O futuro do Volkswagen Virtus parece promissor. Com o Jetta restrito à versão espotiva GLI, em vias de ser reestilizado, e o Voyage vivendo aquele que pode ser seu último ano de produção, o novo Virtus 2023 será o sedã mais importante da Volkswagen no Brasil. E, também, na Índia.
Desta vez o sedã compacto da VW não ficará restrito ao mercado latino-americano. Na verdade, a primeira reestilização do Volkswagen Virtus será apresentada primeiro na Índia, já em 8 de março.
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Isso pode pegar muita gente de surpresa, mas faz um certo sentido quando lembramos que o Skoda Slavia, irmão do Virtus desenvolvido exclusivamente para o mercado indiano, foi apresentado por lá há poucos meses. O Virtus tem muito em comum com ele e terá a missão de substituir o sedã Vento, o Polo Sedan da geração anterior (que não tivemos no Brasil).
Este parece ser o momento do Virtus e, não à toa, o sedã terá certa independência visual do Polo a partir de agora. Mas o novo Virtus brasileiro não será exatamente igual ao modelo indiano.
A palavra de ordem na filial brasileira é aproveitar peças que já existem e estão prontas. Faróis com linhas mais retas serão comuns ao sedã nos dois mercados, mas o modelo brasileiro adotará os mesmos faróis de led do Nivus, enquanto o sedã fabricado na Índia adotará uma peça com projetor de bloco elíptico e leds na parte inferior.
Na comparação com o Virtus atual, ainda muda o para-choque dianteiro com tomada de ar inferior maior, integrando uma estreita tomada de ar que existe no modelo atual. Além disso, há nichos verticais para os faróis de neblina de leds. A grade superior fica mais estreita e ganha uma barra superior cromada, que poderá ser iluminada na versão Highline, no Brasil.
O novo logotipo da VW esconderá o radar do piloto automático adaptativo (que, enfim, será disponibilizado para o sedã) junto com a frenagem autônoma de emergência.
A traseira terá um “toque” do Nivus e do T-Cross. Isso porque, além das lanternas ganharem fundo acinzentado, quase preto, elas serão interligadas por uma barra preta, mas com um friso cromado. O novo logotipo da Volkswagen será posicionado sobre essa régua preta, que fará com que a tampa do porta-malas seja uma nova peça.
O Virtus 2023, chamado internamente de VW271 LA PA, ainda terá para-choque traseiro com sua base muito parecida com a do Slavia, com uma barra horizontal mais grossa, com um friso cromado bem mais discreto que o atual e peças refletivas. Nas extremidades do para-choque, vincos bem marcados terão a missão de dar a sensação do Virtus ser mais largo do que a plataforma MQB A0 permite.
Quem quiser ter uma ideia de como será o painel do novo Virtus só precisa abrir a porta de um Nivus 2022. O SUV cupê já está equipado com novo volante, quadro de instrumentos digital (o Comfortline receberá a tela de 8 polegadas e o Highline continuará com a de 10,25″) e a central multimídia VW Play, agora com Android Auto sem fio. A diferença ficará por conta do acabamento da faixa central do painel.
Por fim, a Volkswagen estuda oferecer teto solar panorâmico como opcional para os Virtus 2023 mais caros.
Apenas motores turbo
A Volkswagen já tirou de linha o motor 1.6 16V MSI, por conta do Proconve L7. Com isso, acabou com a versão de entrada do Virtus. Isso, porém, abre espaço para uma nova opção mecânica.
O antigo motor 1.0 TSI de 105 cv e 16,8 kgfm, o 170 TSI que equipava o VW Up!, acaba de ser resgatado por uma nova versão de entrada do Nivus na Argentina e pode ganhar uma segunda vida também no Brasil. Ele equiparia o novo Virtus básico, que por sua vez teria apenas o conhecido câmbio manual de cinco marchas.
O motor 200 TSI, 1.0 TSI com 128 cv e 20,4 kgfm, por sua vez, continuaria sendo oferecido exclusivamente com o câmbio automático de seis marchas. O mesmo vale para o 250 TSI (1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm) do Virtus GTS, que teve sobrevida garantida apesar de por pouco não ter sido descontinuado devido às poucas vendas. Na falta dos Jetta 1.4 TSI, ele se torna uma opção importante.
Ainda assim, a versão topo de linha do Virtus indiano terá o motor 1.5 TSI, bem mais moderno. Além disso, seu câmbio será o DSG de sete marchas.
Enquanto isso, o novo Volkswagen Polo terá os dois motores mais potentes. Caberá ao Polo Track, confirmado para 2023, a missão de ocupar a lacuna das versões mais básicas. Ele terá tanto o motor 1.0 MPI de 84 cv quanto o 1.0 TSI de 105 cv.