Impressões: Hyundai Kona anda bem, é estável e tem duas baterias em uma
Dirigimos o novo SUV da Hyundai que traz sistema híbrido pleno, no qual o motor elétrico traciona as rodas e traz até uma autonomia elétrica

A nova geração do Hyundai Kona foi lançada no Brasil com preços a partir de R$ 214.990. Ele continua com um sistema híbrido pleno, mas agora está maior, evoluindo do porte de um SUV compacto para se posicionar entre os médios. Mas até que ponto isso fez diferença?
QUATRO RODAS dirigiu o SUV híbrido tanto na cidade quanto na estrada, em um contato curto que permitiu conhecer seu comportamento. No entanto, ainda não tivemos a possibilidade de testar seu desempenho e consumo em nossa pista.
O Hyundai Kona é movido pela combinação de um motor 1.6 aspirado com injeção direta de combustível (GDI) associado à transmissão de dupla embreagem com seis marchas de seis velocidades e a um motor elétrico, que é alimentado também por uma bateria de lítio com capacidade de 1,32 kWh, tão pequena que não depende de recarga externa. A potência máxima combinada é de 141 cv, enquanto o torque máximo é de 27 kgfm.

O consumo homologado pela Hyundai junto ao Inmetro é de 18,4 km/l na cidade e 16 km/l na estrada. Para efeito de comparação, um Toyota Corolla Cross Hybrid tem médias de 17,7 km/l e 14,6 km/l, respectivamente, no Inmetro.
Ainda que a bateria seja pequena, o Kona consegue rodar apenas com o motor elétrico em baixas velocidades e em velocidade de cruzeiro apenas o motor elétrico traciona o SUV. No quadro de instrumentos uma luz espia em verde com a inscrição “EV” indica que só a eletricidade está sendo utilizada.

De acordo com a Hyundai, não é possível cravar por quantos quilômetros o Kona pode rodar apenas em modo elétrico. No entanto, o motor 1.6 pode entrar em ação a qualquer momento para ter sua força combinada ao elétrico e, também, gerar energia. O fato do motor elétrico tracionar o carro em muitas ocasiões contribui muito para a economia de combustível.
Usar apenas o motor elétrico na estrada, em velocidades constantes, reduz muito o nível de ruído na cabine, Ao pisar fundo no pedal do acelerador, o motor 1.6 aspirado acorda rápido, mas também impressiona por trabalhar em silêncio. O isolamento da cabine é bom o suficiente para lidar com um motor que é naturalmente ruidoso.

O conjunto mecânico se mostrou suficiente tanto na estrada quanto na cidade e, quando exigido em uma situação de ultrapassagem, entrega com prontidão os 141 cv e 27 kgfm. O comportamento dinâmico é elogiável. O acerto dos amortecedores privilegia o conforto, mas não traz uma direção anestesiada, há um feedback com o piso como forma de proporcionar mais diversão na condução. O Kona tem suspensão McPherson na dianteira e multilink na traseira.
De qualquer maneira o fato de ter um sistema superior de suspensão, em especial a multilink, traz conforto para os ocupantes, pois filtra melhor as imperfeições do asfalto e torna a carroceria mais estável em curva acentuadas.
Outra característica interessante do Kona é que sua bateria de alta tensão está acoplada à bateria de 12V, que é quem se encarrega do funcionamento de toda a parte elétrica do carro. Ao invés de ser de chumbo, a bateria de 12V também é de lítio, aumentando consideravelmente sua vida útil. A marca considera que há um ganho significativo de três para dez anos de duração com essa mudança.
Todas as tecnologias ADAS de assistência ao motorista, como frenagem autonôma de emergência e assistente de permanência em faixa, não se mostraram invasivas durante a condução e as imagens que são mostradas no quadro de instrumentos ao acionar as setas, são úteis ao trocar de faixa em um tráfego intenso e trazem mais segurança. Porém é um item que só está disponível na versão topo de linha, Signature.
Um outro item de conforto é o aviso no quadro de instrumento assim que o carro é desligado, que há objetos no banco traseiro ou mesmo que o celular está no carregador por indução, que também está presente no Creta.
A ergonomia é privilegiada graças aos ajustes de altura e profundidade do volante e também de altura (eletricamente) do banco. A central multimídia também está voltada para o motorista e tem operação rápida e intuitiva. Os botões físicos, logo abaixo, também favorecem a ergonomia e segurança. Os assentos de espuma de boa densidade e as abas laterais ajudam a segurar bem o corpo, o revestimento é em tecido que imita couro e agrada pela qualidade.
Trata-se de um SUV que entrega um bom comportamento dinâmico, com um conjunto mecânico eficiente e econômico e ainda com conteúdo rico com direito às principais tecnologias de auxílio à condução. E na versão de entrada, Ultimate, custa mais barato que o principal rival Toyota Corolla Cross, portanto parte de R$ 214.990.
A versão dirigida foi a topo de linha, Signature, que custa R$ 234.990. Ela acrescenta a câmera 360º e a câmera para Monitoramento de Ponto Cego, teto solar, barra em led iluminada na dianteira, faróis em led com projetores e porta-malas com acionamento elétrico.
Ficha Técnica – Hyundai Kona Signature
Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 1.580 cm³, potência combinada: 141 cv, torque combinado: 27 kgfm
Bateria: íons de lítio, 1,32 kWh
Câmbio: automática de dupla embreagem, 6 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (dianteira), disco sólido (traseira)
Pneus: 215/55 R18
Dimensões: compr., 435 cm; larg., 182,5 cm; alt., 158 cm; entre-eixos, 266 cm; peso, 1.525 kg; porta-malas, 407 l; tanque, 38 l
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 11,2 s; veloc. máx., 165 km/h
*Dados de fábrica