Comparativo: Mercedes-Benz GLE 400 x Range Rover Velar R-Dynamic
Os dois SUVs encantam pelas linhas atrevidas e avantajadas. Mas eles são muito mais do que meros modelos cosméticos
Adormecida por muito tempo, a Land Rover promoveu uma virada de mesa incrível na última década. No Brasil e no mundo, a marca deixou de ser referência apenas pela robustez no off-road e passou a encarar SUVs já consagrados.
A bem da verdade, todas as marcas de luxo, como a Mercedes, por exemplo, também se viram obrigadas a olhar com mais carinho e atenção para o design e outros pontos, digamos, cosméticos.
Aqui, dois ótimos exemplos dessa virada: o Range Rover Velar e o Mercedes GLE 400 Coupé, dois jipões que deixam claro que é possível, sim, ser atraente aos olhos da massa (obviamente, guardadas as proporções) sem cair na vulgaridade explícita das formas exageradas.
Gosto é algo subjetivo, verdade. Mas dentre esses dois SUVs, dá para afirmar sem medo de errar: o Velar é um mestre na arte da sedução. O tipo de carro que, estacionado, chama a atenção.
E as maçanetas externas com recolhimento elétrico e automático que as deixam rentes à porta quando estão trancadas?
Com todo respeito ao GLE, mas fazem o sistema convencional parecer coisa do passado.
Na rua, o teste do pescoçômetro não deixou dúvida: o design do modelo inglês é arrebatador.
Internamente, os dois são coerentes com o que apresentam por fora. A cabine é mais sóbria no GLE e high-tech no Velar.
Apesar do controle eletrônico de ajuste de temperatura, o ar-condicionado do Mercedes faz uso de um seletor giratório. No centro do painel, no topo, uma tela fixa cumpre a função de multimídia.
No Range Rover, são três telas HD: uma cumpre a função de quadro de instrumentos e as outras no console central, com a superior no comando do sistema multimídia e a inferior operando ar-condicionado e ajustes das funções do carro, como o seletor do modo de condução, capaz de alterar o funcionamento do câmbio, suspensão e motor.
Avaliado pela primeira vez no fim de 2017, o Velar sofreu com recorrentes apagões das telas. Desta vez, porém, tudo correu sem falhas.
Ainda assim, nem tudo é perfeito: inexplicavelmente, no high-tech Velar o som não é compatível com Android Auto e Apple CarPlay.
O GLE, com sua plataforma de 2010, é mais conservador: painel com uma telinha cercada por velocímetro e conta-giros analógicos embutidos em cúpulas individuais e um comando sensível ao toque no console, que exige certo tempo e paciência para adaptação.
Botões e seletores não causam a mesma boa impressão das supertelas do Velar, mas roubam menos a atenção quando o piloto decide fazer algum ajuste enquanto dirige: sim, teclas físicas ainda são mais fáceis de usar quando se está em um carro em movimento – sobretudo no esburacado asfalto brasileiro.
Sob o capô, motores parecidos
O GLE 400 tem um V6 3.0 biturbo com 333 cv a 5.250 rpm e 48,9 mkgf a 1.600 rpm.
Do outro lado do ringue, o Velar, com seu V6 3.0 com compressor mecânico capaz de produzir 380 cv a 6.500 rpm e 45,9 a 3.500 rpm.
Quanto ao câmbio, uma caixa ZF de oito marchas cuida do Velar, enquanto uma produzida pela própria Mercedes equipa o GLE. Em ambos a tração é 4×4 sob demanda com seleção de terreno.
Na pista, os SUVs entregaram números parecidos – veja os resultados nas respectivas fichas, ao lado –, mas o comportamento do GLE é mais adequado à mistura motor potente/carroceria alta.
Ambos têm suspensão pneumática, mas a do Mercedes passa menos a sensação de flutuar em alta velocidade.
Nas frenagens longas e severas, o Velar tem nova desvantagem, pois, de novo, a suspensão deixa a carroceria oscilar, exigindo aplicação de correção de direção no volante.
Se dinamicamente o GLE se mostra ligeiramente superior, o Velar dá o troco e vence o comparativo com seu projeto mais atual, por dentro e por fora.
Completos como os modelos fotografados, GLE 400 e Velar R-Dynamic HSE P380 custam, respectivamente, R$ 464.900 e R$ 465.100. Com qual você fica?
Veredicto
Com projeto novo, o Velar leva a melhor por ser um SUV atraente tanto do ponto de vista estético quanto de tecnologia embarcada.
Teste de pista (com gasolina)
GLE 400 Coupé | Velar R-Dynamic | |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 6,4 s | 6,2 s |
Aceleração de 0 a 1000 m | 26,6 s – 200,3 km/h | 25,8 s – 205,8 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h | 2,9 s | 2,7 s |
Retomada de 60 a 100 km/h | 3,4 s | 3,5 s |
Retomada de 80 a 120 km/h | 4,3 s | 4 s |
Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 | 16,7/29,3/67 m | 17,4/29,6/69,5 m |
Consumo urbano | 7,6 km/l | 7,4 km/l |
Consumo rodoviário | 10,2 km/l | 11,2 km/l |
FICHA TÉCNICA
GLE 400 Coupé | Velar R-Dynamic | |
Preço | R$ 464.900 | R$ 465.100 |
Motor | gasolina, diant., long., V6, 2.996 cm³, 24V, biturbo, 333 cv a 5.250 rpm, 48,9 mkgf a 1.600 rpm |
gasolina, diant., long., V6, 2.995 cm³, 24V, compressor, 380 cv a 6.500 rpm, 45,9 mkgf a 3.500 rpm |
Câmbio | automático, 9 marchas, tração integral |
automático, 8 marchas, tração integral |
Suspensão | Duplo A (dianteira) /multilink (traseira) | braços sobrepostos (dianteira e traseira) |
Freios | discos ventilados e perfurados (dianteiro e traseiro) | discos ventilados (dianteiro e traseiro) |
Direção | elétrica, diâmetro de giro 11,8 m | elétrica, diâmetro de giro 11,6 m |
Rodas e pneus | 275/45 R21 (dianteiro) / 315/40 R21 (traseiro) | 265/40 R22 |
Dimensões | comprimento, 490 cm; largura, 200,3 cm; altura, 173,1 cm; entre- -eixos, 291,5 cm; peso, 2.180 kg; tanque, 93 l; porta-malas, 650 l |
comprimento, 480,3 cm; largura, 203,2 cm; alt., 166,5 cm; entre- -eixos, 287,4 cm; peso, 1.884 kg; tanque, 63 l; porta-malas, 673 l |