Nosso primeiro encontro com o novo Cherokee nos Estados Unidos aconteceu na edição de agosto – e foi estranho. O desempenho foi aprovado. O visual, nem tanto. Agora que ele chega às lojas do Brasil, levamos o SUV para nossa pista de testes e também sentimos um pouco da reação do público ao design, que causa polêmica desde que foi lançado, no fim de 2013. O Cherokee estreia só na versão Limited, que custa R$ 174 000. Até dezembro chegam a Longitude, de entrada (R$ 159 900), e a Trailhawk (R$ 189 900), que incorpora recursos 4×4 avançados, como marcha reduzida, bloqueio do diferencial traseiro, assistência de descida de rampa e controle de velocidade off-road, que regula a velocidade ao passar por pedras ou valetas ou ao percorrer trechos de baixa aderência como lama e areia.
Os preços superaram nossa estimativa, que era a partir de R$ 140 000. A versão Longitude equivale ao Santa Fe de sete lugares (R$ 161 900), enquanto a Limited está no patamar do Grand Santa Fe (R$ 173 900 e também sete lugares). Os resultados da pista de testes ficaram bem próximos dos rivais coreanos, que usam motor V6 3.3 de 270 cv. Embora mantenha suas habilidades off-road (além da tração 4×4, todas as versões têm o sistema de controle de tração Select Terrain, que se adequa aos diversos tipos de piso), ele mira no público urbano. A cabine tem acabamento refinado e o motorista conta com comodidades como ar-condicionado dual-zone, sensores de pontos cegos, câmera de ré e display no painel de LCD.
Incomoda um pouco a falta de progressividade na entrega dos 271 cv, despejados de uma vez quando se pisa no acelerador. Além disso, o grande diâmetro de giro me obrigou a várias idas e vindas no apertado estacionamento do meu prédio. Já o visual divide opiniões. “Tem cara de mau, da hora!”, sorriu o funcionário de uma loja de conveniência num posto em São Paulo. No mesmo local, depois que revelei ser um jornalista e não o proprietário, um senhor em um Honda CR-V fez careta: “Olha, não gostei. Isso não é um Jeep de verdade”.
VEREDICTO
Com visual do tipo “ame ou odeie”, ele tem qualidades on e off-road – mas o preço será o grande obstáculo a superar.
Cabine no nível dos sedãs de luxo
Motor | diant., transv., V6, 24V |
---|---|
Cilindrada | 3 239 cm3, gasol., |
Potência | 271 cv a 6 500 rpm |
Torque | 32,2 mkgf a 4 400 rpm |
Câmbio | automático, 9 marchas, tração integral |
Dimensões | comprimento, 462,4 cm; largura, 185,9 cm; altura, 168,3 cm; entre-eixos, 270 cm |
Peso | 1 834 kg |
Porta-malas/caçamba | 412 litros |
Consumo urbano | 7,9 km/l |
Consumo rodoviário | 11,4 km/l |
0 a 100 km/h | 9,1 s |
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D) | 4,7 s |
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D) | 4,9 s |
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D) | 6,7 s |
Frenagem | 16,5 / 28,2 / 66,1 |