HR-V: exagero automático
Piloto automático eleva a rotação do motor mesmo em ladeiras leves e tudo sobre: o HR-V, o ruído e o consumo
Fui de São Paulo a Brasília com o HR-V. Viagem de 1 000 km bem tranquila, ideal para perceber algumas novas características do carro – e também das estradas da rota, que melhoraram bastante nos últimos anos. Neste caso, a recente implantação de pedágios no trecho mineiro valeu a pena. Mas voltemos ao carro. O consumo médio de etanol foi de 10,6 km/l, com o carro carregado e ar-condicionado ligado em tempo integral. No trecho entre Catalão (GO) e Sobradinho (DF), porém, a média caiu para 10,1 km/l. Na volta, abasteci nos mesmos postos da ida. No trecho entre Catalão e Ribeirão Preto (SP), nova queda do consumo médio de combustível. Não é uma prova de que o posto goiano nos vendeu um combustível de qualidade inferior, mas é, sem dúvida, um forte indício. Não houve perda perceptível de desempenho.
Utilizei o piloto automático por longos trechos, o que me permitiu notar um ponto fraco do Honda. Mesmo em ladeiras de pouca inclinação, o câmbio CVT utilizava relações curtas demais: o HR-V seguia embalado, mas o prejuízo em termos de ruído interno e consumo era muito grande. Para piorar, o câmbio não tem opção de trocas manuais, o que daria ao motorista a chance de corrigir esse exagero de preocupação com performance. Em contrapartida, nas aproximações de curva, as posições S (Sport, esportiva) e L (Low, reduzida) dão ao motorista a possibilidade de ajudar nas reduções de marchas.
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Aplausos para a Honda no que diz respeito ao sistema de bancos. Rebati o encosto da parte menor (1/3) e ali acomodei uma árvore de Natal, guardada em uma caixa com 2 metros de comprimento. Ao lado, dobrei o assento maior (2/3) para trás e, na clareira aberta, acomodei uma cadeira decorativa (não dobrável). Couberam ainda almofadas, brinquedos, quadros, utensílios domésticos e minha bagagem. E nada precisou ir no banco ao meu lado ou acima da linha do tampão traseiro.
O mês ainda teve a revisão dos 30 000 km, que ficou a cargo da concessionária Aversa, de Limeira, no interior de São Paulo. A consultora ainda nos alertou para a necessidade de troca das palhetas do para-brisa e do filtro de ar-condicionado – para nossa surpresa, o tampão do porta-malas, quebrado, foi trocado em garantia. A conta total ficou em R$ 743.
CONSUMO | |
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no mês | 8,6 km/l com 15,6% de rodagem na cidade |
desde maio 2015 | 8,4 km/l com 26,5% de rodagem na cidade |
combustível | etanol |
GASTOS NO MÊS | |
revisão | R$ 425 |
palheta | R$ 162 |
filtro | R$ 56 |
alinhamento | R$ 100 |
combustível | R$ 1 525 |
FICHA TÉCNICA | |
versão | EX 1.8 |
motor | dianteiro, transversal, 4 cil., flex, 139/140 cv a 6 300 rpm, 17,4/17,3 mkgf a 5 000 rpm |
câmbio | automático CVT, 7 marchas, tração dianteira |