Ram 2500 Laramie: um caminhão de mudanças
Atualizada, Ram 2500 ganha nova suspensão traseira e conjunto mecânico capaz de puxar até 7 .750 kg de carga
![Frente alta reforça a imponência da Ram](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/56b4e4ba0e21630a3e119648_chr9036-dng-e1494542871763.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A nova estratégia de posicionamento das marcas da FCA tirou a picape Ram dos cuidados da Dodge. O antigo grupo Chrysler, então, ficou assim dividido: Chrysler com veículos de passeio, Jeep com off-road, Dodge com alta performance e Ram com veículos comerciais.
Sim, o hit sertanejo que cantava “Vem ni mim, Dodge Ram” perdeu o sentido. Mas para os amantes desse monstro sobre rodas, o problema não está na trilha sonora perdida, mas no preço salgado: R$ 259.900.
Achou caro? Então saiba que, apesar de ser oferecida em versão única de acabamento (2500 Laramie), ela pede um pesado investimento em acessórios para ficar tão completona quanto o modelo cedido para avaliação. Todos os itens são da Mopar, outra marca do grupo FCA oriunda da Chrysler.
![Na Ram, até rodas aro 18 parecem pequenas](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/56b4e4ba0e21630a3e119644_chr9281-dng-e1494606669791.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Há tapetes de borracha, protetor de caçamba, estribos laterais, soleiras de porta, capota de tecido e um par de Ram Box (duas caixas presas às laterais da caçamba). Ao todo, a conta de presentinhos extras para essa gigante pode chegar a R$ 21.833.
![Ram Box: acessório Mopar com 132 litros cada](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/56be16a782bee10ed5022111_mg_8978-dng.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Apesar de ser consumida por picapeiros, a Ram 2500 é, em essência, um caminhão. Tanto que, para dirigi-la, é preciso ter carteira de habilitação categoria C. Não é só isso.
“Os vendedores são instruídos a informar não só a necessidade da habilitação especial. O proprietário é alertado para o fato de que passará a seguir as leis específicas de caminhões, como limite de velocidade e horários e zonas de restrição de rodagem, por exemplo”, explica Rafael Filon, gerente de produto da marca no Brasil.
Apesar de o desenho básico ter sido mantido, foram aplicados muitos avanços técnicos. O motor segue sendo um 6-cilindros em linha de 6,7 litros, turbodiesel, mas com muito mais competência: a potência saltou de 310 para 330 cv e o torque de 84 para descomunais 104 mkgf.
![Turbodiesel 6.7: consumo de 5,3 km/l na cidade](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/56be16a782bee10ed502210f_mg_8951-dng.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A capacidade da picape, lógico, cresceu junto: se antes ela podia rebocar uma carga de 5.500 kg, agora ela leva até 7.750 kg – desde que puxada por um reboque específico da Mopar.
A suspensão também mudou: em vez do antigo elemento elástico da traseira composto por feixes de molas, passou a contar com molas helicoidais. Ou seja, apesar do perfil pau-pra-toda-obra, a Ram 2500 ganhou tempero de carro de passeio. Os executivos da marca garantem que a alteração não compromete a dirigibilidade, segurança ou durabilidade mesmo com carga máxima – de 1.030 kg na caçamba.
![Caçamba: 1,9 m de comprimento, 1,3 de largura](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/56be16a782bee10ed5022113_mg_9012-dng.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Direção anestesiada
Dentro do que se pode esperar de um veículo deste porte (são 6,03 metros de comprimento e peso de 3,41 toneladas), o gigante americano até que se mostra obediente. Ao menor sinal de escorregamento nas curvas, o controle de estabilidade entra em ação, devolvendo ao piloto o comando absoluto. Chega até a ser intrometido demais, tornando a direção monótona.
![Da marca Dodge só restaram os logos](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/56b4e4ba0e21630a3e119646_mg_8854-dng.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Sobre terra molhada, os pneus de uso misto decepcionam: rapidamente eles são envolvidos pela lama, pois seus canais, estreitos demais, não conseguem expelir o material que ali se acumula. Em compensação, no asfalto rodam silenciosos. A direção tem boa dose de assistência, mas é indireta e com resposta lenta aos movimentos aplicados no volante, bem ao gosto do motorista americano.
