Como anda o Kia Sportage 2026, que estreia no Brasil durante o Salão do Automóvel
Renault Kardian chega à linha 2026 corrigindo somente o que precisava, mas cobra até R$ 4.000 mais caro por todas as melhorias
Enquanto os carros elétricos não ganham tração suficiente para alcançar grandes volumes de venda nem geram lucros suficientes, as montadoras confiam em suas fórmulas mais seguras, que são garantia de aceitação fácil.
Na Kia, o SUV médio Sportage é, há muito tempo, o carro mais vendido de seu portfólio, com uma bem equilibrada combinação de motorização diversificada (gasolina, híbrido e plug-in, além de diesel, na Europa), espaço razoável, porta-malas entre os maiores da classe, comportamento confortável (mesmo que nada entusiasmante) e preço competitivo.
Na revisão dessa geração do Sportage, os sul-coreanos procuraram corrigir algumas lacunas, melhoraram motores e retocaram a estética para conseguir um visual mais moderno, mesmo sem alterações drásticas.
A dianteira é a parte que mais evoluiu, com uma nova e mais larga grade, faróis principais que deixam de ter a forma de bumerangue, para-
-choque e luzes de condução diurna e antinevoeiro, que acabam sendo responsáveis por um pequeno aumento de 2,5 cm em seu comprimento, totalizando agora 4,54 metros.
Por dentro, as mudanças são mais do que meramente estéticas. As duas telas de 12,3”, posicionadas lado a lado – uma para instrumentação, outra tátil, para infoentretenimento –, passam a ser equipamento de série. O modelo recebeu também um head-up display, de 10”.
Outro avanço que o coloca no mesmo nível da concorrência: a conectividade Android e Apple CarPlay passa a ser possível sem fios e a maioria dos gráficos ficou mais precisa e moderna. Entretanto, continuam existindo muitos menus (mesmo que alguns tenham sido simplificados) e submenus, e é necessário vasculhar para encontrar as funções desejadas.
Mantém-se também o original e engenhoso painel central de dupla função, que tanto pode servir para regular a climatização como para acertar as definições do sistema de áudio e de navegação.
Do EV3, o Sportage tomou emprestado o moderno volante de dois raios e as saídas de ventilação mais integradas ao painel, que conferem ao interior um aspecto mais moderno. Foi, por outro lado, eliminado o plástico brilhante que cobria o console central, substituído por um elegante plástico escovado.
Não faltam locais para colocar objetos menores: uma pequena prateleira na frente do seletor do câmbio, apoios amplos para copos e latas, compartimento entre os bancos dianteiros, porta-luvas de tamanho razoável e bolsas nas portas (as traseiras são pequenas). A construção parece bastante sólida, ainda que existam mais superfícies de toque duro do que seria desejável.
Quatro adultos, mesmo com mais de 1,80 metro, podem viajar sem aperto, mas recomenda-se o lugar central traseiro para passageiros menores, já que ele é mais estreito, duro e existe ainda um túnel – mais largo do que alto – roubando o espaço dos pés.
A partir do nível intermediário das versões, há saída de ventilação direta para trás, com regulagem de temperatura. E tanto as portas USB-C das laterais dos bancos dianteiros quanto os cabides integrados atrás dos encostos de cabeça dianteiros são soluções práticas e úteis.
O porta-malas tem capacidade que varia entre 526 litros e 591 litros, de acordo com a motorização. Isso porque, quanto maior o grau de eletrificação, maior a bateria e menor o volume do bagageiro. São 587 litros na versão que dirigimos, o 1.6 GDi Hybrid. É menor que o do Tucson, mas continua sendo um dos maiores de sua classe. Outra vantagem é que a tampa pode ser aberta eletricamente no modo mãos livres.
A opção Hybrid parece ser a mais equilibrada da nova geração do Sportage, até porque o aumento do rendimento máximo de 225 cv para 239 cv melhorou a performance, principalmente, quanto à resposta nos arranques e retomadas. A aceleração de 0 a 100 km/h baixou de 8,4 s para 8,1 s. A velocidade máxima subiu de 186 km/h para 196 km/h.
O motor 1.6 de 4 cilindros foi de 160 cv para 179 cv (o torque foi mantido em 27 kgfm), enquanto o elétrico é agora 27 cv mais potente (87 cv), mas o torque máximo foi reduzido (de 27 para 25,5 kgfm).
A bateria que alimenta o sistema híbrido é a mesma, com capacidade de 1,49 kWh, o que se torna útil, sobretudo, nas saídas e também para cobrir pequenas distâncias em cidade e com baixa carga de acelerador.
O incremento da potência elétrica é algo que se sente em acelerações mais fortes, até porque, curiosamente, o modelo substituído alcançava um torque máximo mais elevado (35,7 kgfm) e essa é uma das razões pelas quais o consumo aumentou (de 17,5 km/l para 16,4 km/l), já que, para obter a mesma resposta, torna–se por vezes necessário pressionar mais o acelerador.
Por outro lado, quando forçamos o ritmo, o desempenho pode até ser melhor, mas, nesses casos, o motor a gasolina se torna ruidoso, dando impressão de estar fazendo grande esforço.
A suspensão tem boa capacidade de assimilar maus pisos, desde que não esteja equipado com rodas maiores, de 19”. A escolha mais acertada é a das rodas intermediárias, de 18”, que conseguem um efeito visual agradável, não afetam o conforto e ajudam a controlar o excesso de inclinação da carroceria que se pode sentir com pneus mais altos e estreitos e com as rodas de 17”.
Seja como for, o Sportage continua não sendo um SUV que envolva muito o motorista na sua função. A direção tem parte da responsabilidade, mostrando-se sempre bastante leve e pouco comunicativa.
O câmbio automático de seis marchas (única transmissão disponível) cumpre a sua missão sem brilho, podendo se tornar menos suave em condução esportiva, quando elevamos o regime do motor acima de 4.500 rpm. Além do que, mesmo no modo de condução Sport, por vezes a decisão de mudança do câmbio automaticamente prevalece sobre a vontade do motorista (que tenta usar as borboletas atrás do volante para esse efeito).
O Kia Sportage 2026, com o mesmo visual do modelo europeu, já está em pré-venda no Brasil com motor híbrido leve 48V e fará sua estreia no Salão do Automóvel, nesta semana,
Veredicto Quatro Rodas
As evoluções são notáveis, mas não fazem do Sportage um carro cativante.
Ficha Técnica – Kia Sportage PHEV
- Preço: 50.000 euros (R$ 315.000)
- Motor: diant., 4 cil., transv., turbo, 1.598 cm³, 179 cv a 5.500 rpm, 27 kgfm; elétrico de 87 cv e 25,5 kgfm; total de 239 cv e 28,5 kgfm
- Câmbio: aut., 6 marchas, tração dianteira
- Direção: elétrica, 11 m (diam. de giro)
- Suspensão:McPherson (diant.), multibraços (tras.)
- Freios: disco ventilado nas quatro rodas
- Pneus: 235/50 R19
- Dimensões: compr. 454 cm; larg. 186,5 cm; alt. 164,5 cm; entre-eixos, 268 cm; peso, 1.788 kg; porta-malas, 587 l; tanque de comb., 52 litros Desempenho*: 0 a 100 km/h, 8,1 s; veloc. máx., 196 km/h *Dados de fábrica
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