Costa Neto, engenheiro e membro da Comissão Técnica de Dinâmica Veicular da SAE Brasil.

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Em geral, as fabricantes nem gostam de abordar a questão da vida útil do amortecedor, mas em média trabalham seus projetos para que a peça dure mais de 60.000 km, de preferência. Contudo, como dito no início desta reportagem, a peça pode sobreviver mais ou bem menos.

“Uma direção cuidadosa, que evita impactos causados por buracos, lombadas, guias, objetos na pista, além de acelerações e freadas bruscas, certamente prolongará a vida do amortecedor”, ressalta Mônica, da Cofap, lembrando que a manutenção preventiva também é fundamental para o conjunto da suspensão.

Kwid
Renault Kwid já com amortecedores no final da vida útil (Christian Castanho/Quatro Rodas)

“A manutenção preventiva do sistema de suspensão como um todo interfere na durabilidade da peça, já que elementos da suspensão avariados têm impacto no amortecedor, que terá que trabalhar em condições fora do normal.

O contrário também é verdadeiro: na medida em que um amortecedor avariado vai sobrecarregar os demais elementos da suspensão”, diz.

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Quem não se atenta aos buracos, passa de qualquer jeito em quebra-molas e valetas, adora subir um meio-fio com força e trafega muito em pista de terra sem nenhum cuidado, não respeita a carga útil do carro ou é daqueles que freiam o veículo bruscamente a cada semáforo, provavelmente fará parte da turma que vai trocar amortecedor mais cedo.

Como saber que está na hora de trocar os amortecedores?

Teste de amortecedores
Teste de amortecedores (Ricardo Rollo/Quatro Rodas)

O ideal é checar os amortecedores da suspensão a cada 10.000 km ou em intervalos de 5.000 km, quando o carro já tiver mais de cinco anos de uso. As peças dão sinais de desgaste, embora por vezes não sejam perceptíveis.

“Muitas vezes um dos amortecedores apresenta falhas e os outros três da suspensão compensam essa falha e o motorista não consegue perceber”, atenta Álvaro, da SAE Brasil.

Sinais de que está na hora de trocar os amortecedores do carro:

  • Carroceria com oscilação em excesso ao passar por lombadas, quebra-molas, valetas e buracos
  • Rodas que perdem o contato com o chão depois de o carro passar por irregularidades ou buracos
  • Carroceria que aderna além do normal em curvas ou mesmo em retas
  • Batidas secas de fim de curso em buracos “normais”
  • Perda de estabilidade em curvas
  • Desgaste irregular dos pneus
  • Aumento da distância de frenagem
  • Diminuição do vão livre do solo
  • Poeira grudada no braço da suspensão, o que pode sugerir vazamentos
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Mas preciso trocar tudo?

Amortecedores
(Divulgação/Quatro Rodas)

Esse é um dos grandes temores dos donos de automóveis quando precisam checar a suspensão. Não são poucos os casos de estabelecimentos que condenam vários componentes do conjunto e apresentam um orçamento salgado para “trocar tudo”.

Os especialistas alertam que é importante verificar, além dos amortecedores, possíveis folgas e desgastes em toda a suspensão em revisões regulares ou dentro dos prazos já citados.

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A substituição de itens como coxins, batentes e coifas pode até ser necessária. Contudo, vários componentes como buchas de suspensão e de subchassi e terminais de bandeja são importantes na revisão, mas normalmente são projetados para durar 60.000 km.

“Recomenda-se sempre procurar um reparador de confiança, com alguma indicação. Se, mesmo assim, a avaliação ‘condenar tudo’, a recomendação é procurar uma segunda opinião”, orienta Mônica Cassaro.

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