Dirigimos: MG ZS é SUV que foca no preço e pode vir ao Brasil ainda em 2025
O MG ZS mostra que um SUV híbrido pode barato e oferecer bom desempenho, muito conteúdo, espaço generoso no interior e eficiente

A marca inglesa MG, da chinesa SAIC, ainda não tem data precisa de lançamento no Brasil. Sabe-se apenas que será no segundo semestre deste ano. Sua operação ainda está em fase de implantação. Mas seu diretor de marketing e produto, Henrique Sampaio, participou do Fórum QUATRO RODAS, em março. E isso foi suficiente para nos motivar a conhecer um de seus carros vendidos na Europa, com potencial de ser oferecido aqui: o SUV compacto MG ZS.
A promessa é tentadora: um SUV com quase 4,5 m de comprimento, com espaço para quatro pessoas, comportamento dinâmico satisfatório, motorização híbrida com rendimento de 197 cv e um preço inferior a 25.000 euros, cerca de R$ 163.000.

Visualmente, ele pode não arrebatar corações, mas também não vai afugentar nenhum potencial cliente, que é o que se deseja em uma marca generalista ainda desconhecida, tentando conquistar um público tão vasto quanto possível.
Quando entramos na versão topo de linha Comfort, percebemos que existem materiais de toque suave na parte superior do painel e na zona intermediária das portas e que, mesmo sendo cobertos por pele artificial, o resultado é de boa impressão.

Os porta-objetos nas portas são grandes, mas sem nenhum tipo de revestimento, tal como o porta-luvas, que, no entanto, tem descida amortecida. Há bancos dianteiros e retrovisores elétricos, quadro de instrumentos digital de 7” e também a central multimídia de 12”, com fácil operação e que transmite imagens com boa resolução.
O entre-eixos de 2,61 m permite que o MG ZS tenha uma cabine ampla, suficiente para quatro adultos e uma criança ao centro na segunda fila, cujo lugar é mais estreito, mas o túnel central não é tão elevado. O porta-malas tem 358 l, o que significa que é um dos menores nessa categoria – a MG divulga 443 l, mas esse número é referente à medição com litros de água e não à norma VDA, que é a oficial para homologação. Rivais como VW T-Cross tem 373 l.

O MG ZS é um híbrido pleno, mas com uma motorização bastante singular. Combina um motor de 1.5 litro e quatro-cilindros (102 cv/12,7 kgfm) com um elétrico de 136 cv, que em velocidades menores assume o protagonismo na propulsão. Para esse feito, a capacidade da bateria é de 1,83 kWh – o dobro de concorrentes como Kia Niro e Toyota Yaris Cross.
E é essa capacidade que permite que o ZS tenha uma autonomia elétrica de 10 km na rodagem urbana, conforme a MG. O segundo motor elétrico tem a missão de carregar a bateria e auxiliar a partida do motor de combustão. O sistema híbrido completa-se com uma caixa automática (de três velocidades) que acaba ligando os três motores e que funciona sem nenhuma possibilidade de intervenção direta por parte do motorista.


Há seis modos de combinação entre os três motores: elétrico puro (10 km de autonomia), em série (gerador faz chegar energia ao motor elétrico para que o carro se mova), em carga (gerador recarrega as baterias), direto (motor a gasolina faz mover as rodas), direto + carga (propulsão a combustão com recarga) e em paralelo (o motor elétrico e a gasolina acionam as rodas).
As acelerações são suficientemente rápidas e as retomadas chegam a ser acima de 2 segundos mais rápidas que outros rivais do mercado europeu. Entre os três modos de condução – Eco, Normal e Sport – nota-se uma evidente (e imediata) diferença na resposta da aceleração quando temos o pedal do acelerador em uma posição intermediária. Porém, no kickdown do acelerador, em segundos é possível atingir a potência máxima combinada.



O objetivo é que a aceleração inicial seja elétrica, depois feita pelas duas fontes de energia, para depois estabilizar num nível inferior, de forma a não gastar a bateria. Nos casos em que tenhamos que manter a aceleração forte durante algum tempo, o MG fica sem bateria rapidamente, portanto passa a estar limitado a uma potência baixa (os 102 cv do motor a gasolina), o que reduz seu desempenho.
Elogio para o consumo em ciclo misto (cidade/estrada) obtido durante o teste, atingimos 18,9 km/l.
Destaque negativo para o ruído elevado do gerador carregando a bateria. Outro é a impossibilidade de regular o volante em profundidade.
Existem três níveis de desaceleração regenerativa, que o motorista pode escolher a partir da tela central: fraco, médio e forte. Portanto, sempre há uma regeneração de energia, mas não há a função one pedal drive, que limita significativamente as acelerações e potencializa as desacelerações.


A suspensão prioriza o conforto e a carroceria se mantém estável mesmo em estradas mais sinuosas. Na condição de asfaltos maltratados, os passageiros traseiros sentem mais as trepidações por culpa do eixo traseiro rígido unindo as rodas, em vez de um esquema mais sofisticado de rodas independentes.
Seu preço, exatos 23.990 euros (R$ 156.816), é digno de louvor, pois ele é o único SUV híbrido pleno com tamanho de carro familiar com esse valor, na Europa. E a MG ainda oferece sete anos de garantia.
Veredicto Quatro Rodas
A SAIC ainda não anunciou os carros que terá no Brasil. Mas este poderia ser uma opção. Principalmente pela relação custo/benefício que oferece.
Ficha Técnica – MG ZS
Preço: 23.990 euros (R$ 156.816)
Motores: gas., diant., transv., 1.498 cm³, 102 cv a 6.000 rpm, 13 kgfm a 4.500 rpm; elétrico de 136 cv e 25,5 kgfm; total, 194 cv, 43,3 kgfm
Bateria: 1,83 kWh Câmbio: autom., 3 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo rígido (tras.) Freios: disco ventilado (diant.) sólido (tras.)
Pneus: 215/50 R18
Dimensões: comprimento, 443 cm; largura, 181,8 cm; altura, 163,5 cm; entre-eixos, 261 cm; peso, 1.485 kg; porta-malas, 358 l; tanque, 41 l
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 8,7 s; velocidade máx. 168 km/h
*Dados de fábrica