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Jeep Compass Sport: porte e conteúdo por preço de SUV compacto

Versão de entrada abre mão de alguns equipamentos em nome da popularidade

Por Vitor Matsubara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 Maio 2017, 18h17 - Publicado em 23 Maio 2017, 16h03
Jeep Compass Sport 2.0 flex
Retrovisores e maçanetas pretas e rodas aro 17 identificam a versão de entrada do Compass (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A própria Jeep deve ter se surpreendido com o sucesso do Compass. Claro, toda empresa espera que seu produto vá bem nas vendas, mas esse SUV não só se tornou o modelo mais vendido da marca (à frente do menor e mais barato Renegade) como já ameaça a liderança do Honda HR-V.

Em sua versão de base, aliás, o Compass Sport 2.0 flex parte de R$ 103.490, e isso faz dele um rival direto para o HR-V Touring (a mais cara do japonês, que custa R$ 105.900).

Para ser a opção mais em conta da linha, a Jeep removeu alguns equipamentos e mexeu um pouco no visual. Em primeiro lugar, a vistosa central multimídia UConnect foi trocada pela mesma que equipa o Renegade – uma tela de 5 polegadas que já demonstra sinais de ser um equipamento ultrapassado, menor que qualquer tela de smartphone.

Algumas peças externas (como capas dos espelhos retrovisores e maçanetas) não vêm pintadas na cor da carroceria, o ar-condicionado é analógico em vez de digital e o revestimento interno dispensa o couro. As rodas também diminuem de aro 18 para 17, mas isso é menos fácil de se perceber.

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Jeep Compass Sport 2.0 flex
Porte de SUV médio por preço de SUV compacto: a receita do sucesso (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Não chegam a ser componentes que comprometem a convivência com o carro. Mas tornam quase inevitável uma olhada na versão logo acima, a Longitude, a partir de R$ 112.490. De qualquer forma, a configuração Sport vem bem equipada de série.

Estão inclusos controles de estabilidade e tração, direção elétrica, luzes diurnas de leds, volante multifuncional com comandos de som e telefone, piloto automático, rodas de liga leve de 17 pol, sensor de estacionamento traseiro, monitoramento da pressão dos pneus, freio de estacionamento elétrico, espelho retrovisor com regulagens elétricas, saídas de ar-condicionado para o banco traseiro e central multimídia com tela de 5″ e navegação por satélite (GPS) e câmera de ré.

Um pecado (que também ocorre na versão Longitude) é a oferta de apenas dois airbags dianteiros no pacote de série. Para equipar o carro com sete airbags, é preciso levar o Kit Seguraça por R$ 3.200.

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Volante de couro multifuncional e painel com tela TFT são mantidos na versão Sport (divulgação/Jeep)

Mesmo com a ausência de couro, o bom padrão de acabamento interno das versões mais caras foi mantido. Há plásticos de boa qualidade e encaixes precisos. O painel recoberto por um material emborrachado e os confortáveis bancos apenas reforçam a sensação de esmero.

O espaço interno é mais do que suficiente para quatro adultos e uma criança viajarem com conforto (um terceiro adulto no banco traseiro vai sofrer um pouco com o ressalto do descança-braços), mas a capacidade do porta-malas (410 litros) poderia ser maior, especialmente pelo fato de estarmos em um carro de 4,41 metros de comprimento.

Jeep Compass Sport 2.0 flex
Bancos são de tecido – revestimento de couro não é oferecido nem como opcional (divulgação/Jeep)

O motor 2.0 Tigershark entrega 166 cv a 6.200 rpm e 20,5 mkgf de torque máximo a 4.000 rpm se abastecido com etanol. Caso a escolha seja pela gasolina, os números caem para 159 cv e 19,9 mkgf, respectivamente.

Embora não falte força na maioria das situações cotidianas, o câmbio automático de seis marchas do Compass (que também equipa o Renegade) pede algumas reduções de marcha para retomar a velocidade ou simplesmente para não perder o embalo, tirando a suavidade e o silêncio ao rodar. Nestas situações, o ideal é recorrer aos paddle shifts do modo sequencial, mesmo com um pouco de perda em desempenho.

