Correio Técnico: dá para instalar airbags e ABS em carro antigo?
Sistemas de segurança exigem readequações complexas na eletrônica e até no acabamento do veículo
É possível instalar freios ABS e/ou airbags em carros sem os sistemas? – Gabriel Ferreira Veloso, São Luís (MA)
Depende do veículo, mas o custo da adaptação dificilmente justificará a modificação. Em modelos que já oferecem o sistema em outras versões, a adição fica mais fácil, porém envolve a troca de componentes como circuito de freio, chicote e até painel.
Isso porque muitos modelos escondem a bolsa inflável do passageiro sob o console, que possui uma cobertura especial para permitir a abertura correta do airbag.
Isso faz com que a troca dos airbags em alguns carros vá de R$ 3.000 a até R$ 20.000, dependendo do modelo. Carros equipados com bolsas adicionais, do tipo cortina, lateral e joelho, possuem custos ainda mais elevados na hora da reposição.
Já carros que nunca previram esses equipamentos, como a Volkswagen Kombi, não conseguem receber itens como airbag, que exigem um estudo cuidadoso da deformação da cabine, velocidade da explosão e até o volume que a bolsa terá quando expandida.
Se for instalado incorretamente, o airbag pode machucar ainda mais os passageiros, ao invés de protegê-los. Por isso, inclusive, é obrigatório desligar a bolsa frontal do passageiro quando se transporta uma cadeirinha no assento dianteiro.
Freio é menos difícil
A inclusão do ABS é um pouco menos complicada, mas ainda assim exigiria uma boa mão de obra.
Primeiro, seria preciso avaliar se o cofre do motor possui espaço para a tubulação do sistema e a bomba do ABS.
Além disso, cada roda precisa receber um sensor de velocidade individual, que é conectado à central eletrônica do freio antitravamento.
Nos carros atuais, no entanto, uma central eletrônica reúne as informações de diferentes sistemas, como injeção eletrônica, airbags e ABS em uma só peça.
Por um lado isso permite a inclusão de recursos extras, como o controle de tração M-ABS do Up! TSI. No entanto, isso torna quase impossível a adição de novos equipamentos em carros que não saíram da fábrica com eles.
Tem outras dúvidas? Envie sua pergunta para correiotecnico@abril.com.br!