Hyundai HB20S Platinum Plus é o HB20 mais caro e que faz até 17,1 km/l
Versão topo de linha tem tecnologia, acabamento e dirigibilidade de modelos superiores, mas é o único HB20 a ultrapassar os R$ 120.000
Assim como o Hyundai HB20, o HB20S, a variante sedã da linha compacta, também passou por uma profunda reestilização em 2022. Para o sedã, porém, a mudança trouxe mais do que apenas novidades visuais e tecnológicas, ela promoveu um reposicionamento do modelo, que ganhou atributos de sedãs médios – e também um preço mais próximo deles.
O HB20S continua concorrendo com Chevrolet Onix Plus, Fiat Cronos e Volkswagen Virtus em suas versões mais baratas. O reposicionamento vem nas mais caras, em especial a Platinum Plus, testada por QUATRO RODAS, que ganha o título de HB20 mais caro à venda no Brasil e o único a ultrapassar os R$ 120.000, começando em R$ 123.790. Este parte para a briga em um degrau acima, com Honda City e Nissan Versa.
Por fora é fácil identificar o HB20S Platinum Plus, já que ele faz valer seu status de versão topo de linha com algumas exclusividades. Entre elas estão os faróis, com assinatura e DRL em led, projetores e facho baixo e alto automáticos.
Embora os projetores deixem a aparência mais refinada, a iluminação halógena, combinada aos projetores, perde eficiência. É o tipo de iluminação que funciona melhor em refletores comuns. Ainda na dianteira, a enorme grade tem a trama com acabamento em preto brilhante e há faróis de neblina, também com projetores.
De lado, o novo HB20S em sua versão topo de linha tem cromados nas maçanetas e na base das janelas, e rodas de liga leve de 16 polegadas com acabamento diamantado.
A traseira é o ponto alto do sedã recém-renovado, que ganhou ares mais refinados e parece fazer parte de um segmento superior. As lanternas são interligadas como em todas as demais configurações, mas, como exclusividade, apenas a Platinum Plus tem iluminação em led que vai de um lado a outro, passando pela tampa traseira.
Acabamento caprichado e bom espaço
O acabamento é destaque no HB20S, com materiais e construção superiores aos seus rivais. Ele só não ganha no Honda City neste quesito. Os materiais são rígidos, mas de boa qualidade e aparência, e a montagem demonstra cuidado, sem grandes rebarbas aparentes ou vãos irregulares. Na versão mais cara, os plásticos são em cinza, contrastando com a faixa central em preto brilhante.
Os bancos, com material que imita couro perfurado, são quase brancos. Um problema para o dia-a-dia de famílias, já que tende a demonstrar mais sujeiras e manchas, mas uma vantagem no refinamento. Uma opção mais escura, ou em preto, cairia bem. Já no apoio de braço das portas, que usa o mesmo material, faz falta uma espuma. Apoiar o cotovelo em plástico rígido incomoda.
Além do preço e da tecnologia, os sedãs compactos também têm se aproximado dos médios em espaço. É possível levar até três pessoas no banco traseiro do HB20, mas quem estiver nas extremidades será melhor servido, com bom espaço para pernas e cabeça. O espeço é digno de modelos maiores.
Já no porta-malas, o sedã da Hyundai só ganha de um rival: o Onix. São 475 litros, contra 469 l do concorrente da GM. Já City (519 l), Versa (482 l) e Cronos (525 l) têm mais espaço no compartimento de bagagens.
O diferencial aqui fica para a abertura da tampa traseira, que além das formas tradicionais, como botão/alavanca interna e botão da chave, pode ser aberta por presença. Basta estar com a chave, seja em mãos, no bolso ou na bolsa/mochila, aproximar-se da traseira e esperar o veículo emitir quatro bips. A tampa será aberta automaticamente.
Tecnologia é um diferencial
Além do acabamento, o HB20S Platinum Plus também se distancia dos rivais inferiores (Onix e Cronos) pelo nível de equipamentos e tecnologia, próximos dos superiores (City e Versa). Em todas as versões há seis airbags, ESP, assistente de partida em rampas, piloto automático e central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
Antes de continuar, vale uma observação sobre a central multimídia. É o mesmo tamanho de tela presente no Onix, com uma boa qualidade de imagem, mas que poderia ser maior. Além disso, a tela poderia ser mais voltada ao motorista, o que evitaria os incômodos reflexos laterais captados por ela. Isso prejudica a visualização.
