Assine QUATRO RODAS por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Nissan Sentra

Ele tem cara de tiozão... e isso é bom. Com visual conservador, ele tem o melhor custo/benefício

Por Ulisses Cavalcante | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 8 nov 2016, 23h35 - Publicado em 12 dez 2013, 13h56
testes

Este é o novo Sentra. Você se lembra do modelo anterior e daquela propaganda dos roqueiros cinquentões? O objetivo era vender a ideia de que o carro não tinha “cara de tiozão”, segundo o bordão que destacava sua modernidade. Mas, apesar do jingle bacana, o ranking de vendas nunca foi animador.

A verdade é que o Sentra anterior não tinha poder de sedução para enfrentar uma concorrência relativamente nova nem para despertar o interesse de gente que ia dormir sonhando com um Civic. Hoje o cenário mudou. O Honda já não é mais o mesmo, embora continue na liderança, e o Toyota Corolla só mantém sua posição por causa da fidelidade do público. Assim, o momento é ideal para que o novo Sentra mostre seu valor. Por isso a Nissan teve que reinventá-lo.

Testamos a versão SL, a mais cara da gama. Sem contar as rodas de liga de 17 polegadas, nada o diferencia visualmente das duas mais baratas. O preço é de 71 990 reais, valor que se equipara ao patamar de configurações intermediárias da concorrência. Além disso, sua lista de equipamentos é mais longa que a dos rivais. Com esses argumentos, a Nissan pretende se reposicionar no mercado, apostando em um visual conservador e discreto, mas também em muita tecnologia e na promessa de oferecer nível de conforto da categoria de cima.

Um dos motes do reposicionamento é vir de série mais bem-equipado que os rivais desde a versão de entrada, a S, vendida a 60 990 reais. Dotado de transmissão manual de seis marchas, tem chave inteligente, que dispensa seu acionamento para destravar as portas ou ligar o motor, volante multifuncional revestido de couro, faróis e lanternas de led e sistema Flex Start, que elimina a necessidade do tanquinho de partida a frio. Quem optar pelo Sentra SV, a 65 990 reais, passa a contar com ar-condicionado digital de duas zonas e um sistema de som mais sofisticado, com monitor colorido de 4,3 polegadas e entrada USB no console central.

A partir da versão intermediária, acrescenta-se o câmbio automático CVT (transmissão continuamente variável), o único disponível. Embora sejam poucos os carros dotados de polias variáveis, é melhor ir se acostumando com elas. Entre os médios, Sentra, Renault Fluence, Mitsubishi Lancer e Subaru Legacy já contam com esse tipo de caixa. Até o novo Corolla deve aderir ao CVT em março. Embora divida opiniões, há vantagens inegáveis. Uma delas é a suavidade de operação. Outra é permitir o aumento do conforto acústico. A 120 km/h, o motor do japonês trabalha a menos de 3 000 rpm.

Continua após a publicidade

Não se trata da mesma transmissão do antecessor. A Nissan realizou modificações para reduzir o atrito, como o reposicionamento das polias, que não estão mais imersas no óleo. A peça perdeu peso e passou a contar com relação de 7,3:1. Na prática, se fosse um automático comum, equivaleria a uma caixa de sete marchas. Não há opção de trocas sequenciais simuladas, por meio de posições fixas.

A motorização 2.0 é a única disponível no Sentra e funciona com gasolina e etanol. Dos 120 países em que o modelo será comercializado, o Brasil será o único com esse propulsor, de acordo com a marca. O torque e a potência são os mesmos, independentemente do combustível utilizado: 140 cv a 5 100 rpm e 20 mkgf a 4 800 giros.

O consumo não se destaca, apesar da nota A na avaliação do Conpet (que confere o selo de eficiência energética) – o Sentra anterior obteve D. No teste de QUATRO RODAS, foram 7,6 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada (com etanol), números piores que os do Civic (7,9 e 11,8). Nesse quesito, o rival a ser batido é o Citroën C4 Lounge 1.6 THP, que marcou 9,3 e 13,5 km/l, com gasolina.

O Sentra SL vem de série com uma central multimídia caprichada. A tela é sensível ao toque e talvez a mais fácil de usar do mercado. É nítida a preo cupação em reduzir a quantidade de operações para, por exemplo, parear um celular ou inserir um destino no GPS. Tudo está ligado à câmera de ré e ao volante multifuncional com coluna telescópica. E funciona com precisão alemã.

Além do motor, a suspensão também é exclusiva para o Brasil. Foi elevada em 1 cm, tem molas com maior carga e amortecedores com pistão alargado, em favor de mais suavidade de rodagem.

Continua após a publicidade

A Nissan quer ser a japonesa líder de mercado até 2016, dobrando sua participação, que em 2012 foi de 2,9%. A meta é ousada, porém viável para uma montadora que hoje é a Pepsi do setor, a que você compra quando não encontra a outra marca e se surpreende com o sabor. Eu não pago mais caro pela Coca-Cola só porque é Coca-Cola.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

Este trio está calibrado para ser confortável. A direção elétrica é a responsável pela leveza nas manobras, mas poderia ser mais direta.

★★★★☆

MOTOR E CÂMBIO

O motor responde rápido ao acelerador. Seu trunfo é trabalhar de forma silenciosa e suave, sem trancos.

★★★★

CARROCERIA

Tem linhas harmônicas e discretas. Pode não ter o impacto de um Elantra, mas corre menos riscos ao não aderir a modismos.

Continua após a publicidade

★★★☆

VIDA A BORDO

A evolução em relação ao antecessor é nítida. Confortável, espaçoso e com botões fáceis de alcançar. Destaca-se o cuidado com a textura das superfícies.

★★★★

SEGURANÇA

A versão SL tem seis airbags, cintos de três pontos e encosto de cabeça nas três posições do banco traseiro, mas fica devendo o controle de tração e estabilidade.

★★★★

SEU BOLSO

A Nissan conseguiu o feito de oferecer um generoso pacote de equipamentos pelo melhor preço entre os sedãs médios.

Continua após a publicidade

★★★★★

OS RIVAIS Citroën C4 Lounge

649_sentra_08.jpeg

O francês é a principal ameaça no quesito “custo-benefício”, com a vantagem de ser visualmente mais interessante.

Renault Fluence

649_sentra_fluence.jpeg

Na prateleira, os sedãs da aliança Renault-Nissan são rivais. O modelo francês é um dos injustiçados do mercado.

Continua após a publicidade

VEREDICTO

Voltado ao conforto, o Sentra chega à maturidade e se torna uma alternativa coerente aos sedãs tradicionais do mercado. Bem-equipado e custando menos que os rivais, a Nissan quer convencer pelo preço, não pelo estilo. Tem boas chances de sucesso.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.