Em números, o desempenho do Compass 2.0 flex está dentro dos padrões: aceleração de 0 a 100 km/h em 12,3 segundos (mais de dois segundos à frente do Renegade 1.8 flex) e retomadas quase idênticas às do Hyundai ix35 2.0, seu principal concorrente entre os SUVs médios.

Motor 2.0 Tigershark garante um desempenho melhor que o do Renegade 1.8
Motor 2.0 Tigershark garante um desempenho melhor que o do Renegade 1.8 (divulgação/Jeep)

Mas o consumo é o seu calcanhar de Aquiles. Nossas medições (sempre com gasolina) indicaram médias de 8 km/l na cidade e 11 km/l na estrada (o ix35 faz respectivamente 9,5 km/l e 13,6 km/l). Os números não melhoram se o proprietário optar pelo etanol: 5,5 km/l e 7,2 km/l, segundo dados fornecidos pela Jeep.

Estranhamente, o modelo despreza uma das qualidades mais apreciadas pelos fãs de SUVs: a altura livre em relação ao solo. Uma proteção plástica encaixada abaixo do para-choque dianteiro torna o Jeep muito baixo, fazendo-o raspar a frente em valetas e até em entradas de garagem.

Outra deficiência está no tamanho da central multimídia: por ser menor, ela prejudica a visualização das imagens do GPS e dificulta a operação do sistema. Isso não seria problema até alguns anos atrás, mas o avanço da tecnologia faz com que as exigências dos clientes também fiquem maiores.

Acabamento mantém qualidade, mas tela pequena e ar-condicionado analógico simplificam o console central (divulgação/Jeep)

Notamos uma peculiaridade no interior do Compass: ao contrário do que aparece nas imagens de divulgação, a unidade cedida para testes tinha um botão giratório dos faróis com a função “Auto” (à esquerda do volante). Esse seletor ativa o acendimento automático das luzes externas em ambientes pouco iluminados.

O problema é que a versão Sport não traz essa função de série, segundo a descrição da lista de série no site da Jeep. Ou seja: o botão da função existe, mas não funciona, o que pode provocar alguns enganos em proprietários que não percebam o erro.

Outra questão crônica dos Jeep é a chave, que ficou presa algumas vezes no cilindro do Compass após o veículo ser desligado. Já havíamos identificado essa situação no Renegade utilizado por QUATRO RODAS no teste de Longa Duração.

Vale a pena?

Mesmo abrindo mão de alguns equipamentos, se você está pensando em desembolsar mais de R$ 100 mil por um SUV compacto completo, vale a pena investir no Compass Sport. Não há outro SUV com uma relação custo/benefício tão boa nesta faixa do preço.

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Olhando para o segmento, os rivais mais próximos são o Mitsubishi ASX 2.0 4×2 (R$ 104.990) e o Hyundai ix35 GL (R$ 107.350). Ambos trazem itens dispensados na versão Sport, como ar-condicionado digital (no ASX) e bancos com revestimento imitando couro (no ix35), mas nenhum deles tem um projeto moderno como o do Jeep fabricado em Pernambuco.

Os SUVs compactos mais caros, por outro lado, oferecem mais equipamentos, mas menos espaço e status. Esta última é uma qualidade determinante para muitos clientes: o carisma de uma marca que ainda está atrelada a uma imagem de aventura e relativa exclusividade, e de um carro que ainda pode ser confundido com o maior (e mais caro) Cherokee.

Teste de pista (com gasolina)

Aceleração de 0 a 100 km/h 12,3 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 33,5 s – 156 km/h
Velocidade máxima 192 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) 5,3 s
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) 6,8 s
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) 8,7 s
Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 17 / 28,7 / 67,5 m
Consumo urbano 8 km/l
Consumo rodoviário 11 km/l

Ficha Técnica – Jeep Compass Sport 2.0 flex 4×2

Motor flex, diant., 4 cil., 16V, DOHC, CVVT, 1.995 cm3, 166/159 cv a 6.200 rpm, 20,5/19,9 mkgf a 4.000 rpm
Câmbio automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão McPherson, nos dois eixos
Freios disco ventilado (diant.)/sólido (tras.)
Direção elétrica
Rodas e pneus liga leve, 225/60 R17
Dimensões comprimento, 441,6 cm; altura, 163,8 cm; largura, 181,8 cm; entre-eixos, 263,6 cm; peso, 1.541 kg; tanque, 60 l
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