Teste: novo Mitsubishi Pajero Sport é SUV raiz e gourmet ao mesmo tempo
Importada em versão única por R$ 265.990, nova geração alia tradicional capacidade fora-de-estrada a sistemas de condução semiautônoma
O Mitsubishi Pajero Sport finalmente chegou ao Brasil por R$ 265.990, após namorar por quase quatro anos o nosso mercado – o lançamento do SUV na Ásia aconteceu em 2015.
Importado em versão única HPE da Tailândia, o modelo topo de linha traz uma série de recursos de segurança, como controle de velocidade adaptativo, alerta de pontos cegos e sistema de frenagem de emergência.
Esses equipamentos revelam uma nova preocupação do fabricante com conforto. Durante nosso primeiro contato, um dos pontos que mais impressionaram (até mesmo a outros jornalistas) foi a maciez dos bancos.
Posso garantir que, após cinco horas do percurso com cidade, rodovia e muitos trechos de terra, cheguei surpreendentemente relaxado ao meu destino. Mas não posso negar que os ajustes de direção e de suspensão também tiveram papel fundamental.
Isso porque as regulagens mais firmes evitaram aquele balanceio típico das picapes médias. Até mesmo a altas velocidades, o Pajero Sport mantém a carroceria de 4,78 m de comprimento e 2.095 kg sob controle do motorista.
Os passageiros também têm vida mansa nas fileiras de trás: há saídas de ventilação exclusivas, inclusive com regulagem independente. Mas é a tomada 110 V com padrão doméstico brasileiro que chamará a atenção das crianças a bordo – e até do vizinho.
Chegar aos bancos do fundão é relativamente simples. Basta puxar uma alavanca e a fileira do meio se contorce de uma só vez. E eu, com 1,78 m, até me acomodei com certo conforto, sem raspar a cabeça no teto ou joelhos no encosto à frente.
Caso você não precise utilizar todos os lugares disponíveis, pode guardar a última fileira sob o assoalho do porta-malas e ter 971 litros de capacidade. No nosso trajeto, o sistema não fez ruído em nenhuma das posições.
Só não pense que o SUV passou pelo raio gourmetizador e esqueceu da tradição fora de estrada.
No console central há um seletor eletrônico que permite escolher entre os diferentes modos de tração: 4×2, 4X4, 4×4 com diferencial central travado e, na opção mais lameira, com reduzida.
Interessante é que, graças ao diferencial central, o motorista pode utilizar a tração nas quatro rodas de maneira permanente. O consumo aumenta, é claro, assim como a aderência e estabilidade em curvas.
Durante nossos testes nas pistas, utilizamos apenas os modos mais eficientes.
E, nestas condições, o SUV com motor 2.4 turbodiesel de 190 cv de potência e 43,9 mkgf de torque chegou aos 100 km/h em 12 segundos. Já o consumo foi de 9 km/l na cidade e 11,5 km/l no ciclo rodoviário.
A principal diferença mecânica em relação à L200 Triton Sport, que lhe serve como base, é o câmbio automático de oito marchas – que chegará à picape com a próxima reestilização. No SUV, há opção de trocas por borboletas.
Por aqui, a lista de equipamentos será bem recheada: sete airbags, ar-condicionado de duas zonas, central multimídia, teto solar e rodas de liga leve aro 18, além de todas mordomias para condução das quais já falei.
O problema é que, pela mesma faixa de preço, você pode escolher opções mais luxuosas (apesar de serem menos lameiras), como Land Rover Discovery Sport e Volvo XC60, ambos com motores turbodiesel.
E é claro que ainda há pontos para a Mitsubishi melhorar quando houver uma reestilização.
As lanternas e a tampa do porta-malas, por exemplo, não são apenas polêmicos, mas também ficam perigosamente expostos a batidas, por conta da posição e do para-choque traseiro recuado.
Um problema que donos de Honda Fit até a linha 2017 conhecem muito bem, só que vivido agora por donos de um veículo muito maior (e difícil de manobrar).
VEREDICTO
Se você procura um SUV raiz para chegar onde somente picapes e jipes podem ir, mas precisa levar toda a família junto, essa é provavelmente a melhor escolha para você colocar na garagem de casa.
TESTE
Aceleração
0 a 100 km/h: 12 s
0 a 1.000 m: 33,6 s – 154 km/h
Velocidade máxima
180 km/h (dado de fábrica)
Retomada
De 40 a 80 km/h: 5,3 s
De 60 a 100 km/h: 6,8 s
De 80 a 120 km/h: 9,2 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 16,2/28,3/65,1 m
Consumo
Urbano: 9 km/l
Rodoviário: 11,5 km/l
FICHA TÉCNICA
- Preço: R$ 265.990
- Motor: diesel, dianteira, longitudinal, 4 cil. em linha, 16V, 86 x 105,1 mm, 15,5:1,5, turbo, 2.442 cm3; 190 cv a 3.500 rpm, 43,9 mkgf a 2.500 rpm
- Câmbio: automático., 8 marchas, tração 4×4
- Suspensão: duplo A (dianteira) e eixo rígido (traseira)
- Freios: disco ventilado (dianteira) e disco sólido (traseira)
- Direção: hidráulica
- Rodas e pneus: liga leve, 265/60 R18
- Dimensões: comprimento, 478,5 cm; altura, 180,5 cm; largura, 181,5 cm; entre-eixos, 280 cm; altura livre do solo, 23,6 cm; peso, 2.095 kg; tanque, 68 l; porta-malas, 971 l (com cinco lugares)