Correio técnico: como é feito o desmonte do Longa Duração?
Procedimento envolve uma série de etapas para manter a padronização entre todos os testes
Depois do desmonte dos carros do teste de Longa Duração, o que é feito das peças? – Flávio Augusto, Goiânia (GO)
O carro é remontado seguindo todos os parâmetros da fabricante e depois vendido.
“Trocamos todas as peças exigidas na revisão dos 60.000 km e também aquelas que devem ser substituídas por conta do desmonte, como juntas, algumas borrachas e até parafusos específicos que são de uso único”, observa Péricles Malheiros, editor de QUATRO RODAS responsável por todos os carros do Longa Duração.
As peças gastas e fluidos são descartados de forma adequada para atender a legislação ambiental. Todo esse processo ocorre no mesmo local onde os veículos são desmontados, na Fukuda Motorcenter, na zona norte de São Paulo.
Além dos componentes que devem ser trocados por conta do desgaste, alguns parafusos e outras peças de uso único também são substituídas antes do carro ser montado novamente.
E colocar tudo de volta no lugar é mais rápido do que parece: a remontagem demora, em média, três dias após o recebimento de todas as peças.
Paciência e pés descalços
O registro mais icônico do Longa Duração, que é o dos carros desmontados, demora até oito horas para ser realizado.
O processo é feito em um estúdio de fotografia e envolve uma equipe de aproximadamente dez pessoas, entre fotógrafo, assistentes, colaboradores da QUATRO RODAS e da Fukuda Motorcenter.
As peças são catalogadas e dispostas de forma lógica – não faz sentido o motor dianteiro ficar próximo ao porta-malas, por exemplo.
Por conta do piso e paredes do estúdio, que são meticulosamente limpos, todas as peças são lavadas antes das imagens, e as pessoas que tiverem que transitar entre os componentes devem fazer isso descalças, para não sujar o chão.
A carroceria, maior peça do desmonte, é transportada de guincho e fica sobre carrinhos durante o transporte. Em um caminhão à parte vão os outros componentes.
Sem doação
Após o fim do teste, o carro é vendido levando em conta seu preço de mercado. Ao contrário do que alguns leitores chegaram a perguntar à QUATRO RODAS, os automóveis não são “doados” ou destruídos.
A única exceção foi o Effa M100, único carro da história do Longa Duração que não chegou ao final dos 60.000 km. Inseguro e com uma péssima rede de concessionários, o veículo foi inutilizado e “baixado” do registro do Detran após o desmonte.
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