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Mercedes-Benz A200 vira híbrido, mas tem desvio de personalidade

Com suspensão rígida, o hatch tem uma pegada esportiva que não aparece no desempenho; ele também fica devendo itens importantes pelo que custa

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 nov 2023, 11h07 - Publicado em 24 nov 2023, 11h07
Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O segmento dos hatches médios está cada vez mais restrito no mercado brasileiro, já que, com a iminente descontinuação do Chevrolet Cruze, a categoria passará a contar apenas com representantes premium.

Entre eles, a tríade alemã formada por Audi A3, BMW Série 1 e Mercedes-Benz Classe A. Este último é o assunto da vez: ele acaba de receber leves retoques visuais e mecânicos, passando a ser híbrido leve.

Apresentado em versão única, o A 200 AMG Line parte de salgados R$ 344.900, acima do preço dos concorrentes: o A3 tem duas versões, por R$ 284.990 e R$ 302.990, enquanto o BMW 118i, em versão única também, sai por R$ 313.950.

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A mudança mais relevante na linha 2023 do A 200 está debaixo do capô. O motor 1.3 turbo, compartilhado com a Renault, passa a ter o auxílio de um sistema elétrico de 48 V, que substitui o alternador. Embora seja alimentado por uma bateria instalada no porta-malas, o sistema não traciona o veículo e tampouco altera os números de potência – que segue com 163 cv. O torque sobe para 27,5 kgfm (ante 25,5 kgfm).

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As ajudas aparecem na partida do motor, que ficam mais suaves, e em velocidades de cruzeiro, onde o motor a combustão é desligado e o sistema elétrico assume a vigilância para a necessidade de um retorno do combustão. São situações que visam a economia de combustível e o conforto acústico e de vibrações dos ocupantes.

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Apesar da novidade, o desempenho do A 200 não ganhou com isso. Não pode se dizer que se trata de um carro lento, mas ele não provoca grandes emoções, mesmo com o funcionamento rápido do câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas – que, por sua vez, retarda de forma incômoda a troca das duas primeiras marchas, mesmo no modo de condução mais econômico. As trocas de marchas, porém, são rápidas e bastante suaves.

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O desempenho também não conversa com o restante do conjunto, como direção e suspensão, mais voltadas à esportividade. A direção tem um peso considerável e é direta. Já a suspensão é rígida, com amortecedores de pequeno curso e sem cerimônias quando buracos ou terrenos ruins surgem pela frente. As pancadas são duras e secas.

Também há a altura em relação ao solo, pequena, e que faz a dianteira longa raspar em lombadas e rampas com certa facilidade. Ou seja, enquanto a motorização sugere uma vocação mais urbana ao A 200, o restante coloca o hatch como um esportivo.

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

De fato, a dirigibilidade é boa, mas não há fôlego do motor para acompanhar. Assim, é um carro para desfilar: sem pretensões esportivas e sem sofrer com a suspensão à toa.
Em nossos testes, o modelo foi de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos – mais lento que um Fiat Pulse Abarth, com seus 8,2 segundos, e que um VW Polo GTS, que chega aos 100 km/h em 9 segundos. A compensação vem no consumo de combustível, com as boas médias de 11,6 km/l em ciclo urbano e 15,4 km/l em ciclo rodoviário.

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Se a mecânica do A 200 tem seus poréns, as novidades visuais lhe fizeram muito bem. O hatch chama atenção e tem sempre o pacote visual esportivo AMG Line, para ajudar. O novo para-choque traz aberturas maiores e com desenho mais próximo dos legítimos AMG, enquanto a grade tem nova configuração, com os frisos mais finos e a trama composta por pequenas estrelas de três pontas, reproduzindo o logo da Mercedes.

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Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Os faróis full-led mantêm o formato, mas ganham outra disposição das luzes. Traseira e lateral têm mudanças menores. Atrás, as lanternas mudam no layout interno, com iluminação mais elegante. De lado, as novas rodas de 18”, com pneus 225/45, têm desenho que mistura esportividade e aerodinâmica, mas aparentam ser menores do que realmente são.

