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Tração dianteira é melhor que traseira? Veja como cada carro reage no limite

Testamos a reação de carros de tração dianteira e traseira quando são levados ao limite. E indicamos o que o você precisa fazer para não ser pego de surpresa

Por Isadora Carvalho e Henrique Rodriguez
Atualizado em 4 set 2025, 18h15 - Publicado em 4 set 2025, 17h41
Reação tração dianteira e traseira
 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Um vídeo que flagra um Porsche 911 colidindo de frente com um carro estacionado em uma avenida em Goiânia (GO) viralizou recentemente. A imagem mostra o motorista do Porsche acelerando forte ao sair de uma rotatória até que perde o controle.

Nos comentários, a falta de habilidade do motorista com um carro de tração traseira é apontada como a causa, mas o carro derrapou de frente e não de traseira, como é usual em um carro com tração traseira e essa reportagem te explica o porquê.

Reação tração dianteira e traseira
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

QUATRO RODAS promoveu um teste em pista molhada para exemplificar a diferença do comportamento dinâmico de um carro com tração traseira e de outro com tração dianteira em uma situação crítica em curva. Para fazer isso em segurança, solicitamos à General Motors a utilização do CPCA (Campo de Provas da Cruz Alta), o maior centro de testes automotivos do hemisfério sul.

A pista utilizada foi a Área de Teste de Dinâmica Veicular (VDTA), também conhecida como Black Lake: vista do alto, parece ser um grande lago negro devido à cor escura do asfalto. Essa impressão aumenta quando o asfalto é molhado para a realização de testes de estabilidade. Esta área total de 120.000 m² (o equivalente a cerca de 18 campos de futebol) tem um sistema de irrigação em suas extremidades.

Reação tração dianteira e traseira
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para o teste, mais de 100.000 litros de água de reúso foram despejados no asfalto para que a lâmina d’água chegasse aos 2 milímetros, de forma a simular uma situação em que há perda de aderência dos pneus.

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O Chevrolet Camaro, mesmo fora de linha no Brasil desde 2024, representou os carros com tração traseira. É um legítimo muscle car, com motor V8 6.2 de 461 cv. Para representar os carros com tração dianteira, selecionamos o Chevrolet Equinox Activ, cuja tração integral só é ligada pelo motorista ou por meio de modos de condução para situações de baixa aderência. Seu motor é um 1.5 turbo com 177 cv.

A intenção desta reportagem é orientar o leitor sobre quais ações devem ser tomadas ao volante para evitar um acidente em uma situação de perda de aderência em pista molhada ou até mesmo seca, e esclarecer como o eixo de tração muda o comportamento dos carros.

Independentemente da tração ser dianteira ou traseira, todos os automóveis são desenvolvidos para que, no limite de aderência, como numa curva rápida, a tendência seja escorregar de frente no sentido da área externa da curva, um comportamento também conhecido como subesterçante, em vez de escorregar a traseira, como fazem os carro com tendência sobresterçante.

Reação tração dianteira e traseira

Reação tração dianteira e traseira
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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“A eletrônica embarcada combinada com o acerto da suspensão são capazes de controlar o veículo para ‘sair’ de frente independente da sua tração e isso ocorre por uma questão de segurança”, afirma Mario Pinheiro, especialista em dinâmica veicular da SAE Brasil, Sociedade de Engenheiros da Mobilidade.

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Pinheiro ressalta que quando o carro é subesterçante (escorrega de frente) é mais fácil voltar para a trajetória original. pois a ação necessária é intuitiva: parar de acelerar. “Nenhum fabricante quer colocar o seu cliente em uma situação de risco iminente de acidente, portanto se a maneira mais fácil de sair de uma situação crítica é com o carro ‘saindo’ de frente é essa condição que será favorecida pela eletrônica”, diz Pinheiro.

Um carro com tração traseira com todos os seus controles eletrônicos ativados só vai sair de traseira se for provocado, seja virando rápido o volante, seja com uma forte aceleração na curva. Nós provocamos o Camaro.

Reação tração dianteira e traseira
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Reação tração dianteira e traseira

Na primeira volta no circuito molhado, o editor Henrique Rodriguez contornava a curva a cerca de 60 km/h com os controles de estabilidade (ESC) e tração (TC) ligados, quando virou rápido a direção e acelerou, e sentimos a frente do carro escorregar um pouco enquanto os pneus “cantavam”, mas bastou reduzir a velocidade para o carro voltar à sua trajetória original sem sustos.

A situação foi diferente quando os controles eletrônicos foram desligados. Ao entrar na curva na mesma velocidade, a reação aos mesmos comandos foi um giro de 360° com a traseira tomando o lugar da dianteira. Era uma situação já prevista e que ali só provocou frio na espinha, mas que na vida real poderia ter causado um acidente grave.

Na terceira volta, ainda com os controles desligados, Rodriguez seguiu à risca a orientação do engenheiro especializado em dinâmica veicular e, após entrar na curva, contraesterçou, ou seja, virou o volante na direção contrária da tangência e dosou o acelerador sem frear.

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“Não é uma situação nada intuitiva, porque ao sentir que está perdendo a traseira é instintivo pisar no freio e segurar o volante a favor da tangência da curva, mas no carro de tração traseira (com os controles desligados) o indicado é fazer o oposto e por isso é tão complexo”, conta Rodriguez. Frear nesta situação deixa a traseira “leve”, dificultando a aderência.

Reação tração dianteira e traseira
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Reação tração dianteira e traseira
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

De acordo com o engenheiro da SAE, a manobra de contraesterço exige muito treino e mesmo motoristas experientes podem se confundir quando são colocados à prova.

“É necessário também, nessa condição, retirar o pé do acelerador com suavidade, o movimento brusco é apenas no volante”, diz Pinheiro, que orienta, ainda, que pisar no freio em curvas nunca é indicado. “A frenagem propicia a transferência de massa para a dianteira do carro e essa condição só irá contribuir para que o mesmo saia de vez da trajetória e rode 360°.”

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Reação tração dianteira e traseira
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Reação tração dianteira e traseira
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Com o Equinox, no qual assumi a direção, não tivemos muitas emoções. Não houve perda de aderência contorndo a curva a cerca de 60 km/h e o carro seguiu a trajetória com tranquilidade. Porém, com os controles desligados, os pneus dianteiros derraparam e o carro começou a puxar para o lado de fora da curva: bastou aliviar o acelerador para o Equinox retomar a trajetória. “No carro com tração dianteira não precisa pisar no freio ou mexer no volante, é mais intuitivo que o motorista desacelere até retomar o controle”, orienta Pinheiro.

Simulamos situações extremas com pista molhada e controles eletrônicos desligados para exemplificar o comportamento de cada tipo de tração. Porém, o indicado é nunca desligar nenhum controle eletrônico para manter a segurança. Mas, caso haja perda de aderência com o piso, o leitor saberá como agir independente da tração, mas dependendo da velocidade não tem habilidade ou eletrônica que consigam segurar o carro.

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