Voltando aos equipamentos, o sedã ganha, no decorrer das versões, câmera de ré, chave presencial, volante com regulagem de altura e profundidade, sensores de estacionamento traseiros e quadro de instrumentos “digital”, com uma combinação de telas e mostradores.
Como exclusividade na versão Platinum Plus, há monitoramento de pressão dos pneus, ar-condicionado digital de uma zona, aletas para trocas manuais de marcha, start-stop e dois tweeters. Há o pacote de auxílios à condução, com frenagem automática de emergência, monitoramento de pontos cegos, assistente de permanência em faixa, detector de fadiga e alerta de tráfego cruzado.
O carregador de celular por indução também é exclusivo, e fica quase que escondido abaixo dos comandos do ar-condicionado. Poderia ficar mais à mostra. Por último, há um sistema que alerta quando o veículo à frente se movimenta. Ou seja, caso você se distraia em semáforos ou congestionamentos e o veículo à sua frente se movimente, o HB20S emitirá um alerta visual e sonoro.
Como anda e quanto bebe?
O HB20S Platinum Plus é equipado sempre com motor 1.0 turbo flex de 120 cv e 17,5 kgfm, e câmbio automático de seis marchas. Mesmo longe de um desempenho esportivo, o conjunto garante agilidade ao sedã em circuitos urbanos e rodoviários, com boas acelerações, retomadas e ultrapassagens, isso graças ao bom e precoce torque (a 1.500 rpm).
Ele só não é mais rápido por culpa do câmbio, que privilegia o consumo e o conforto acústico, e trabalha sempre com marchas mais altas – consequentemente, com giros mais baixos. Assim, quando é exigido mais desempenho, ele leva algum tempo para reduzir à marcha ideal. Nada que incomode tanto e que não seja compensado com os bons números de consumo.
Em nossos testes, feitos com gasolina, o sedã foi de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos – abaixo dos 10,4 s do City (1.5 aspirado) e acima dos 10,2 s do Onix Plus (1.0 turbo). As médias de consumo ficaram em 12,7 km/l em ciclo urbano e 17,1 km/l em ciclo rodoviário.
A dirigibilidade do HB20S é mais um ponto de lembrança para os sedãs médios, já que é refinada, com foco no conforto e há um ótimo trabalho no isolamento acústico. A suspensão é macia, absorve bem as imperfeições de asfaltos ruins e trabalha em silêncio. Mesmo assim, ele é “colado” ao chão em curvas, com estabilidade elogiável.
Veredicto
Com a reestilização recente, o HB20S passa a olhar para dois públicos diferentes: o que precisa de um sedã de entrada e o que deseja um médio, mas não consegue chegar lá. Ele servirá muito bem as duas extremidades. Quanto aos mais de R$ 120.000 cobrados pelo Platinum Plus, considerando o atual cenário brasileiro, não dá para criticar tanto diante de seus predicados em espaço, acabamento, tecnologia e mecânica. É um bom rival diante de City e Versa.
Teste do Hyundai HB20S Platinum Plus
- Aceleração
0 a 100 km/h: 10,3 s
0 a 1.000 m: 31,8 s – 163,4 km/h
- Velocidade Máxima: 173 km/h*
- Retomada
40 a 80 km/h: 4,7 s
60 a 100 km/h: 6,5 s
80 a 120 km/h: 7,6 s
- Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 13,1/23,6/53,7 m
- Consumo
Urbano: 12,57km/l
Rodoviário: 17,1 km/l
Ficha técnica do Hyundai HB20S Platinum Plus
Preço: R$ 123.790
Motor: flex., diant., trans., 3 cil., 12V, turbo, 998 cm³; 120 cv a 6.000 rpm, 17,5 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas; tração dianteira
Suspensão: independente, McPherson/eixo de torção (diant./tras.)
Freios: disco ventilado (diant.)/ tambor (tras.)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga-leve, 195/55 R16
Dimensões: comprimento, 432,5 cm; largura, 172 cm; altura, 147 cm; entre-eixos, 253 cm; vão livre do solo, 16 cm; porta-malas, 475 l; peso, 1.137 kg; tanque: 50 l