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Hyundai Creta 1.6 é SUV automático com preço de hatch e sedã compacto

Versão de entrada do SUV preserva o visual antigo e o motor 1.6 aspirado, mas pode ser uma boa alternativa na faixa dos R$ 100.000

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 abr 2024, 15h58 - Publicado em 30 mar 2023, 12h24
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A decisão de manter o modelo antigo em linha mesmo com o lançamento da nova geração ou reestilização não é algo novo na indústria automotiva. Essa prática existe faz tempo e há casos curiosos, no Brasil, como o do Hyundai Tucson, que, em 2018, teve a primeira, segunda e terceira gerações vendidas ao mesmo tempo, com nomes diferentes: Tucson, ix35 e New Tucson.

Ao que tudo indica, a prática dá resultado, porque a própria Hyundai lançou mão novamente dessa estratégia ao preservar em linha a versão antiga do SUV Creta, após o lançamento da nova profundamente reestilizada, em agosto de 2021.

O Hyundai Creta Action 1.6 é a versão de entrada e traz o visual do modelo antigo acompanhado da motorização 1.6 16V que rende até 130 cv e 16,5 kgfm – a mesma que equipava o HB20 e o HB20S e que foi descontinuada. Essa versão é a única que ainda preserva esse motor e a marca garante que ele atende aos requisitos do Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares), que ficaram mais rigorosos em 2022.

Creta Action
Rodas são de liga leve de 16”, mas o desenho não é atraente (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O motor é combinado com o câmbio automático de seis marchas e esse conjunto mecânico cravou em nossa pista exatos 12,7 segundos no teste de 0 a 100 km/h – o mesmo desempenho do Nissan Kicks também equipado com motor 1.6 aspirado, mas menos potente: oferece até 113 cv.

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Não é um desempenho satisfatório, pois o Kicks foi o mais lento em um comparativo com oito SUVs publicado recentemente. Mas o novo Creta equipado com o motor 1.0 turbo (120 cv/17,5 kgfm) não foi tão mais rápido na nossa pista. Ele acelerou de 0 a 100 km/h em 11,3 segundos. E as retomadas de ambos os Creta são bem próximas.

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Ausência da multimídia atrapalha, mas há boa ergonomia
Ausência da multimídia atrapalha, mas há boa ergonomia (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Porém, é no consumo que o novo supera o antigo com folga. Enquanto o Creta Action faz apenas 10,4 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada, o novo SUV tem médias de 11,5 km/l e 14,4 km/l, respectivamente.

A dinâmica ao volante é satisfatória, pois o conjunto de suspensão cumpre bem o seu papel e privilegia o conforto, como é comum nesse segmento. A ergonomia também é privilegiada graças aos ajustes de altura e profundidade do volante e ao acerto de altura do banco.

Creta
Painel é funcional com mostradores analógicos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O desempenho no dia a dia na rodagem urbana é eficaz, porém ele deixa a desejar na estrada. O máximo de torque só é entregue aos 4.500 rpm, o que traz morosidade, em especial, nas ultrapassagens, a partir de uma velocidade de cruzeiro. O Creta 1.0 turbo tem todo o torque presente aos 1.500 giros, proporcionando agilidade nessas situações.

Creta
Rádio traz apenas conexão Bluetooth (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Outro ponto perceptível é uma relação conflituosa entre motor e câmbio. Pisando fundo no acelerador (quick down), a transmissão demora a reconhecer a necessidade de reduzir a marcha e depois demora a avançar, fazendo com que o motor trabalhe em rotação alta, o que aumenta o consumo de combustível. Mas em uma condução com acelerações progressivas, o comportamento da transmissão é suave e agradável – e é essa a condução esperada de um dono de SUV.

Creta Action
Banco tem ajuste de altura (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Creta de entrada tem como trunfo um bom pacote de equipamentos, que inclui controle de estabilidade e tração, sinalização de frenagem de emergência, assistente de partida em rampa, alarme, airbag duplo, monitoramento de pressão dos pneus e piloto automático.

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Porém, em conectividade ele deixa a desejar. Essa versão Action não traz central multimídia. Há apenas um rádio AM/FM com conexão Bluetooth, portanto há ausência de todas as comodidades de uma multimídia como espelhamento com smartphones.

Creta Action
Há ausência de saídas de ar para a traseira (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Se essa falta pode ser compensada, o acabamento tem qualidade com peças bem encaixadas e sem rebarbas, apesar do predomínio do plástico rígido. Os assentos também são confortáveis, com espuma de boa densidade, e os grafismos são atraentes.

O espaço interno não deixa a desejar, mas o espaço para pernas e ombros dos passageiros traseiros é inferior ao oferecido no novo Creta. Enquanto a versão de entrada tem 92 cm de espaço para pernas e 144,5 cm para os ombros, o SUV 1.0 turbo traz, respectivamente, 96 cm e 148 cm.

Creta Actionw
Porta-malas tem 431 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A principal vantagem desta versão é o preço, ela custa R$ 112.690. Não é o SUV mais barato do Brasil, há opções mais em conta como o Peugeot 2008, Citroën C4 Cactus e até o Nissan Kicks. Porém, é inegável que se trata de um carro robusto de uma marca confiável. É uma boa alternativa ao considerar que hatches ou sedãs compactos automáticos custam cerca de R$ 100.000. Se você não abre mão de tecnologia, é indicado que opte pelo novo Creta, porém terá de investir mais R$ 15.000, pelo menos.

Veredicto – O Hyundai Creta Action deve ser considerado pela relação custo/benefício, afinal é um dos SUVs mais acessíveis. Mas peca no design, consumo e tecnologia.

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Ficha Técnica – Hyundai Creta Action 1.6

Motor: dianteiro, transversal, 1.591 cm³, 130/123 cv a 6.000 rpm, 16,5/16 kgfm a 4.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteiro), tambor (traseiro)
Pneus: 205/65 R16
Dimensões: comprimento, 429 cm; largura, 178 cm; altura, 163,5 cm; entre-eixos, 259 cm; peso, 1.359 kg; porta-malas, 431 litros; tanque de
combustível, 55 litros

Teste – Hyundai Creta Action 1.6

Aceleração
0 a 100 km/h: 12,7 s
0 a 1.000 m: 34,3 s – 150,2 km/h
Velocidade máxima 172 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 5,5 s
D 60 a 100 km/h: 6,9 s
D 80 a 120 km/h: 9,2 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,5/26,1/61,6 m
Consumo
UrbanoL 10,4 km/l
Rodoviário: 13,5 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 38,9/64,5 dBA
80/120 km/h: 61,1/68,2 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: 2,7 voltas
Volante: 2,7 voltas
Seu Bolso
Preço básico: R$ 112.690
Garantia: 5 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 28 °C; umid. relat., 63%; press., 1.012,5 kPa. Realizado no ZF Campo de Provas

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