Renault Logan Easy´R
A versão Easy´R traz de volta os soquinhos das primeiras transmissões automatizadas

Confesso que tenho o pé direito um pouco pesado. Sou do tipo que gosta de ir do ponto A ao B sem perda de tempo. Talvez por isso não tenha gostado do Logan com o câmbio automatizado Easy’R. Você pisa fundo, ele espera muito tempo e só faz a mudança depois. Ou então estica a marcha, estica, estica e troca quando o motor já grita alto demais. Enquanto isso, você sente sua cabeça indo para a frente e para trás a cada troca brusca. Quando aliviei o pé e passei a dirigir mansinho, as coisas melhoraram. Mas não muito. O problema deve ser meu, pensei. Até que duas pessoas da redação tiveram a mesma impressão. Esse câmbio me fez lembrar as primeiras gerações do Fiat Dualogic e do VW I-Motion (VW). Só que eles nasceram em 2008 e 2009, respectivamente.
Levamos o carro para a pista para ver como se sairia em relação a um Logan 1.6 manual. Ele acabou andando bem menos e gastando um pouquinho a mais. O Easy’R completou a prova do 0 a 100 km/h em 16,8 segundos, ante 13,7 do manual. O consumo baixou de 11,1 (cidade) e 14,9 km/l (estrada) para 10,7 e 14,8 km/l no caso do automatizado, ambos testados com gasolina.
E, mesmo não tendo gostado do comportamento irrequieto do câmbio, que exige que o motorista se adapte a ele, eu compraria um Logan se quisesse aposentar meu pé esquerdo e precisasse de um sedã de entrada. Faça as contas: a versão mais barata com esse câmbio é a Expression 1.6 8V (ele só está disponível com esse antigo motor de 106/98 cv), por R$ 47 220 – é uma opção mais racional que a testada, a Dynamique, de R$ 51 420. De série, a Expression vem com tudo o que importa: ar, direção, travas e vidros dianteiros elétricos, alarme e computador de bordo. E ainda traz dois mimos: sensor de ré e central multimídia com GPS, Bluetooth e um prático sistema que ensina a dirigir economicamente.
Quando cotamos rivais como Voyage, Grand Siena, Prisma e HB20, todos eles são menores, mais caros ou menos equipados – ou geralmente uma combinação dos três. Não é à toa que a Renault estima que 20% dos donos de Logan 1.6 terão um Easy’R. Se tiverem paciência para aprender com ele.
VEREDICTO
O câmbio ainda precisa de ajustes e exige que você se adapte a ele, mas o custo-benefício para quem quer dirigir um sedã espaçoso sem trocar marchas faz a compra valer a pena.