BYD Song Plus 2025 melhora motor e bateria, mas consumo está mais alto
SUV híbrido, BYD Song Plus ganhou novos equipamentos, como NFC e central multimídia maior, e ficou R$ 10.000 mais caro do que a linha 2024
O BYD Song Plus foi o híbrido mais vendido do Brasil na primeira metade de 2024. E, para tentar manter esse posto, ganha algumas novidades na linha 2025, com destaque para a bateria maior, que promete um alcance prolongado.
Mas a BYD não pode se esquecer que a concorrência também tem se mexido: o GWM Haval H6 ganhou uma nova versão com mira declarada no próprio Song Plus, tanto em mecânica, quanto em preço. O Song Plus 2025 sai por R$ 239.800, que é pouco mais do que os R$ 239.000 redondos do rival. Então, como o SUV da BYD se sai nessa atualização?
Como identificar um Song Plus 2025?
Por fora o modelo 2025 é exatamente o mesmo da linha 2024 – na verdade, até há duas formas para que você possa diferenciá-los, mas são apenas para quem é muito detalhista.
Uma delas é o nome do carro na traseira. Antes, o nome Song Plus era apresentado em duas linhas, com o “Song” acima do “Plus”. Agora, é colocado de forma linear e antecedido pelo nome “BYD”. O segundo detalhe fica no retrovisor do motorista: a inscrição do NFC, tecnologia que a linha 2025 passou a ter.
Mas o que é isso? É possível substituir a chave tradicional por um cartão (que pode ser solicitado à BYD) que se parece com um cartão de crédito, ou transformar um celular na própria chave do carro. Assim, basta aproximar o cartão ou o celular do retrovisor para abrir/fechar o carro, e de um ponto específico do painel, com o mesmo desenho do NFC, para ligar o veículo. É a mesma tecnologia dos pagamentos por aproximação que fazemos nas maquininhas por aí.
Em design, porém, nada muda – o que é bom, já que o Song Plus agrada visualmente. A dianteira tem belos faróis full led com facho alto automático e uma grade avantajada com frisos horizontais, enquanto a traseira aposta em grandes lanternas full led com iluminação de uma ponta a outra. De lado, as rodas são as mesmas, diamantadas, de 19 polegadas, com pneus 235/50.
Interior seduz e acomoda bem
Por dentro, o Song Plus seduz muito pela aparência e pela qualidade do acabamento. Grande parte das superfícies é emborrachada e há uma mistura muito atraente de brilhos, cores, texturas e materiais. Para completar, há iluminação ambiente, com diversas opções de cores e ajuste de intensidade.
O quadro de instrumentos tem 12,3 polegadas, já a central multimídia (giratória) passa a ter 15,6 polegadas e é mais uma novidade da linha 2025. Antes, eram 12,8 polegadas. Porém,
Ainda entre os equipamentos, há também ar-condicionado de duas zonas, carregador de celulares por indução, câmera 360°, teto solar (de tamanho generoso) com abertura, bancos dianteiros com ajustes elétricos, aquecimento e ventilação, Android Auto e Apple CarPlay sem fio, e retrovisor eletrocrômico (este último, mais uma novidade).
Conte ainda com um pacote de sistemas de auxílio à condução, como piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência, detector de pontos cegos, sistema de permanência em faixa, detector de movimento lateral pra abertura das portas, entre outros.
O Song Plus também agrada na acomodação de passageiros e bagagens. Nos bancos traseiros, há bom espaço mesmo para pessoas mais altas e o assoalho plano ajuda para o caso de um terceiro ocupante. Quem for ali também pode contar com duas saídas de ar-condicionado no console central e duas no piso, além de duas portas USB tipo A.
O porta-malas, que tem abertura e fechamento elétricos, tem bons 574 litros, bem mais que os 410 litros do Jeep Compass e só um pouco maior que os 560 litros do Haval H6 PHEV19.
Bateria maior e mudanças silenciosas nos motores
O Song Plus é um híbrido plug-in. Ou seja, combina um motor a combustão e um elétrico, mas esse elétrico é alimentado por uma bateria que precisa ser recarregada em rede elétrica externa, como uma tomada residencial ou carregadores disponíveis, como em shoppings.
