Volta de imposto faz GWM trocar picape híbrida por SUVs nacionais
Marca chinesa trabalha em novo SUV híbrido de entrada para concorrer com o Jeep Compass e pode nacionalizar o Haval H6
Uma inédita picape híbrida flex da linha Poer deveria se tornar o primeiro carro da GWM fabricado no Brasil. Pelo menos esse era o plano da fabricante chinesa desde que comprou, da Mercedes-Benz, a fábrica em Iracemápolis (SP). Mas a estratégia mudou após a volta do imposto de importação para carros elétricos e híbridos, a partir de janeiro.
À agência AutoData, o diretor de relações governamentais da GWM, Ricardo Bastos, disse que a picape híbrida ficará para depois, junto com um SUV maior que usaria o mesmo chassi de longarinas. Em vez deles, os Haval H6 e um SUV inédito para concorrer com o Jeep Compass seriam os primeiros carros nacionais da GWM.
Esta nova versão da picape Poer segue em testes e poderia estrear no Brasil antes mesmo de estrear na China. Por conta da estratégia da marca, é quase impossível que a picape híbrida faça sua estreia com unidades importadas.
Isso porque a volta dos impostos fez com que a GWM priorizasse seus carros de maior volume de vendas e mais sensíveis ao preço. Desta forma, o Haval H6 seria o carro escolhido para a GWM dar largada na produção nacional. O modelo já estava nos planos da fábrica.
“Talvez troquemos o produto. E em vez da plataforma off-road, que incluía a picape e um SUV, devemos jogá-la para a frente e convocar veículo de plataforma como é o Haval. Porque este é um produto que já testamos, que o consumidor mostrou que gostou e, para nós, neste momento de aumento do imposto, é uma escolha mais segura”.
Outro carro cotado é um “Haval menor”, que a fabricante já tratou anteriormente como Haval H4. Será um carro desenvolvido especificamente para o Brasil usando o Haval Jolion como ponto de partida, para colocar a GMW no segmento dos SUVs médio-compactos – onde estão, por exemplo, o Jeep Compass e o Toyota Corolla Cross.
Imagem divulgada pela própria fabricante há alguns meses sugere que o Haval H4 (o carro cinza) será parecido com o Chitu, que tem grade hexagonal com barras verticais mais largas, faróis mais estreitos e para-choque mais tradicional, sem prolongamento das drl, quando comparado com o Jolion. Mas a carroceria é a mesma nos dois carros, o que também justifica os testes do Jolion no Brasil.
Se as semelhanças forem confirmadas e não tiverem grande impacto nas dimensões, o Haval H4 será pelo menos 2o cm mais curto que o H6: são 4,47 m, 1,84 m de largura, 1,57 m de altura e 2,70 m de entre-eixos (maior que os 2,64 m de Compass e os 2,65 m do Corolla Cross).
Na Europa, o Haval Jolion tem mecânica híbrida paralela (HEV) com motor 1.5 aspirado de quatro cilindros a gasolina (de 95 cv e 12,7 kgfm) e um elétrico (150 cv e 25,5 kgfm) que, juntos, entregam 189 cv e 38,2 kgfm. O câmbio automático tem duas marchas, a tração é dianteira e a bateria fornece 1,8 kWh. O zero a 100 km/h é cumprido em 8,2 s, com consumo médio de 20 km/l de gasolina.