Mitsubishi Outlander PHEV 2026 faz até 26 km/l e entrega sete lugares por menos
Versão híbrida plug-in do SUV retorna ao Brasil com nova motorização que pode rodar até 58 km como um elétrico e mantém os atributos 4x4

O Mitsubishi Outlander com motorização híbrida plug-in (PHEV) foi o primeiro híbrido recarregável do Brasil, pois já foi lançado como PHEV há dez anos, no fim de 2014 já como linha 2015. Era uma outra época e a infraestrutura de recarga era inóspita mesmo nos principais centros urbanos e claramente o lançamento dessa tecnologia naquela época não o beneficiou. A Mitsubishi inclusive lançou a terceira geração do SUV PHEV em 2018, mas o modelo foi descontinuado em 2022.
Uma década depois a realidade é (bem) mais favorável para os híbridos plug-in e os SUVs com essa motorização começam a estar entre os preferidos do público. Será que agora vai?
Após esse hiato de três anos o Outlander retorna ao Brasil em nova geração, a quarta, e além de uma mudança expressiva no design, ele se mantém um híbrido plug-in que pode rodar até 58 km como um carro elétrico, segundo dados do Inmetro.

QUATRO RODAS já testou o Outlander na Europa e agora foi o momento de tirar as nossas impressões aqui no Brasil. A quarta geração é montada na plataforma CMF-CD, a mesma do Nissan X-Trail e portanto se beneficia da aliança com o Grupo Renault-Nissan (que tem parte do capital da Mitsubishi).
Isso permitiu pular algumas etapas de desenvolvimento, reduzir custos e ainda aumentar a rigidez torcional em cerca de 20% – fundamental para melhorar os seus atributos 4×4.

O sistema utiliza um motor a gasolina 2.4 de quatro cilindros e 131 cv e 20,9 kgfm, de ciclo Atkinson, que serve tanto para mover as rodas dianteiras como para recarregar a bateria. Há ainda dois motores elétricos: um dianteiro de 116 cv e 26 kgfm (ante apenas 82 cv no antecessor) e um traseiro de 136 cv e 19,9 kgfm (95 cv na terceira geração). A potência combinada é de 252 cv e o torque máximo de 45,9 kgfm.
Durante a apresentação para a imprensa, o gerente de planejamento estratégico da Mitsubishi do Brasil, Fabio Maggion, reforçou que o sistema de gerenciamento dos três motores sempre irá priorizar o tracionamento das rodas pelos motores elétricos e que o propulsor a combustão será apenas um coadjuvante durante boa parte do tempo.

E isso se confirmou durante a nossa experiência com o Outlander que traz quatro modos que gerenciam o funcionamento dos motores. Por meio de um botão no console central com a inscrição EV é possível selecionar o modo elétrico, no qual o SUV se torna elétrico e pode rodar até 58 km, segundo o Inmetro, e trata-se de um modo recomendado para deslocamentos na cidade. Já na estrada dois outros modos são recomendados: o Save e o Charge.
O primeiro torna o motor 2.4 um gerador de energia para as baterias e trabalha para manter o mesmo nível de energia, já o Charge o motor a gasolina vai funcionar para recarregar as baterias para que os motores elétricos estejam sempre tracionando o Outlander. Porém nesse último modo como o motor tem que trabalhar em um giro mais alto o ruído invade a cabine e atrapalha a vida a bordo, apesar do bom isolamento acústico.
Há ainda o modo normal que o próprio sistema que faz o gerenciamento e o modo one pedal, no qual é possível dirigir apenas com o pedal do acelerador e também traz o máximo de regeneração da energia liberada nas frenagens – um modo ideal para qualquer descida de serra, pois será possível “salvar” vários quilômetros de autonomia elétrica.
A bateria tem capacidade (bruta) de 20 kWh e 350V e pode ser recarregada em corrente alternada (AC, a apenas 3,5 kW). Para a recarga o modelo é equipado de série com um carregador portátil com potência de 3,5 kW, com tempo estimado de recarga total de seis horas e trinta minutos. Já o Wall Box será vendido como acessório.
E é bom contar com esse tempo de recarga para poder desfrutar de um melhor consumo de combustível afinal segundo o Inmetro o Outlander faz 26 km/l em ciclo misto (cidade/estrada) com a bateria carregada, porém descarregada o SUV de mais de duas toneladas consome 11 km/l, afinal apenas o motor a gasolina de 131 cv assume o papel de tracionar as rodas.

Em termos de dimensões, poucas mudanças nessa nova geração que ganhou pouco mais de 1 cm no comprimento total (471 cm) e 3,6 cm no entre-eixos (270 cm) – contribuindo para um espaço interno mais generoso. O design da dianteira chama atenção pelo conjunto óptico bipartido, sendo os faróis principais equipados por seis projetores em led. Os DRLs ficam em posição de destaque na parte superior do painel e são acompanhados por peças cromadas que emolduram a grade. Na lateral é a grande área envidraçada combinada com as rodas aro 22 que trazem uma sensação de robustez para o SUV.

Na cabine há o emprego de couro legítimo, sendo o couro utilizado na versão topo de linha, Signature, de qualidade superior. Há ainda revestimento bicolor com acabamento em laranja na versão mais cara, porém as duas versões trazem de série a central multimídia de 9” que poderia ter grafismos mais modernos e ter o tourch mais responsivo. A conexão com Apple Car Play é sem fio e com Android Auto é ainda por cabo.
O quadro de instrumentos agrada ao oferecer grafismos mais modernos e uma tela maior de 12,3”. Há ainda o head up display que favorece a ergonomia e segurança para quem optar para a versão Signature, que também vai desfrutar do sistema de som com assinatura da Bose.
A experiência de condução off-road é beneficiada pelos modos de condução exclusivos Asfalto, Cascalho, Neve, Lama, que interferem no peso da direção, na resposta do motor, da distribuição da tração, do ABS e do sistema de estabilidade.

Só dirigimos em estradas de terra batida e cascalho, mas já foi o suficiente para sentir o bom trabalho da suspensão que privilegia o conforto e filtra os obstáculos tornando a carroceria estável e tornando possível trafegar por terrenos desnivelados sem ficar “balançando” dentro da cabine. O mesmo vale para asfaltos irregulares. A direção é rápida e precisa, e a frenagem (a cargo de discos ventilados nas quatro rodas) é potente e linear.
O Mitsubishi Outlander chega por R$ 389.990 na versão topo de linha, Signature, e ganha vantagem frente aos concorrentes ao oferecer sete lugares. Afinal Toyota RAV4 e Volvo XC60 são híbridos plug-in, porém só carregam cinco passageiros e são mais caros, mas terão o desempenho mais vigoroso por terem potências combinadas mais elevadas. Será que o Mitsubishi agora terá sua vez de brilhar no mercado?
Ficha Técnica – Mitsubishi Outlander PHEV 2026 Signature
Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 2.360 cm³, 131 cv/20,7 kgfm. Elétrico, 116 cv/26 kgfm (diant.); 136 cv/19,9 kgfm (tras.)
Bateria: íons de lítio, NMC, 22,7 kWh
Câmbio: autom. CVT, 4×4
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multibraços (tras.)
Freios: disco ventilado
Pneus: 255/45 R20
Dimensões: compr., 471,9 cm; larg., 186,2 cm; alt., 175 cm; entre–eixos, 270,4 cm; peso, 2.070 kg; porta-malas, 495 l; tanque, 53 l
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 7,9 s; veloc. máx., 170 km/h
*Dados de fábrica