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Mitsubishi ASX 2.0 16V AWD: um SUV verdadeiro, mas restrito

Caro e defasado, o ASX ainda resiste no mercado, mas é uma escolha para poucos

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 12 jan 2018, 16h26 - Publicado em 10 Maio 2017, 15h03
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  • Barras cromadas em zigue-zague são destaques da terceira reestilização do ASX (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Houve um tempo em que a Mitsubishi era referência entre os SUVs, com amplo portfólio e ícones da história como a família Pajero. Novos rivais apareceram, e a concorrência que já disputava com ela no passado se modernizou. Os modelos da marca viram o tempo passar sem atualizações significantes – o ASX, por exemplo, é praticamente o mesmo há sete anos.

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    Reestilizado pela terceira vez desde que chegou ao Brasil, em 2010, é a porta de entrada para quem quer um utilitário com o símbolo dos diamantes. Mas será que compensa?

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    Avaliamos a versão topo de linha do modelo. O carro das fotos, equipado com faróis de xenônio e teto solar panorâmico, custa R$ 128.490. Mas há outras cinco configurações, que se alternam entre câmbio manual ou automático, tração 4×2 ou 4×4 e visual convencional ou aventureiro (versões Outdoor). Os preços começam em R$ 99.990 (câmbio manual e tração 4×2).

    Traseira segue inalterada desde 2010, quando o modelo chegou ao Brasil (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por fora, o ASX dispensa delongas. A reestilização apresentada no Salão de São Paulo, em 2016, atinge apenas a dianteira do modelo com novos frisos cromados que fazem uma espécie de ziguezague entre os faróis principais e os de neblina. A traseira não muda desde 2010 e, na versão mais cara, as rodas são de 18 polegadas.

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    No papel, sua motorização fica na média do segmento: um 2.0 16V a gasolina de 160 cv e 20,1 mkgf, com opção de câmbio manual de cinco marchas ou automático CVT – este último, presente na configuração avaliada.

    Painel tem materiais plásticos de toque rígido – os rivais de hoje apostam em superfícies forradas e acolchoadas (Divulgação/Divulgação)

    Apesar dos bons números de potência e torque, o motor tem trabalho para carregar os 1.480 kg (mais pesado que um Jeep Renegade), em parte por responsabilidade do funcionamento anestesiado do câmbio de relação contínua. Pressionando o acelerador até o fundo, a rotação do motor sobe rápido – assim como o forte ruído que invade a cabine –, mas ainda falta fôlego.

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    Para ir de 0 a 100 km/h, o ASX levou 12,2 s – mais lento que um Honda HR-V (11,0 s), mas à frente de um Renegade flex (14,4 s). Nas retomadas de 80 a 120 km/h, foram 9,1 segundos, contra 7,4 s do HR-V e 10,4 s do Renegade flex.

    Para embalar no trânsito ou na estrada, o motorista sente a necessidade de pisar mais forte e por mais vezes no acelerador. Daí surge mais um porém: o consumo bem elevado. Nos testes de QUATRO RODAS, o ASX automático com tração nas quatro rodas registrou a média de 6,9 km/l em ciclo urbano e 9,8 no rodoviário (o HR-V faz 10,4 km/l e 13,1 km/l, e mesmo o Renegade é mais econômico, com 9,6 km/l e 12 km/l, respectivamente)

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    A suspensão firme, mesmo passando grande parte das imperfeições do solo para a cabine, proporciona um rodar com boas sensações de segurança e robustez.

    Comandos dos vidros não têm iluminação. Apenas o do motorista tem função de um toque (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por dentro, o ASX também sente a idade. Dificilmente você encontrará um SUV compacto com acabamento tão simples na mesma faixa de preço. Todo o painel é composto por materiais de toque rígido e aparência condizente com hatches compactos de entrada – à noite, apenas o botão do vidro do motorista é iluminado.

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    Os toques de requinte são poucos e austeros: comandos cromados do ar-condicionado e nos apliques em cinza no volante e no console central. O quadro de instrumentos apresenta quase tudo o que é necessário de forma prática, com computador de bordo no centro. Só faltou um mostrador digital de velocidade.

