VW Taos Comfortline é quase R$ 30.000 mais barato, mas vale a pena?
Modelo perde itens como os faróis tecnológicos e a grade iluminada, mas tem uma boa lista de equipamentos e mantém as principais virtudes do SUV
Tudo o que você viu ou ouviu falar sobre o Volkswagen Taos até agora dizia respeito à configuração Highline, que é a mais cara. Mas chegou a hora de conhecer a versão de entrada do SUV, a Comfortline, que perde vários itens, mas sai quase R$ 30.000 mais barata do que a topo de linha. Será que a economia compensa?
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Na tabela da Volks, o Taos Highline começa em R$ 181.790 e pode chegar a R$ 192.470 com todos os opcionais e pintura metálica. Já o Comfortline começa em R$ 154.990 e chega aos R$ 166.610 também com os opcionais disponíveis e pintura metálica.
Ou seja, mesmo em sua configuração mais equipada, o Taos mais barato ainda fica longe do valor inicial do mais caro. O problema é que alguns equipamentos são exclusivos do Highline. Então, se você fizer questão de todo o pacote tecnológico, vai ser forçado a gastar um pouco mais para levar a versão topo de linha para casa.
As principais mudanças visuais da configuração de entrada estão na dianteira e nas laterais. A traseira segue sem nenhuma alteração. Na dianteira, os faróis perdem os projetores e ficam mais simples, mesmo que continuem iluminados por LEDs. A grade também deixa de ter o filete central iluminado.
De lado, a mudança mais notável está nas rodas. Elas têm desenho exclusivo e seguem com 18 polegadas como no Taos mais caro. Apesar do acabamento mais simples, elas são até mais elegantes do que as diamantadas do Highline. As janelas perdem o friso cromado.
Por dentro, o SUV mantém a sobriedade com suas linhas horizontais e acabamentos discretos. O painel não tem partes emborrachadas, que ficam restritos às portas, mas têm uma porção central revestida de couro. O problema é que o revestimento é feito por cima de plástico rígido e, por isso, continua sem toque macio.
O que tem, o que não tem e o que pode ter
De série, os bancos são de tecido, com uma moderna padronagem de cinza mesclado. Mas assim como na unidade avaliada, é possível adicionar um pacote opcional com bancos de couro, além de aquecimento para os bancos dianteiros e ajustes elétricos para o do motorista. O pacote custa R$ 5.240.
Outra baixa no interior está no quadro de instrumentos digital, de 8 polegadas. Apesar de menor e de visualização mais simples, ele cumpre muito bem a sua função e mostra o necessário, sem grandes invenções. Só são dispensáveis os traços azuis nas laterais, que tentam disfarçar o tamanho reduzido da tela.
De série, assim como o Taos Highline, o Comfortline tem 6 airbags, chave presencial, central multimídia VW Play com 10 polegadas, detector de fadiga, chave presencial, carregador de celular por indução e faróis automáticos. Ela pode ter ainda piloto automático adaptativo, frenagem automática e detector de pedestres em um pacote que custa R$ 4.790.
Por outro lado, não pode ter detector de pontos cegos, iluminação ambiente na cabine, seletor de modos de condução, retrovisores aquecíveis e os faróis IQ Light. Além disso, só a Highline pode ter teto solar, e só como opcional.
Um dos trunfos do Taos está no espaço e quem vai atrás não se preocupa com aperto. Pernas, cabeça e ombros têm espaço de sobra. Até quem vai no meio consegue desviar do alto túnel central, apesar de ainda incômodo. O porta-malas, de 498 litros, também impressiona. É o maior entre os rivais. Depois dele vem o Compass, com 476 litros.
Mecânica intocada
O Taos é sempre equipado com o motor 1.4 TSI (turbo com injeção direta) flex, com 150 cv e 25,5 kgfm, sempre com câmbio automático de 6 marchas. Esse conjunto, que é sempre puxado pela tração na dianteira, leva o Taos de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos, de acordo com os nossos testes feitos com gasolina.
Ele tem boas acelerações e desenvolve velocidade de forma fácil e suave, sem esforço. Assim como a direção mais direta, a posição de dirigir do Taos tem certa esportividade, embora sua proposta seja totalmente familiar. É possível achar uma posição mais instigante e prazerosa. A suspensão vai pelo mesmo caminho, mas sem deixar de ser confortável.
Aqui, o acerto busca passar conforto para os ocupantes, sem que para isso o carro seja “molenga”. No Taos, o conjunto não permite que a carroceria tenha grandes rolagens ou dê sustos em curvas. Porém, enquanto os ocupantes desfrutam do conforto, a combinação da direção justa e da suspensão mais firme aparece de forma evidente para o motorista. As imperfeições do solo são refletidas diretamente no volante.
O SUV também passou pela prova de consumo de combustível com bons números. Com gasolina, ele registrou as médias de 11,4 km/l em ciclo urbano e 14,3 km/l em ciclo rodoviário.
Vale a pena?
A estratégia de preços e pacotes de equipamentos do Taos parece proposital para buscar dois tipos diferentes de clientes, em vez de apenas forçar o Highline em quem chegar nas lojas procurando pelo Comfortline. Quem busca por um SUV médio com muito espaço, ótima dirigibilidade e bom nível de equipamentos, mas não tem R$ 180.000 à disposição, vai ficar plenamente satisfeito levando a versão mais barata para casa.
Ela tem tudo o que é necessário e ainda pode ter algo a mais pela oferta de opcionais, agradando quem curte estar perto das tecnologias mais avançadas. Além disso, é mais barata do que a versão equivalente do Jeep Compass, a Longitude.
Por outro lado, buscará pelo Highline quem possui os 30 mil a mais para mostrar que tem a versão mais cara na garagem e, claro, poder usufruir de ainda mais tecnologia e conforto. Em resumo, tudo vai depender da sua conta bancária. E se você não puder levar o topo de linha para casa, não fique triste. O modelo de entrada também vai fazer muito bonito.
Teste – VW Taos
0 a 100 km/h: 10,2 s
0 a 1.000 m: 31,3 s – 169,6 km/h
Velocidade Máxima: 194 km/h*
Retomada:
D 40 a 80 km/h: 4,4 s
D 60 a 100 km/h: 5,6 s
D 80 a 120 km/h: 7,4 s
Frenagens:
60/80/120 km/h – 0 m: 13,6/25,3/54,6 m
Consumo:
Urbano: 11,4 km/l
Rodoviário: 14,3 km/l
Ficha técnica
Garantia: 3 anos
Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 16V, turbo, 1.395 cm³, 150 cv a 5.000 rpm, 25,5 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteiraSuspensão: ind. McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.)
Direção: elétrica, 11,5 (diâmetro de giro)
Pneus: 215/55 R18
Dimensões: comprimento, 446,1 cm; largura, 209,7 cm; altura, 163,6 cm; entre-eixos, 268 cm; porta-malas, 498 l; tanque de combustível, 51 litros
*Dado de fábrica