Nova Nissan Frontier Platinum 2023 é versão tecnológica e mais discreta
Picape renovada continua com o mesmo motor 2.3 biturbo de 190 cv, sendo a menos potente do segmento; porém, ficou mais equipada e atraente
Mesmo em um segmento tão promissor e fiel como o das picapes, a Nissan Frontier não tem um desempenho avassalador em suas vendas. Ela é a quinta colocada entre as picapes médias no Brasil.
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Um dos motivos desse desempenho, e talvez o principal, é que ela ficou ultrapassada, em especial, em tecnologias de segurança ativa. Mas, isso ficou no passado: a Frontier 2023 chega bem equipada, moderna e com design ainda mais atraente.
Nós já apresentamos a nova versão topo de linha, a PRO 4X, mas ela é acompanhada da Platinum, que tem o mesmo preço e nível de equipamentos – porém, é direcionada a um público que busca por mais sofisticação. Por isso, o vídeo acima mostra todos os detalhes sobre a configuração Platinum, apontando seus principais aspectos positivos e negativos.
Design
O conjunto óptico equipado com quatro mini projetores em led são emoldurados por uma assinatura, também em led, no formato de uma letra C, que também está presente nas lanternas. Segundo a Nissan, estes novos faróis têm 30% mais brilho no farol alto e 20% no farol baixo.
Todo esse conjunto é exclusivo das duas versões topo de linha e responsável por dar esta sofisticação extra na dianteira. As outras versões são equipadas com faróis também em led, mas com apenas uma parábola.
A grade também é toda nova e, na Platinum, ela é cromada exatamente para reforçar o ar de sofisticação. Na versão Pro-4X toda essa peça é em preto. O para-choque também é novo, com os nichos dos faróis de neblina posicionados nas extremidades. Além disso, a dianteira está mais alta e passou a ter seu ângulo de entrada maior do que o modelo anterior, com 31,4°, um dos maiores do segmento.
Na traseira, além das novas lanternas também iluminadas por leds, a caçamba passou a ter paredes mais altas. O aumento foi de 2,5 cm próximo à cabine e de 5 cm nas laterais e na tampa da caçamba – que agora tem sistema de redução de esforço (ela ficou 60% mais leve, segundo a marca).
Na lateral o que diferencia da irmã aventureira são as rodas aro 18, enquanto a Pro 4X usa rodas aro 17 calçadas em pneus de uso misto.
Mesmas dimensões
Por mais que a linha 2023 tenha recebido mudanças profundas tanto em design quanto nos equipamentos, trata-se de uma reestilização e, portanto, não houve alterações em dimensões. Ela continua com o mesmo entre-eixos de 3,15 metros, um dos maiores entre as picapes – só perde pra Ranger, que tem 3,22 metros.
Portanto, há um bom espaço para as pernas de três ocupantes. A questão é o conforto em viagens mais longas, já que as pernas ficam mais elevadas que o quadril (posição comum em cabines de picapes) e isso pode trazer desconforto depois de um certo tempo de viagem.
Cabine renovada
Por dentro, a grande novidade é que o quadro de instrumentos digital ficou maior (foi de 5” para 7”) e tem agora uma resolução melhor, mas os bons e velhos mostradores analógicos continuam aqui, firmes e fortes.
A peça central continua exatamente a mesma do modelo anterior, com central multimídia com tela de 8 polegadas, Apple CarPlay e Android Auto. Não foi dessa vez, no entanto, que a picape ganhou conexão sem fio com estas plataformas e, tampouco, Wi-Fi a bordo – que está disponível na rival S10.
O acabamento decepciona pelo excesso de plástico rígido. Eram esperados materiais emborrachados ao menos nesta versão topo de linha, mas é válido destacar que boa parte das picapes têm um acabamento mais simples com a predominância do plástico. Apenas as picapes de alto luxo como a RAM 3500 escapa dessa tendência.
Uma das questões do modelo anterior era a ausência de tecnologias de auxílio ao motorista, mas a nova Frontier resolve esse problema. O pacote de segurança ativa, chamado de Safety Shield (disponível apenas nas duas versões mais caras), inclui alerta e frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, monitor de atenção do motorista e alerta de pontos cegos, que também intervém nos freios e corrige a direção para evitar impactos laterais.
