Guia de usados: Ford Ranger agrada em qualquer terreno, mas e para manter?
Potente e confortável, a segunda geração da picape agrada em qualquer terreno, mas é preciso atenção com o histórico de manutenções
A Ranger sempre se destacou pela dirigibilidade semelhante à de um sedã. Não seria diferente com a segunda geração, de 2012, cheia de potência, conforto e equipamentos.
O destaque foi o motor Duratorq de cinco cilindros e turbina de geometria variável, então o mais potente da categoria (200 cv e 48 mkgf), formando ótimo conjunto com o câmbio automático (pela primeira vez) sequencial de seis marchas e tração 4×4.
Nessa configuração, a versão de sucesso foi a top Limited: airbags laterais e de cortina, central com tela de 5 polegadas, câmera de ré, sensor de farol e chuva, bancos de couro (do motorista com regulagem elétrica) e bagageiro no teto.
Abaixo, há a XLT, só com airbags frontais, ESP, roda aro 17, ar bizona, Bluetooth, sensor de ré, piloto automático, volante multifuncional e cromados no exterior.
Para economizar, há a XLT (câmbio manual de seis marchas) ou a XLS (sem ESP e aro 17). Evite a XL, sem vidro elétrico, liga leve ou para-choque pintado, e com o 2.2 Duratorq de quatro cilindros, que é apenas razoável: 125 cv (2013) ou 150 cv (2014), com torque de 32 a 38,2 mkgf.
Mas ele é boa escolha na versão XLS, que em 2016 passou a ter câmbio automático sequencial de seis velocidades.
Se abrir mão do automático e do 4×4, a 2.5 flex é uma boa opção – o Duratec rende 168/173 cv e 24,1/24,6 mkgf, mas está limitado ao câmbio manual de cinco marchas.
Reestilizada na linha 2017, ela melhorou por dentro e por fora. A dianteira trouxe novos para-choques, grade e faróis. O interior recebeu painel com duas telas digitais, central sensível ao toque, direção elétrica e mais equipamentos.
A XLS ganhou sete airbags, ESP, piloto automático, Isofix e assistente de partida em rampas e controle de descida. Na XLT, veio couro, monitor de pressão de pneu e central de 8 polegadas.
Só a Limited trazia piloto automático adaptativo, sensor de mudança de faixa, aro 18, protetor de caçamba e capota marítima. O motor 2.2 subiu para 160 cv.Outro ponto forte era garantia, que saltou de três para cinco anos.
Sem defeitos crônicos, a Ranger desfruta de boa fama no mercado e tem um custo de uso razoável, desde que a manutenção esteja em dia.
Onde o bicho pega
Filtro DPF – Verifique o filtro de material particulado (DPF): ele satura logo no uso urbano e sua manutenção é feita só na autorizada. Muitos donos cansam disso e retiram o filtro e outros sensores, além de “chiparem” o motor para aumentar o torque. Nem pense em comprar essas picapes.
Motor – A saturação crônica do DPF é causada por falha na pressurização do turbo, avaria no sensor de fluxo e vazamento nos injetores ou no retentor da turbina.
Turbo – Veja se módulo do gerenciamento do motor não foi alterado para gerar maior torque e potência, o que compromete o sistema. Em casos extremos, será preciso trocar a turbina, que custa uns R$ 6.300.
Câmbio – A transmissão automática ZF 6HP32 pode entrar em modo de segurança por falha no sensor de rotação do eixo de saída (OSS). A rede costuma efetuar esse reparo sem custo para os proprietários.
Recalls – Há três chamados. O modelo 2013 apresentou falha no módulo do motor, que pode engatar sozinho a primeira marcha, em 4.683 picapes. Em 1.467 unidades da linha 2015 e 2016, o pedal de freio pode se desconectar do hidrovácuo, reduzindo sua eficiência. Nos modelos 2015 a 2017 com câmbio manual, o eixo cardã quebra por falha na fixação dos cabos seletores de marcha.
A voz do dono
- Nome: Nilson Toshiro da Silveira
- Idade: 43 anos
- Profissão: empresário
- Cidade: São Paulo (SP)
O que eu adoro – “O que mais agrada é a dirigibilidade e o conforto. O câmbio tem engates suaves e precisos, e o espaço interno é acima da média para o motorista. Em três anos rodei 135.000 km: troquei apenas óleo e filtros.”
O que eu odeio – “O motor 2.5 flex é insuficiente para o porte da picape: falta reserva de torque e potência, o que também reduziu o consumo. A falta do controle de estabilidade e rodas de aro 17 é inaceitável na versão XLS.”
PREÇO MÉDIO DOS USADOS (FIPE)
MODELO | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 |
XLS 2.5 flex 4×2 manual | 54.497 | 61.514 | 70.303 | 73.846 | 84.703 |
XLT 2.5 flex 4×2 manual | 62.998 | 69.069 | 75.751 | 83.671 | 95.605 |
Limited 2.5 flex 4×2 manual | 68.382 | 72.687 | 80.676 | 94.532 | 103.020 |
XL 2.2 diesel 4×4 manual | 69.233 | 72.471 | 76.926 | – | – |
XLS 2.2 diesel 4×4 manual | 70.153 | 78.934 | 81.945 | 91.752 | 105.095 |
XLS 3.2 diesel 4×4 aut. | – | – | – | 110.294 | 114.120 |
XLS 3.2 diesel 4×4 manual | 76.132 | 81.204 | 89.653 | 110.776 | – |
XLS 3.2 diesel 4×4 aut. | 84.377 | 91.116 | 100.046 | 109.938 | – |
XLT 3.2 diesel 4×4 manual | 80.328 | 85.590 | 94.854 | 121.631 | – |
XLT 3.2 diesel 4×4 aut. | 86.622 | 92.660 | 103.731 | 121.779 | 138.022 |
Limited 3.2 diesel 4×4 aut. | 93.337 | 101.031 | 114.736 | 133.742 | 155.012 |
Preço das peças
PEÇAS | ORIGINAL | PARALELO |
Para-choque (dianteiro) | 3.300 | 1.500 |
Farol completo (cada um) | 1.500 | 790 |
Pastilha de freio (par dianteiro) | 430 | 320 |
Disco de freio (par dianteiro) | 1.640 | 350 |
Amortecedores (jogo) | 2.190 | 1.400 |