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    A central multimídia é completa: tem Bluetooth, GPS, rádio AM/FM, USB e streaming de áudio. No entanto, além da aparência espartana, tem manuseio complicado. Encontrar a entrada USB é praticamente um desafio – ela fica na extremidade direita do fundo do porta-luvas escondida por uma tampa (ufa!), onde a luz e as mãos (do motorista) não chegam.

    Central multimídia, mesmo completa, tem aspecto simplório. Ar-condicionado é automático, mas não digital (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Entre os equipamentos, a versão topo de linha traz ar-condicionado automático (mas não digital), bancos dianteiros com aquecimento, piloto automático, controles de estabilidade e tração, sensores de estacionamento traseiros (sem câmera de ré), faróis de xenônio com acendimento e regulagem de altura automáticos, sensores de chuva, rebatimento elétrico dos retrovisores, sete airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho), chave presencial com partida do motor por botão, assistente de partida em rampas e Isofix.

    Espaço é bom e teto panorâmico ajuda na paisagem, mas bancos são duros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Na convivência, o ASX oferece bom espaço para todos os ocupantes e uma ótima sensação proporcionada pelo teto de vidro (que pode ser “fechado” por uma persiana elétrica), mas os bancos de couro são duros e, o porta-malas, mesmo com 415 litros de capacidade (maior do que o de Renegade, 273, Tracker, 306, e Vitara, 375), é estreito verticalmente pela altura do compartimento.

    Sem grandes atrativos capazes de seduzir o consumidor numa análise racional, o ASX acaba tendo como trunfo a força da marca, ainda bem vinculada à robustez e valentia no off-road. As versões com tração 4×4, como a avaliada, o sistema atua sob demanda, sem intervenção do motorista. Mesmo quando o sistema está acionado, a força do motor é enviada ao eixo dianteiro.

    Dimensões são de SUV compacto, mas preço está acima da média. Rodas são de 18 polegadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Conforme o tipo de piso e a incidência de deslizamento das rodas, o eixo traseiro entra em ação. Mas também é possível efetuar o bloqueio da distribuição de torque por meio de um botão, recurso que mantém a distribuição de tração em 50% entre os eixos.

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    Mesmo sem as capacidades do antigo TR4, o ASX mostra desenvoltura em trechos enlameados, poças e de pequenos atoleiros. A suspensão traseira do tipo multilink é eficaz, porém tem curso curto – e não tolera a mistura de pisos ruins com velocidade elevada. Mas garante segurança em curvas rápidas e fechadas.

    MÚLTIPLA ESCOLHA

    Na faixa acima dos R$ 100.000, o ASX tem fortes concorrentes mesmo entre os que fazem questão de tração integral. Recém-chegado ao Brasil, a nova geração do Suzuki Vitara é tabelada em R$ 107.990 em sua configuração topo de linha, 4Sport, com motor 1.4 turbo de 146 cv e 23,5 mkgf, além de tração 4×4. O desempenho e o consumo são bem superiores, mas o espaço interno é o menor do segmento.

    Teto solar panorâmico é exclusivo da versão topo de linha e garante sensação agradável à cabine (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Se você quiser estar na moda, porém, há duas opções na Jeep. Segundo SUV mais vendido do país, o Compass tem a versão Limited (com motor 2.0 flex de até 166 cv, tração dianteira e câmbio automático de seis marchas) por R$ 136.990.

    Com um pouco mais, por R$ 131.990, é possível levar para casa um Renegade Trailhawk, a versão mais cara do jipinho com motor 2.0 turbodiesel e câmbio automático de nove marchas. Mais equipado e refinado que o ASX, além do visual atraente, o Renegade também vence no desempenho e no consumo.

    VEREDICTO

    Apesar da inegável qualidade do conjunto mecânico e do público ainda fiel, a defasagem e o desequilíbrio na relação custo-benefício tornam o ASX uma opção dificilmente justificada entre tantas outras alternativas mais modernas.

    Teste de pista (com gasolina) – Mitsubishi ASX 2.0 16V CVT AWD

    Ficha técnica – Mitsubishi ASX 2.0 16V CVT AWD

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