Por que carros automáticos não podem ‘pegar no tranco’?
Esse tipo de câmbio depende da energia da bateria e, também, da pressurização do óleo lubrificante, que é feita de forma mecânica
Marcel Souza, São Paulo (SP)
Segundo o engenheiro Erwin Franieck, da SAE Brasil, esse ponto é realmente uma verdade para os sistemas de embreagem para câmbio automático, uma vez que são comandados por velocidade de rotação da roda, no caso dos conversores de torque. Além disso, sua pressurização de óleo é realizada de forma mecânica, de acordo com a rotação do motor.
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Para câmbio automático do tipo CVT (Continuously Variable Transmis-sion) e embreagem sólida (como o primeiro Honda Fit – a maioria dos CVT atuais usa conversor de torque), a prática não é recomendada devido à operação em regime deficitário de lubrificação, mas haveria uma chance de partida no tranco se a bateria estivesse com mínima carga para comandar os elementos de atuação, embora fazer isso não seja recomendado. Melhor chamar o socorro mecânico.
Na verdade, não se recomenda dar tranco, o que consiste em um empurrão externo para girar o motor e assim dar partida, para nenhum tipo de automóvel. A manobra é perigosa e pode provocar danos. De toda forma, só é possível executar em carros manuais, com embreagem.
Já os automatizados de uma só embreagem até conseguiriam ligar no tranco, pois seu funcionamento é muito próximo ao de veículos manuais. Porém, esse sistema de câmbio em geral usa fluido pressurizado por bombas elétricas para atuar nas engrenagens.
Se não houver energia na bateria, como ocorre no tipo de falha mais comum nessa situação, o conjunto não consegue acionar a embreagem e engatar a marcha.
Vale ressaltar: ao recorrer ao tranco para ligar um automóvel, é possível provocar danos severos ao catalisador, à transmissão e até o rompimento da correia dentada.