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Aprilia RSV4 R

Antes da vinda oficial, a atual campeã mundial entre as superbikes chega por importação independente

Por Ismael Baubeta
Atualizado em 9 nov 2016, 11h52 - Publicado em 8 jul 2011, 17h12
Aprilia RSV4 R

A Aprilia, marca de esportivas do grupo Piaggio italiano, experimenta forte presença nas competições e no mercado europeu. A empresa está finalizando um modelo de instalação no Brasil. Chegou a ser avaliada uma associação com a Kasinski, ainda não descartada, bem como uma operação autônoma. Nós nos adiantamos e provamos no Brasil a Aprilia RSV4 R.

Ela é praticamente a moto que foi campeã do mundo de Superbike em 2010, com Max Biaggi. Há um bom tempo cercávamos a possibilidade de experimentar as características que a levaram tantas vezes ao pódio entre as ferozes “mil” preparadas. A importadora independente Fast Bikes trouxe algumas unidades do modelo e nos cedeu um exemplar para avaliação. Pudemos levá-la a um circuito fechado, com asfalto primoroso, subidas e descidas acentuadas e curvas variadas.

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AR DE ESPORTIVA O porte diminuto desta esportiva chama atenção. A minúscula RSV4 R vem em branco e preto. A carenagem tem recortes e ângulos por todos os lados, entradas e saídas de ar e defletores que direcionam e aceleram o ar.

O visual frontal ostenta três faróis – dois simétricos “puxados” nas laterais e um menor ao centro, com uma pequena entrada de ar embaixo de cada foco. Nas extremidades há dois defletores paralelos à lateral – muito parecidos com os da BMW S1000RR e da nova Honda VFR 1200 – que, além de formar um belo conjunto, têm o compromisso da indução de ar para a mistura e da penetração aerodinâmica. As saídas de ar na lateral da carenagem também são recortes de ângulos retos, o que confere mais agressividade ao conjunto.

A rabeta, mínima como uma bela saia, é uma das responsáveis pelo pequeno porte da moto. Parece peça de avião de caça. Embaixo fica a lanterna embutida de leds. O para-lama traseiro é praticamente um suporte de placa, de tão estreito. Esse design minimalista contrasta com a ponteira de escape, que tem dimensões mais que generosas, em contraponto com o restante do conjunto traseiro.

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COCKPIT DE 600 Em posição de pilotagem, ficam evidentes suas intenções esportivas. Tem pedaleiras bem recuadas e semiguidões sob a mesa superior, deixando o piloto naturalmente inclinado à frente e carenado. No quesito postura, faltam pedaleiras reguláveis capazes de permitir ajuste de acordo com o biotipo do piloto. O cockpit é pequeno e estreito, o que ajuda no posicionamento. A sensação é a de estar sentado em uma 600.

No painel estão todas as informações necessárias. Ele fica em posição baixa, o que dificulta sua visualização e leitura. Inclui conta-giros analógico, à esquerda, com visor de cristal líquido posicionado a seu lado, com as informações de velocidade, hodômetros (total e dois parciais), indicador do modo de potência selecionado, temperatura, mostrador de marcha utilizada e a luz indicadora de mudança de marcha, a shift-light.

AJUSTE FINO Esta versão da Aprilia RSV4 R tem componentes menos nobres e várias regulagens a menos do que a primeira e mais completa RSV4 Factory. Na Europa a diferença é de 5000 euros, aproximadamente 16300 euros desta versão R contra 20900 da Factory (réplica perfeita da campeã de Superbike).

Alguns componentes importantes – o chassi, por exemplo – são iguais. O quadro é de dupla viga de alumínio, mesmo material da balança traseira, combinando peças fundidas e estampadas. As suspensões são multirreguláveis atrás e na frente. A diferença entre as versões está na grife dos componentes: enquanto a RSV4 R tem bengalas Showa de 43 mm de diâmetro e amortecedores traseiro e de direção da Sachs, a Factory leva bengalas (também de 43 mm), além de amortecedor traseiro e de direção racing de última geração da sueca Öhlins.

Nas acelerações, a traseira comportou-se muito bem, trabalhando suavemente, ajudando na entrega de potência. A suspensão tem boa performance também e é totalmente regulável. A diferença é que a suspensão Öhlins tem regulagens finas a mais – por exemplo, na velocidade de compressão e do retorno -, além de ser mais leve.

