VW Nivus GTS é (bem) mais rápido com 1.4 TSI, mas não é tão completo
Versão esportiva fica devendo faróis matrix do Polo GTS, mas traz de série ACC, frenagem autônoma e seis airbags

Para a Volkswagen, o ano de 2025 também ficará marcado pelo lançamentos de esportivos. O Golf GTI retornará como importado nos próximos meses e o novo Jetta GLI também está a caminho, mas quem dá a largada é o Nivus GTS, o primeiro SUV a ganhar o sobrenome que fez história com Gol e Passat.
O visual não era novidade, porque o Nivus GTS foi revelado junto com a reestilização do SUV cupê no ano passado. Mas só chega às lojas agora que a VW tirou de linha o Polo GTS – que não vendia bem, é verdade. O Nivus GTS pode ter mais sorte, por combinar o apelo da carroceria de SUV cupê com o pique extra do motor 1.4 TSI.
A proposta de design do Volkswagen Nivus GTS é mais discreta que a de um Fastback Abarth, seu principal rival. Apliques na cor vermelha se limitam a um friso na base do para-choque dianteiro e aos logotipos GTS na traseira, nos para-lamas e na grade.
Outro friso abaixo da grade frontal, que nas outras versões são prateados ou têm acabamento preto brilhante, são pintados na cor da carroceria nos Nivus GTS. Isso também vale para detalhes nas saias laterais e no para-choque traseiro. Os retrovisores são sempre pintados em preto.
O SUV esportivo perde o rack de teto presente nas outras versões do Nivus e ganha um aerofólio maior – tudo para melhorar a aerodinâmica, diz a VW. Outra ação com esse intuito de reduzir o arrasto foi o rebaixamento da carroceria em 2 mm. É praticamente imperceptível, porém ao olhar o GTS de perfil com as rodas aro 18 exclusivas a sensação é que ele está bem mais baixo, trazendo um porte mais imponente.
As rodas foram desenhadas pelo chefe de design da VW, José Carlos Pavone, que confessa achar estas as rodas mais bonitas que já fez nos últimos tempos. Porém, não são essas rodas que vêm de série no GTS e sim as rodas aro 17 que equipam a versão Highline Outfit do Nivus. Será necessário desembolsar R$ 2.050 extras para levar os aros com 18 polegadas.
O interior segue o estilo do Polo GTS, com detalhes na cor vermelha no volante, nas saídas de ar-condicionado, nas portas e no console central.
Contudo, tem uma faixa de vinil cinza no painel para combinar com a forração dos bancos que trazem revestimento exclusivo para o Nivus GTS, porém o formato no estilo “banco concha” segue o mesmo do Polo – é a mesma estrutura, que tem boa densidade da espuma e abas laterais pronunciadas que seguram bem o corpo em curvas bem acentuadas.

Uma novidade para o Nivus GTS, que foi “emprestado” pelo Tera, é a saída de ar condicionado com botão de ajuste de ventilação para o carregador por indução.
O esportivo traz, ainda, a central VW Play Connect, com nova interface e internet 4G a bordo. É opcional para a versão Comfortline e de série na Highline. O novo sistema permite o uso de apps instalados na própria central sem a necessidade de rotear dados do smartphone e também tem funções para controlar e acompanhar o carro remotamente.
Como acelera o Nivus GTS?
O motor é o já conhecido 250 TSI 1.4 turbo flex, que rende 150 cv de 25,5 kgfm – o mesmo que equipava o Polo GTS. Na nossa pista ele cravou o 0 a 100 km/h em 9,9 segundos, bem mais rápido que o Nivus equipado com o motor 1.0 turbo (128 cv/20,4 kgfm), que fez a mesma prova em 11,2 segundos.
Mas ao comparar essa marca com o rival, Fastback Abarth, o Nivus GTS sai em desvantagem: o SUV esportivo da Fiat faz cumpre a aceleração de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos. Isso era esperado, porque é equipado com o motor 1.3 turbo que rendia até 185 cv – a linha 2025 ainda não foi anunciada.
Mas é no consumo que o Nivus GTS surpreende, afinal fez no nosso ciclo 12,4 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada. Enquanto o Fastback faz 10,9 km/l e 15,2 km/l, respectivamente.
Outra vantagem do SUV da VW é ser ter freios traseiro com disco sólido, o beneficiando nas provas de frenagem. Na de 100 km/h a 0, por exemplo, enquanto o Nivus percorreu 38,3 metros, o Fastback levou 39,6 metros para parar completamente.
Porém é no comportamento dinâmico que o VW Nivus GTS nos mostra que é um esportivo. Houve alteração em todo o conjunto de suspensão. Há novos amortecedores dianteiros e traseiros, nova barra estabilizadora, novo coxins e braço na suspensão dianteira e novas molas na traseira.