O interior do Classe A se mantém moderno com o conjunto de duas telas de 10,2” cada, além das saídas de ar redondas e dos bancos em formato esportivo, com mistura de imitação de couro e Dinamica (um novo nome dado ao conhecido Alcantara).

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O volante, com comandos sensíveis ao toque (o que pode gerar inconvenientes trocas de funções sem querer) e miolo de aspecto retrô, é a única novidade na cabine. Ele também vai bem no acabamento, de alta qualidade, com materiais emborrachados e montagem precisa, além de um esquema de iluminação que deixa qualquer balada com inveja.

Para alguns, a quantidade de luzes pela cabine pode soar como exagero, mas é possível configurar cores e intensidade (ou até desligar alguns pontos) de acordo com a preferência de cada um.

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Entre os equipamentos, há Android Auto e Apple CarPlay sem fio, carregador de celulares por indução, teto solar panorâmico, frenagem automática de emergência e sistema de estacionamento semiautônomo.

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Por outro lado, fica devendo itens importantes pelo que cobra, como alerta de pontos cegos, assistente de permanência em faixa, ar-condicionado bizona e piloto automático adaptativo. Nada disso é oferecido sequer como opcional no Mercedes-Benz A 200 e já está presente em modelos de categorias inferiores.

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O espaço condiz com o de um hatchback. Atrás, desde que o motorista tenha estatura média de cerca de 1,75 m, pessoas de até 1,80 m não terão problemas, mesmo que não exista espaço de sobra. Acima disso, os joelhos poderão encostar nos bancos dianteiros e a cabeça tenderá a raspar no teto. Já a acomodação de um ocupante central é tarefa difícil pelo alto túnel central. O console central, por sua vez, não oferece saídas de ar-condicionado.

Mercedes-Benz A200
Mercedes-Benz A200 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As bagagens vão bem acomodadas no porta-malas, que tem 350 litros de capacidade – menos que os 380 litros de A3 e Série 1, mas, ainda assim, bom.

O novo Classe A é, sem dúvida, um carro de alto nível, digno da marca, mas se perde na proposta de motor e dirigibilidade. Além disso, reforça a política de preços da Mercedes-Benz, que coloca seus modelos acima da concorrência, mesmo que eles ofereçam menos.

Ficha técnica – Mercedes-Benz A200

Motor: gas., diant., transv., 1.332 cm³, turbo, 16V, injeção direta, 163 cv a 5.500 rpm, 27,5 kgfm a 2.700 rpm
Câmbio: automatizado de dupla embreagem, 7 marchas, tração dianteira
Sistema elétrico: 48 V Direção: elétrica, 11 m (diâmetro de giro)
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Freios: a disco nas quatro rodas
Pneus: 225/45 R18
Dimensões: comprimento 442,8 cm; largura, 199,2 cm; altura, 144 cm; entre-eixos, 272,9 cm; peso, 1.440 kg; porta-malas, 350 l

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Teste Quatro Rodas – Mercedes-Benz A200

Aceleração
0 a 100 km/h – 9,6 s
0 a 1.000 m – 30,8 s – 174,3 km/h
Velocidade máxima: 225 km/h* (dado de fábrica)

Retomadas
40 a 80 km/h (D) – 4,2 s
60 a 100 km/h (D) – 5,2 s
80 a 120 km/h (D) – 7,1 s

Frenagens
60/80/120 km/h a 0 – 14,5/25,8/59 m

Consumo
Urbano – 11,6 km/l
Rodoviário – 15,4 km/l

Ruído interno
Neutro/RPM máx. – 40,8/66,8 dBA
80/120 km/h – 62,4/69,2 dBA

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Aferição
Velocidade real a 100 km/h – 99 km/h
Rotação do motor a 100 km/h – 2.100 rpm
Volante -2,5 voltas

Seu bolso
Preço – R$ 344.900
Garantia – 3 anos

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