Essas tecnologias a tornam uma das picapes mais completas do segmento. Só fica devendo o piloto automático adaptativo, presente na Ranger Limited.
Teste e impressões
A picape é equipada com o 2.3 biturbo a diesel com rendimento de 190 cv e 45,9 kgfm, sempre com o câmbio automático de sete marchas. O torque máximo é entregue aos 1.500 rpm, o que torna a condução mais divertida e traz mais confiança nas ultrapassagens. Nesta faixa o turbolag praticamente inexiste, porém, em rotações mais altas o motor demora um pouco mais para responder do que deveria.
No asfalto foi perceptível o excelente conforto acústico na cabine graças ao bom isolamento do habitáculo e também ao comportamento menos ruidoso do motor a diesel.
No nosso teste a nova picape fez de 0 a 100 km/h em 12,2 segundos – acabou levando um pouco mais de tempo que o modelo anterior LE, que fez em 11,3 segundos. E ela também é a mais lenta entre as rivais, o pode ser atribuído ao motor menos potente com 190 cv, enquanto Hilux, Ranger e S10 são equipadas com motores que rendem até 200 cv. Isso mesmo sendo biturbo.
Já o consumo ficou dentro da média da categoria, com 8,9 km/l na cidade e 12,5 km/l no rodoviário.
Há alterações importantes no conjunto de suspensões. Tanto a dianteira, duplo A, quanto a traseira, com eixo rígido five-link, receberam novos amortecedores com maior capacidade de absorção de impactos. Os freios traseiros passaram a ser a disco, algo que até então estava restrito à Volkswagen Amarok no segmento das picapes médias.
Mas o sistema de direção não acompanhou toda essa evolução e continua com assistência hidráulica – o que torna as manobras menos confortáveis. Ela é a única a ainda contar com esse tipo de assistência.
Sãp três modos de tração: a 4×2, a 4×4 e a 4×4 Low. Porém, o diferencial traseiro presente na Pro 4X não aparece por aqui. Os modos de tração funcionam em conjunto com os modos de direção que podem ser ativados no console central, são eles: standard, sport, off-road e tow (usada quando a caçamba está carregada ou ao se puxar reboque).
A função off-road foi a mais utilizada durante o test-drive, e é perceptível que o motor trabalha em rotações mais altas para oferecer o máximo de torque em baixas velocidades. Afinal, em trilhas pesadas é natural manter uma velocidade média de 30 km/h, e é exatamente nessa condição que o torque será mais exigido.
Também para contribuir no off-road, a picape também conta o sistema de visão 360° com monitor de movimento, e que também funciona como um monitor off-road quando a tração 4×4 está ativada – e que se mostrou ser bem útil em baixas velocidade em uma trilha com mata fechada.
A Frontier evoluiu e corrigiu as falhas em segurança e ficou mais atraente, porém o seu desempenho não empolga. A boa notícia é que o preço não aumentou. A versão Platinum custa R$ 314.590 – a Ranger Limited é R$ 1.000 mais barata, enquanto a Hilux SRX sai por cerca de R$ 5.000 a mais do que a Nissan.
Ficha Técnica – Nissan Frontier Platinum
- Motor: 4 cil., 16V, diesel, biturbo, 2.298 cm³, 190 cv a 3.750 rpm, 45,9 kgfm a 1.500 rpm
- Câmbio: aut., 7 m.
- Suspensão: indep., braços sobrepostos (diant.), eixo rígido (tras.)
- Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
- Pneus: 255/64 R17
- Dimensões: compr., 526 cm; larg., 185 cm; alt., 186 cm; entre-eixos, 315 cm; peso, 2.220 kg; caçamba, 1.054 l; capacidade de carga, 1.030 kg
Teste feito por QUATRO RODAS – Nissan Frontier
- 0 a 100 km/h: 10,2 s 0 a 1.000 m: 33,6 s – 155,7 km/h
- Velocidade máxima: n/d
- Retomadas
D 40 a 80 km/h: 4,7 s
D 60 a 100 km/h: 6,4 s
D 80 a 120 km/h: 8,4 s - Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 15,6/30,9/70,1 m - Consumo
Urbano: 8,9 km/l
Rodoviário: 12,5 km/l - Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 44,8/68,8 dBA
80/120 km/h: 60/68,2 dBA - Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 93 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 1.750 rpm
Volante: 3 voltas