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Como aumentar a durabilidade dos motores turbo? 

Estar atento ao líquido do radiador, à qualidade do combustível e à troca de óleo evita muitos problemas com motores turbo

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 set 2024, 10h47 - Publicado em 29 set 2024, 09h47
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Motor 1.0 GSE Turbo, da Stellantis, chamado de T3 (Divulgação/Fiat)
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O uso de turbocompressor e injeção direta surgiu da necessidade de aumentar a potência dos motores, especialmente em carros esportivos. Mas essa maior complexidade exige uma maior atenção ao motor.

Motores antigos tinham tolerâncias maiores, ou seja, aceitavam um maior espaçamento entre os componentes porque sua fabricação não era tão precisa. E também toleravam melhor os descuidos dos seus proprietários.

É por isso que os cuidados determinantes para fazer um motor turbo moderno passar muito tempo sem apresentar defeitos vale, na verdade, para qualquer motor.

Use apenas o óleo recomendado no manual

Longa Duração Jeep Compass 1.3 turbo óleo (1)

Com tolerâncias menores, os motores modernos estão mais dependentes da qualidade do óleo lubrificante e dos seus aditivos. Por isso, não basta mais seguir apenas a viscosidade do óleo do motor, também é preciso comprar um óleo que cumpra com as exigências estabelecidas por cada fabricante.

Essas normas estabelecem uma química de aditivos específica, que cumpre com exigências quanto a interação com combustível, com componentes do motor (como uma correia dentada banhada a óleo) e com a temperatura. Afinal, é o mesmo óleo que lubrifica o turbocompressor.

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Dê atenção ao sistema de arrefecimento

Como a temperatura também é crítica, o nível líquido de arrefecimento deve ser acompanhado e trocado conforme o manual do proprietário – que pode preconizar a manutenção a cada dois anos ou até com intervalos de 10 anos.

liquido de arrefecimento
(Divulgação/Quatro Rodas)

Nunca complete o nível do reservatório do arrefecimento com água de torneira ou da chuva: só a água desmineralizada não tem minerais que podem oxidar o motor por dentro. Na dúvida, compre um litro com a mistura de água desmineralizada e aditivo já pronta.

Utilize apenas combustível bom

Também é fundamental utilizar combustível de qualidade. Álcool com muita água também pode condenar, especialmente, componentes da injeção do carro. Uma gasolina adulterada também contaminará a câmara de combustão e o óleo, além de aumentar a deposição de carvão dentro do motor.

Combata a carbonização do motor

Isso também merece atenção. A injeção direta pode aumentar a carbonização dentro do motor e, por isso, pode ser interessante utilizar aditivo no combustível com alguma regularidade. Alguns fabricantes preconizam isso no manual do proprietário.

Carbonização na sede de válvula
Carbonização na sede de válvula (Reprodução/Internet)

Carros que combinam injeção direta e indireta têm menos probabilidade deste problema, pois a injeção indireta acaba “lavando” as válvulas e a cabeça do pistão. A longo prazo, isso faz diferença. Os pequenos “carvões” depositados no motor podem arranhar as superfícies do bloco e as sedes de válvula, além de poderem gerar pré-ignição (batida de pino) do combustível.

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Espere o motor esquentar

Não leve o motor a um alto regime de rotação enquanto ele ainda não estiver na temperatura ideal. O melhor a fazer é não ultrapassar os 2.500 rpm até que ele esquente. O lado bom é que motores modernos tem gerenciamento térmico tão eficiente que ele próprio é capaz de acelerar o aquecimento do bloco para a temperatura ideal.

Evite percursos muito curtos

Essa é uma dica que vale para qualquer motor, seja turbo ou aspirado. O “ir ali rapidinho” significa usar o motor por um período de tempo tão curto que o motor será desligado antes de chegar à temperatura correta de funcionamento e do óleo ter chegado a todos os lugares onde deveria. Por tabela, isso reduz a vida útil do óleo utilizado.

Não deixe o motor em baixas rotações

Esta é uma recomendação que não vale muito para carros automáticos, a não ser que o motorista use muito o modo manual.

Turbo: esquema de funcionamento

Motores turbo com injeção direta entregam todo o torque muito cedo, o que pode induzir o motorista a antecipar as trocas e deixar o motor em rotações baixas, quase vibrando como se estivesse na marcha errada.

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O motor pode até ter força para trabalhar assim e consumindo menos combustível, mas a durabilidade de seus componentes será reduzida.

O que muda em um motor com turbo e injeção direta?

O uso de turbocompressor e injeção direta surgiu da necessidade de aumentar a potência dos motores, especialmente em carros esportivos. Hoje, porém, são usados até mesmo em motores 1.0 como uma forma de torná-los mais eficientes e potentes.

Se antes estes pequenos motores flex rendiam cerca de 70 cv/litro, com a injeção direta e o turbo já chegam aos 130 cv/litro. É mais potência (e torque, também) que os motores 2.0 de 20 anos atrás conseguiam entregar. Isso também aumenta a complexidade, mas será que isso pode reduzir a vida útil do motor?

Injeção direta
Injeção direta (Divulgação/Audi)

A resposta é não, porque os motores são desenvolvidos para cumprir as exigências de durabilidade impostas por cada fabricante para que o motor acompanhe a vida útil média de um carro – em geral, 300.000 km.

Boa parte dos esforços adicionais no motor foi absorvida por limites de segurança generosos praticados no passado.

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Não é nada que os fabricantes de motores desconhecessem. Quando Renault, Fiat, Ferrari e Mercedes fazem motores para a Fórmula 1 com potências específicas na ordem de 315 cv/litro a 18.000 rpm, elas estão desenvolvendo as tecnologias que serão necessárias alguns anos à frente para serem competitivas em seus carros de rua.

A injeção direta pulveriza o combustível diretamente na câmara de combustão a uma pressão que pode ser superior a 200 bar. Com pressões tão elevadas, é possível atomizar o combustível a ponto de formar partículas microscópicas, que permitem uma queima mais eficiente, gerando mais economia e potência do que num sistema convencional, quando a gasolina é injetada a 4 bar no coletor de admissão.

Uno Turbo I.E.
Uno Turbo I.E. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O turbocompressor, por sua vez, usa o fluxo de gases de escape do próprio motor para levar mais ar para dentro da câmara de combustão do motor. Em carros pequenos, essa pressão costuma variar entre 0,8 e 1,4 bar, pressão suficiente para aumentar a massa de ar, a admissão de combustível e, consequentemente, a potência e o torque do motor.

Boa parte dos esforços adicionais no motor é absorvida pelos limites de segurança generosos praticados nos motores passado. E isso é feito de forma segura, pois a fabricação dos componentes está mais precisa e a tolerância na montagem dos componentes é menor.

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Desta forma, pistões, bronzinas, anéis, sistema de resfriamento e lubrificação recebem atenção especial nos motores mais modernos. Os metais utilizados têm melhor desempenho e há sistemas mais avançados controlando a temperatura do motor para que a queima aconteça da melhor maneira possível.

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Essa evolução, contudo, também vale para motores mais convencionais, aspirados e com injeção indireta. Até mesmo porque motores aspirados modernos evoluíram junto e trabalham com taxa de compressão até maior que a dos motores turbo.

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