Longa Duração: Mitsubishi Outlander prova que couro claro exige cuidado
Especialista alerta: dependendo do nível de impregnação, nem mesmo uma limpeza profissional do couro pode ser suficiente. Só a troca do revestimento salva
Dirigibilidade, recursos, conectividade, durabilidade, desempenho. Uma das grandes vantagens do Longa Duração é a possibilidade de avaliar os principais pontos de um automóvel a longo prazo, sem o impacto do efeito novidade.
Com o Outlander, estamos tendo a confirmação de algo menos técnico, mas que, acredite, incomoda muito e que já vivemos com um outro integrante da frota, o Mercedes–Benz A200, desmontado em 2014.
“O tom creme do couro do Outlander lembra muito o do Classe A. E a suscetibilidade a ficar impregnado de manchas também”, diz o editor de Longa Duração, Péricles Malheiros.
O assento é a parte que mais fica encardida, por conta do atrito constante. “Uma boa parte dos usuários veste jeans no dia a dia. Não à toa, os bancos do Outlander se mostram impregnados de duas cores: preta e azul”, diz Péricles.
“O couro de cor clara pede muito mais atenção de quem quer manter o interior do carro com aspecto de novo. Há kits específicos de manutenção, nos quais um produto abre os poros para a sujeira sair e outro faz a hidratação. Há casos em que nem mesmo uma limpeza profissional consegue restaurar a superfície”, diz Lucas Rampazzo, da Domini, empresa paulistana especializada na venda, limpeza e revitalização de bancos de carros.
Ainda assim, Lucas alerta: “O jeans é um inimigo cruel do couro claro. A transferência de cor é praticamente inevitável”. Mas o convívio com o Outlander mostra que o uso não deixa marcas apenas nos bancos.
Como o tapa-sol do teto solar tem acionamento manual, já dá para notar algumas manchas tanto no puxador plástico da peça como na área próxima a ela, na forração de tecido do teto.
“Lógico que o ideal seria estar com as mãos sempre limpas, mas isso é algo impossível na prática, ainda mais num veículo com pretensões off-road”, diz Péricles.
O Tiggo 5X, outro integrante da atual frota de Longa que também tem teto solar não sofre do mesmo mal. “No chinês, o acionamento é elétrico e, como os botões que comandam a abertura e o fechamento do tapa-sol são pretos, mal dá para notar a sujeira”, diz Péricles.
Sujidades à parte, o interior do Outlander segue fazendo sucesso: “Viajei com quatro adultos e duas crianças com bagagem para um fim de semana prolongado. Todo mundo elogiou o conforto e, ao volante, não senti o motor nem a suspensão afetados pelo peso transportado”, disse o nosso editor de arte Fabio Black.
Mitsubishi Outlander – 33.578 km
Ficha técnica: | |
Versão: | 2.2 Turbodiesel HPE-S |
Motor: | 4 cilindros, dianteiro, transversal, 16V, 165 cv a 3.500 rpm, 36,7 mkgf a 7.500 rpm |
Câmbio: | Automático de 6 marchas, tração 4×4 |
Seguro: | R$ 4.744 (Perfil Quatro Rodas) |
Revisões: | Até 60.000 km – R$ 7.936 |
Gasto no mês: | Combustível: R$ 1.178 |
Consumo: | No mês: 12,2 km/l com 26,9% de rodagem na cidade Desde set/19: 12,3 km/l com 27,1% de rodagem na cidade |
Combustível: | Diesel S10 |