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Hyundai Creta 1.0 turbo completo ou Jeep Renegade 1.3 turbo básico?

Com equipamentos, mecânica e visual totalmente diferentes, Creta e Renegade buscam o equilíbrio entre os SUVs de entrada

Por Guilherme Fontana | Fotos Fernando Pires
Atualizado em 26 Maio 2022, 16h42 - Publicado em 26 Maio 2022, 16h36

Comparativos são missões desafiadoras não só para os carros, mas também para quem analisa os prós e os contras de cada modelo. Tudo precisa ser esmiuçado e colocado na balança com critério.

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Quando os veículos comparados apresentam grandes diferenças, ao contrário do que se imagina, a tarefa fica ainda mais difícil, porque o avaliador não pode se deixar enganar por aspectos que não sejam realmente importantes.

Esse é o caso do embate entre o novo Jeep Renegade Sport (na versão de entrada, que custa R$ 123.908) e o Hyundai Creta Limited (na configuração que mais se aproxima do rival, em preço, por R$ 129.790), como você verá a seguir.

Hyundai Creta
Creta Limited tem o mesmo visual da versão Platinum. Com porte de SUV médio, o Creta oferece mais espaço que o rival, para passageiros e bagagens (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A diferença visual entre os SUVs talvez seja o quesito mais fácil de ser analisado. O Renegade mantém seu conhecido formato quadrado, que transmite robustez, e apresenta despojamento em detalhes como maçanetas, retrovisores e grade dianteira sem pintura, e ausência de faróis de neblina – estilo que combina com seu lado de jipe raiz. As rodas de 17 polegadas são exclusivas da versão Sport, mais simples, mas com desenho agradável aos olhos.

Hyundai Creta
No Hyundai, faróis e lanternas misturam leds com lâmpadas comuns (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Creta aposta no design ousado (e polêmico) – com tantos vincos e recortes que acabam por dividir até faróis e lanternas em várias partes – e na sofisticação. No Hyundai, a aparência da versão Limited é a mesma da imediatamente superior Platinum, o que disfarça que ela é uma das mais baratas da linha, com cromados, detalhes em cinza e rodas de 17 polegadas diamantadas.

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De forma análoga, as mesmas observações podem ser feitas em relação ao interior dos SUVs. O Jeep deixa evidente que se trata da versão mais básica pela predominância do preto, comandos simples do ar-condicionado e a central multimídia, de 7 polegadas (com moldura herdada da Fiat Strada).

Hyundai Creta
Painel do Hyundai não tem materiais emborrachados como no rival, mas as texturas e as variações, além dos equipamentos, o deixam com aparência mais refinada (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Hyundai Creta

E o Hyundai, por sua vez, exibe um interior mais caprichado, com variações de cores e texturas, apliques em cinza e cromado, central multimídia de 8 polegadas e ar-condicionado digital.

Existe uma diferença entre os rivais, em relação ao acabamento, que merece atenção, no entanto, porque contradiz as aparências.

Apesar de mais despojado, o Renegade traz a maior parte do painel feita de material emborrachado, com montagem de qualidade evidente, sem rebarbas, com vãos uniformes e aspecto de solidez.

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Hyundai Creta

E o Creta, mais sofisticado, é pura estética, porque não tem materiais emborrachados e sua construção não mostra tanto esmero no encaixe das peças e na qualidade percebida.

No espaço da cabine, os dois SUVs se equivalem. O Renegade leva vantagem na distância para ombros, enquanto o Creta se destaca na distância para pernas.

No banco de trás, o Hyundai oferece um conforto extra, que são as saídas de ar-condicionado, recurso inexistente no Jeep. E no que diz respeito ao porta-malas, o Creta leva vantagem com 422 litros de capacidade contra 385 litros no Renegade.

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Hyundai Creta
Motor do Creta é menor, de três cilindros, e o freio de estacionamento é convencional; rodas são de 17 polegadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ruídos e vibrações O Renegade Sport abriga sob o capô um motor 1.3 turboflex de quatro cilindros, com 185/180 cv de potência (etanol/gasolina) e 27,5 kgfm de torque, entregues a 1.750 rpm. A tração é 4×2 e o câmbio é automático de seis marchas.

O Creta Limited traz um motor 1.0 turboflex de três cilindros, com 120 cv de potência e 17,5 kgfm de torque a 1.500 rpm. Sua tração também é 4×2 e seu câmbio é automático de seis marchas. Ou seja, de cara, o Renegade leva vantagem na ficha técnica, o que se reflete no desempenho.

Em nossos testes, feitos com gasolina, o Jeep foi de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos, contra 11,3 segundos do Hyundai. O consumo de ambos ficou próximo, com ligeira vantagem para o Creta.

Jeep Renegade
Maçanetas e retrovisores externos não têm pintura. Espaço interno é um problema crônico do Renegade: pessoas e bagagens têm zonas restritas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Jeep fez 11,1 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada, enquanto o Hyundai alcançou os 11,5 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada.

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No dia a dia, eles apresentam comportamentos distintos. O Rene-gade fica um degrau acima em dirigibilidade, com desempenho acima da média, acelerações rápidas e suaves, e direção macia, sem pretensões esportivas.

Seu motor, além de mais potente, também tem menor vibração por ter quatro cilindros. Mais do que isso, há um bom trabalho no isolamento acústico e de tremores.

Jeep Renegade
Lanternas e faróis do Jeep são totalmente de led em todas as versões (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A suspensão também é um ponto alto no modelo, com respostas agradáveis quando em contato com imperfeições ou buracos. O foco da suspensão do Jeep é o conforto, e ela consegue cumprir isso, mas pense que é molenga.