Todas essas mudanças contribuíram para uma carroceria mais estável, em especial, nas curvas. É possível contornar curvas acentuadas em velocidades mais elevadas e a carroceria praticamente não rola. Segundo a VW as mudanças na suspensão contibuíram para a redução de 8% na rolagem em relação a outras versões do Nivus.
Também é perceptível que a carroceria está menos suscetível a oscilações laterais em velocidade de cruzeiro, acima de 100 km/h. Trata-se de um acerto que privilegia a esportividade e portanto é mais firme e traz para a direção uma maior comunicação com o piso, na pista esse atributo é positivo, mas em um asfalto irregular pode incomodar, como acontecia com o Polo GTS. No entanto, só tivemos a oportunidade de dirigir o GTS na pista.
Assim como o Polo GTS, o Nivus traz o Soundaktor, um atuador de som instalado na base do para-brisa para fazê-lo ressonar na mesma frequência que o motor. É assim que o “ronco” invade a cabine para tornar a condução mais instigante. Essa função só é ativada no modo Sport, que só pode ser ativado por meio da multimídia e ele também encurta o tempo de trocas das marchas, torna o acelerador mais sensível e responsivo e a direção fica mais firme, tudo como manda o figurino. Mas não há ronco mais encorpado no escape.
Nas nossas medições de ruído é o Nivus GTS que é mais silencioso com o câmbio em neutro em relação ao Fastback, mas quando se trata de esportivo isso pode não ser uma vantagem, pois enquanto o Fiat traz escapamentos esportivos que reverberam o som real do motor para cabine tornando mais visceral o contato com o ruído do motor no GTS essa relação é simulada.
Nem tão completo
Houve uma evolução no pacote de segurança do Polo GTS para o Nivus GTS, pois o SUV tem piloto automático adaptativo e o pacote ADAS, que inclui assistente de permanência em faixa e monitor de pontos cegos, de série. Também tem seis airbags, enquanto o Polo tinha quatro, e completam a lista de tecnologias: frenagem de emergência, assistente de saída de vaga e park assist.
Porém o Nivus perdeu um item importante, pois não traz os faróis full-led matriciais IQ.Light que equipavam o hatch esportivo. Estes faróis iluminam melhor e são capazes de se adaptar à velocidade, condições do tempo e até a carros, pedestres e ângulo de direção, apagando seções do facho. O SUV tem os mesmos faróis full led que equipam o restante da linha.

Preço é salgado
O Nivus GTS foi anunciado por R$ 174.990, porém com as rodas exclusivas de 18” esse preço sobe para R$ 177.040. Portanto o GTS pode ser até R$ 5.050 mais caro que o Fastback Abarth que é mais potente, rápido e também traz riqueza no conteúdo.

Teste – Volkswagen Nivus GTS
Aceleração
0 a 100 km/h: 9 s
0 a 1.000 m: 29,92 s – 178,3 km/h
Velocidade máxima
207 km/h*
* Dado de fábrica
Retomadas (D):
40 a 80 km/h: 4,2 s
60 a 100 km/h: 4,8 s
80 a 120 km/h: 5,8 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 13,4/25,3/57,7 m
Consumo
Urbano: 13,2 km/l
Rodoviário: 16,4 km/l
Ficha técnica – Volkswagen Nivus GTS
- Preço: R$ 174.990
- Motor: flex., diant., transv., 4 cil. , 16V, 1.395 cm3; 74,5 x 80 mm, 10:1, 150 cv a 5.000/4.500 rpm, 25,5 mkgf a 1.500 rpm
- Câmbio: automático de 6 marchas, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (diant.)/eixo de torção (tras.)
- Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
- Direção: elétrica
- Rodas e pneus: liga leve, 205/55 R17
- Dimensões: comprimento, 427,2 cm; largura, 175, 7 cm; altura, 149,9 cm; entre-eixos, 256,6 cm; peso, 1.266 kg; tanque, 49 l; porta-malas, 415 l