E, sobre recarga, já temos a primeira novidade do Song Plus 2025, que passa a aceitar uma potência maior de recarga em AC, agora de 6,6 kW – antes, eram 3,3 kW. Não há, porém, opção de recarga rápida, em DC.
O aumento na potência de recarga ajuda, já que a bateria mais do que dobrou de tamanho e passou de 8,3 para 18,3 kWh. Segundo a BYD, com esse crescimento da bateria, o SUV agora pode fazer até 1.200 km em uso combinado dos motores ou até 68 km no modo elétrico, segundo medições feitas juntas ao Inmetro.
Por outro lado, a marca foi discreta ao promover mudanças nos motores. O abastecido a gasolina, no caso, um 1.5 aspirado, passou a ter 105 cv – antes, eram 110. Já o elétrico passou de 179 pra 194 cv. Apesar disso, a marca segue divulgando uma potência combinada de 235 cv.
Nos nossos testes, ele foi de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos, ou seja, mais rápido que os 9,7 segundos do modelo 2024. Mas um pouco mais lento que os 7,2 segundos do Haval PHEV19, que tem 326 cv. Mas o consumo piorou significativamente. Ele fez 18,1 km/l na cidade e 16,1 km/l na estrada, considerando uso hibrido dos motores. Nos testes anteriores eram 22,2 km/l na cidade e 19,6 na estrada.
A dirigibilidade do Song Plus agrada especialmente em ambientes urbanos, já que seu comportamento é amigável e focado no conforto. A suspensão trabalha em silêncio e sem passar as imperfeições do solo aos ocupantes, mas em alguns momentos balança demais. Não chega a incomodar, porém.
Quem vai pelo mesmo caminho é a direção, que pode ser alterada de acordo com os modos de condução (eco, normal e sport), mas sempre tem um peso a mais. Elogios ao isolamento acústico do SUV, que além de isolar bem de ruídos externos, incluindo nas caixas de roda, também deixa que passe apenas o mínimo de ruído do motor a combustão. Quando em funcionamento, quase não se percebe.
Se o bom isolamento e o comportamento amigável ajudam no conforto, acabam por anestesiar a condução e deixam o Song Plus como um carro sem emoções. Mesmo que ande quase como um Pulse Abarth, o chinês não transmite sensação de boa aceleração e parece ser lento, pesado. Não é para quem busca prazer ao dirigir.
Veredicto Quatro Rodas
Em geral, a linha 2025 evoluiu onde precisava. O Song Plus continua muito confortável, ficou mais tecnológico e mais rápido, embora tenha perdido números importantes de consumo e siga sem qualquer emoção na dirigibilidade. Agora precisa aguardas os próximos capítulos para saber se manterá o reinado.
Teste – BYD Song Plus
Aceleração
0 a 100 km/h: 8,8 s
0 a 1.000 m: 30 s / 173 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 4,3 s
D 60 a 100 km/h: 4,8 s
D 80 a 120 km/h: 6,3 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,9/26,6/60,9 m
Consumo
Urbano: 18,1 km/l
Rodoviário: 16,1 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. : – dBA
80/120 km/h: 60,6/72,8 dBA
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: –
Volante: 2,7 voltas
Ficha técnica – BYD Song Plus
- Preço: R$ 239.800
- Motor combustão: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16V, 1.497 cm³, 105 cv, 13,8 kgfm;
- Motor elétrico: dianteiro, 194 cv, 33,1 kgfm – 235 cv combinados
- Câmbio: CVT, tração dianteira
- Bateria: 18,3 kWh com recarga AC a 6,6 kWh
- Suspensão: McPherson (diant.)/ multilink (tras.)
- Freios: disco ventilado (dianteira) e disco sólido (traseira)
- Direção: elétrica
- Rodas e pneus: liga leve, 235/50 R19
- Dimensões: comprimento, 470,5 cm; largura, 189 cm; altura, 168 cm; entre-eixos, 276,5 cm; tanque, 52 l; peso, 1.790 kg; porta-malas, 574 l