O trabalho de balanço lateral também é bem resolvido. Além disso, a posição alta de dirigir deverá agradar quem deseja uma pegada mais robusta.

Mesmo o Renegade sendo melhor, o Creta passa longe de ser ruim na convivência diária, pelo contrário. O problema dele é a falta de suavidade, que prejudica no conforto.

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Jeep Renegade
Painel do Hyundai não tem materiais emborrachados como no rival, mas as texturas e as variações, além dos equipamentos, o deixam com aparência mais refinada (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Jeep Renegade
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ele também acelera bem, mas faz isso com mais esforço, como o nível de ruído do motor denuncia. Por falar nisso, o 1.0 tem o clássico timbre áspero dos três cilindros, que não combina e incomoda no Creta.

Outra característica não muito bem-vinda é a vibração. O start-stop acaba ajudando mais nisso do que no consumo. O câmbio tem trocas rápidas e suaves, mas repete a mania do HB20 de relutar em reduzir marchas em algumas situações, como em subidas, onde o carro vai perdendo força.

O jeito é pisar mais forte ou usar as aletas atrás do volante, para forçar a redução. Direção e suspensão fazem o Hyundai parecer um hatch, com ajustes menos confortáveis. A direção, bem direta, chega a ter ajuste esportivo.

Jeep Renegade

Já a suspensão, mais rígida, transmite os problemas do asfalto com menos cerimônia e tem amortecedores com cursos menores. Bons ajustes para a dinâmica, que acaba sendo divertida, mas que talvez não transmita o conforto e a robustez procurada em um SUV.

Juízo final A lista de equipamentos de série dos modelos é o ponto crítico do comparativo. Por isso, ficou para o final. Ambos têm seis airbags, piloto automático, multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio (com 7 polegadas no Renegade e 8 no Creta), monitoramento da pressão dos pneus, câmera de ré, ESP e assistente de partida em rampas.

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Porém, só o Creta tem ar-condicionado digital com saídas traseiras, sensores de estacionamento traseiros, faróis automáticos, carregador de celular por indução, chave presencial e faróis de neblina.

Jeep Renegade
Renegade tem motor maior, de quatro cilindros, e freio de estacionamento eletrônico; rodas de 17 polegadas exclusivas da versão Sport (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Já o Renegade dispensa tudo isso para ter freio de estacionamento eletrônico, faróis e lanternas full-led, detector de fadiga do motorista, assistente de permanência em faixa, frenagem automática de emergência, função Sport e sistema de tração TC+ para situações de off-road leve.

Ou seja, cada um dos SUVs tem um peso para ser colocado na balança. Enquanto o Creta foca em aparência, espaço e equipamentos de conforto, o Renegade dispensa essas características para apostar em desempenho, dirigibilidade, bom acabamento, robustez e itens de segurança.

Assim, o Jeep Renegade Sport ganha o comparativo por ser um bom e rápido companheiro do dia a dia, sem se importar com as aparências ou com equipamentos menos importantes a bordo. Além disso, o melhor acabamento fará diferença em alguns anos de uso.

Veredicto Quatro Rodas

O Creta enche os olhos por parecer mais caro e entregar mais itens de conveniência. Porém, o Renegade ganha por apostar em desempenho, segurança e nível superior de acabamento.

Testes feitos por QUATRO RODAS

Hyundai Creta Jeep Renegade
0 a 100 km/h 11,3 s 9,8 s
0 a 1.000 m 33,2 s – 152,5 km/h 31,2 s – 168,7 km/h
Velocidade máxima 180 km/h (dado de fábrica) 208 km/h (dado de fábrica)
Retomadas
D 40 a 80 km/h 5,2 s 4,6 s
D 60 a 100 km/h 7 s 6,3 s
D 80 a 120 km/h 8,9 s 6,7 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 14,8/26,4/59,2 m 15,7/27,4/56,4 m
Consumo
Urbano 11,5 km/l 11,1 km/l
Rodoviário 14,4 km/l 13,7 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. 41,8/62,2 dBA 39,8/64,1 dBA
80/120 km/h 63,2/69,5 dBA 64,6/69 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h 97 km/h 98 km/h
Rotação do motor
a 100 km/h em 5a marcha
2.250 rpm 1.800 rpm
Volante 3 voltas 2,5 voltas
Seu Bolso
Preço básico R$ 129.790 R$ 123.908
Concessionárias 224 202
Garantia 5 anos 3 anos
Revisões até 50.000 km R$ 4.130 R$ 4.386

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 31,5/33 °C; umid. relat., 53/32%; press., 1.032/1.011,5 mmHg

Ficha Técnica – Hyundai Creta 1.0 TGDI

Motor: flex, diant., transv., 3 cilindros, 12V, turbo, injeção direta, 998 cm³, 120 cv a 6.000 rpm, 17,5 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.) e eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.)
Pneus: 215/60 R17
Peso: 1.270 kg
Dimensões: comprimento, 430 cm; largura, 179 cm; altura, 163,5 cm; entre-eixos, 261 cm; porta-malas, 422 l; tanque de combustível, 50 l

Ficha Técnica – Jeep Renegade 1.3 GSE Turbo

Motor: flex, diant., transv., 4 cil., 16V, turbo, injeção direta, 1.332 cm³, 185/180 cv (gasolina/etanol) a 5.750 rpm, 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant. e tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.)
Pneus: 215/60 R17
Peso: 1.468 kg
Dimensões: comprimento, 426,8 cm; largura, 180,5 cm; altura, 169,6 cm; entre-eixos, 257 cm; porta-malas, 385 l; tanque de combustível, 55 l

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