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Componentes que ajudam muito na dirigibilidade, aderência e performance são os pneus Metzeler Racetec, iguais em ambas as versões. Eles garantem excelente grip, o que me deixou totalmente à vontade para chegar bem próximo do limite de inclinação, sem sustos. Apesar das características totalmente esportivas da moto, ela tem um bom ângulo de esterço, facilitando pequenas manobras.

As rodas da moto testada são de alumínio fundido, mais pesadas que as Marchesini forjadas que vêm na Factory. Se a RSV4 R é fácil de inclinar e de colocar na trajetória como uma 600, imagino a Factory, com 5 kg a menos, boa parte deles retirados das rodas.

Os freios dianteiros são Brembo monobloco de quatro pistões ancorados radialmente, com discos de 320 mm de diâmetro na dianteira e 220 mm com pinça de dois pistões na traseira. Têm eficiência de sobra para parar a motocicleta. Talvez fosse interessante uma opção com ABS, pensando na segurança dos usuários nas ruas e estradas.

POWERTRAIN O motor tem quatro cilindros em V dispostos longitudinalmente a 65 graus, 16 válvulas, 999,6 cc e desenvolve 180 cv a 12500 rpm. O torque também é generoso: são 11,72 mkgf a 10000 rpm. Esse propulsor tem dois injetores por cilindro: um primário, que atua em baixos e médios regimes de rotação, e um secundário, que atua em alta, perto de sua potência máxima, aproveitando melhor a mistura em cada regime.

No sistema de admissão há mais uma diferença entre a moto que testamos e a mais completa: a RSV4 R não conta com cornetas de admissão de comprimento variável como sua irmã mais chique, tornando a entrega de potência menos agressiva. O sistema é acionado eletronicamente pelo ride-by-wire (algo como dirigir por fio, que significa acionamento eletroeletrônico do acelerador). O motor tem resposta linear e suave, sugerindo menor potência. Os 11,72 mkgf de torque, apesar da generosidade, não aparecem de modo impressionante, deixando a moto bem suave para pilotar, principalmente no modo Road, em que a potência máxima é reduzida em 40 cv.

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A central eletrônica permite outros dois modos de entrega de potência – Track e Sport – selecionados através de botão no punho esquerdo. Esses modos alteram a suavidade na entrega da cavalaria. Na versão topo de linha, esse sistema eletrônico é reforçado com outras benesses, como o controle de tração, o Aprilia Wheelie Control (sistema antiempinada) e o quick shift ou “cambio rápido” – as trocas de marcha podem ser feitas sem aliviar a mão do acelerador nem utilizar a embreagem.

A RSV4 R não tem peças de fibra de carbono nem de magnésio, como a Factory. As tampas laterais e de cabeçotes são de alumínio. No peso total, são 5 kg a mais, 184 contra 179 kg, diferença que pode ser sentida em uso esportivo.

O claro compromisso da Aprilia com a RSV4 R foi oferecer uma superesportiva com muita tecnologia a um preço atraente, característica que a importação independente torna sem efeito. As raras versões à venda saem por cerca de 85000 reais. É o preço da exclusividade, enquanto a italianíssima fábrica de Noale não se implanta por aqui. Mas ainda é uma motocicleta que pode conquistar corações de quem quer o máximo em desempenho, um poderoso V4 e a fama de campeã, em uma moto compacta e extremamente ágil.

TOCADA Pequena, leve e muito maneável, tem excelente pegada e opção de escolha de entrega de potência.

★★★★

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DIA A DIA A posição é cansativa para uso diário, mas seu bom ângulo de esterço e o tamanho compacto ajudam a rodar pelo trânsito.

★★★

ESTILO O desenho é maravilhoso, desde o frontal, com seus três faróis, até a minúscula rabeta, tudo tem acabamento primoroso.

★★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO O máximo: um V4 poderoso e liso, bastante suave em baixos regimes, mostra seu apetite a partir de médios giros. O câmbio é suave e a embreagem antiblocante ajuda nas reduções.

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★★★★★

SEGURANÇA Cada vez mais comuns, os controles de entrega de potência ajudam principalmente os pilotos menos experientes. Para eles, porém, talvez falte um ABS.

★★★

MERCADO O preço praticado de 85000 reais está bem próximo do da BMW S1000RR. O problema pode surgir mais tarde, quando houver necessidade de peças de reposição.

★★★

VEREDICTO

Sua fama de campeã e o motor de arrepiar justificam a compra motivada por puro apelo emocional.

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