A cabine é recheada de itens inusitados, como um porta-objetos entre os bancos dianteiro cuja tampa é do tamanho de um assento de cadeira. Dentro dele há um porta-moedas, entradas USB e auxiliar do rádio e uma tomada 12 volts. Há uma outra tomada, de 110 volts, no console central.
![Na traseira, espaço de sobra para três adultos](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/56be16a782bee10ed502210d_mg_8940-dng.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Porta-luvas duplo, bancos e volante com aquecimento, janela traseira deslizante com acionamento elétrico e porta-objetos sob o assento do banco traseiro completam o pacote de amenidades dessa luxuosa e espaçosa casa sobre rodas.
Avaliação do editor
Motor e Câmbio – Forte e potente, o motor se mostrou muito beberrão. O câmbio automático de seis marchas poderia ter trocas mais suaves.
Dirigibilidade – As respostas lentas são típicas de carros americanos de uma ou duas décadas atrás. O brasileiro, em geral, não gosta desse tipo de acerto.
Segurança – Há câmera de ré, e sensores no para-choque dianteiro. Mesmo assim, o porte da Ram exige cuidado especial em meio ao trânsito, nas esquinas e até nas manobras.
Seu bolso – É duro desembolsar R$ 250 000 e ainda ter que pagar à parte (e caro) por itens como um simples protetor de caçamba.
Conteúdo – Vários acessórios deveriam ser itens de série. Também faltam faróis de xenônio.
Vida a bordo – Vasta e bem equipada, a cabine da Ram também mostra bom acabamento.
Qualidade – Pintura bem executada, carroceria alinhada.
Veredicto QUATRO RODAS
Enorme e repleta de cromados, a Ram só não consegue carregar uma coisa: discrição. Ela é, definitivamente, o tipo de picape para quem quer ser notado.
Teste de pista (com diesel)
ACELERAÇÃO | |
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de 0 a 100 km/h: | 10,7 s |
de 0 a 1000 m: | 31,8 s – 165,5 km/h |
VELOCIDADE MÁXIMA: | – |
RETOMADAS | |
de 40 a 80 km/h: | 4,5 s |
de 60 a 100 km/h: | 5,9 s |
de 80 a 120 km/h: | 7,2 s |
FRENAGENS | |
60 / 80 / 120 km/h a 0: | 18,5 / 31 / 73,1 m |
CONSUMO | |
Urbano: | 5,3 km/l |
Rodoviário: | 7,3 km/l |
RUÍDO INTERNO | |
Neutro / RPM máximo: | 49,6 / 72,7 dBA |
80 / 120 km/h: | 62,2 / 67,5 dBA |
AFERIÇÃO | |
Velocímetro / real: | 100 / 98,8 km/h |
Rotação do motor a 100 km/h em D: | 1.400 rpm |
Volante: | 3,4 voltas |
SEU BOLSO | |
Preço: | R$ 249.900 |
Garantia: | 3 anos |
Concessionárias: | 46 |
Seguro: | n/d |
Motor | turbodiesel, diant., longitudinal, 6 cilindros, 6 690 cm³, 107 x 124 mm, 16,2:1, 330 cv a 2 800 rpm, 104 mkgf a 1 600 rpm |
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Câmbio | automático, sequencial, 6 marchas, tração integral |
Direção | hidráulica, 13,4 m (diâmetro de giro) |
Suspenção | multilink (diant.), eixo rígido (tras.) |
Freios | discos ventilados |
Pneus | 265/70 R18 |
Peso | 3.410 kg |
Peso/potência | 10,33 kg/cv |
Peso/torque | 32,79 kg/mkgf |
Dimensões | comprimento, 603 cm; largura, 200,9 cm; altura, 197,4 cm; entre-eixos, 379,7 cm; caçamba, 1.240 l; tanque de combustível, 117 l |
Equipamentos de série | ar-condicionado digital bizona na dianteira e com saída para o banco traseiro, trio elétrico, chave presencial, bancos elétricos com ventilação e aquecimento, volante multifuncional com ajuste de altura e aquecimento, sensor de estacionamento na dianteira e na traseira, câmera de ré, piloto automático, computador de bordo, multimídia de 8,4 polegadas |