Citroën C3 terá irmão de sete lugares com motor 1.0 turbo do Fiat Pulse
Projeto CC24 será a próxima novidade da francesa no Brasil, com direito a motor de 130 cv, câmbio CVT e foco em roubar mercado da Chevrolet Spin
Quem duvidava que o surgimento da Stellantis causaria mudanças profundas no mercado brasileiro talvez fosse um pouco ingênuo. Mesmo assim, não deixa de ser impressionante o vigor com que o novo conglomerado vem redesenhando o papel de suas marcas no Brasil e no mundo.
Poucas mudanças são tão sensíveis como na Citroën: comumente ligada a pompa, tecnologia e atrevimento francês, a marca iniciou, no meio do ano passado, uma nova fase, na qual a ideia é seduzir, mais uma vez pelo estilo, mas optando por modelos de baixo custo e apelo jovial. Pontos que nortearam o lançamento do C3, incorporado a nossa frota do teste de Longa Duração.
Mas um carro apenas não muda a história. Dessa forma, já há outros dois em desenvolvimento e com chegada confirmada até o final de 2024. Um deles é um sedã misterioso, com poucos detalhes revelados e que gerou controvérsia interna – uma fonte revelou, sob anonimato, não concordar com a ideia do carro, que pode lutar em um segmento acima do Fiat Cronos, ocupado por Volkswagen Virtus, Nissan Versa e Honda City, entre outros.
Antes dele, porém, chega ao Brasil o que até o momento é chamado de projeto CC24: um Citroën C3 estendido, com sete lugares e foco óbvio na longeva Chevrolet Spin. Tão óbvio que parece ter motivado a reestilização da perua da GM (além de alterações visuais, a Spin deve ganhar novos equipamentos de segurança).
No projeto CC24, preço é questão de máxima importância; logo, a receita de economia do novo C3 será mais uma vez seguida, começando pelo uso da plataforma CMP simplificada, dedicada a mercados de baixo custo — principalmente Brasil e Índia. É uma arquitetura que, internamente, teve seus pontos falhos reconhecidos. Mas, após o tempo de trabalho e o conhecimento adquirido com o C3, deve apresentar evolução sensível.
Até a coluna B, ambos os modelos serão praticamente iguais. Flagras vindos da Ásia mostram que, daí em diante, haverá um prolongamento que se aplica ao entre-eixos e à porta traseira, fugindo pouco do visual do compacto. Também à moda do irmão menor, espera-se um certo estranhamento na carroceria: o CC24 terá comprimento de SUV médio (cerca de 2,4 m) e, provavelmente, melhor ângulo de ataque e saída que a Spin. Apesar de lembrar um utilitário, porém, não será de um SUV.
Internamente, a Citroën entregará um painel sem luxos e com bastante plástico, mas com criatividade no uso de cores e texturas que reforçam o apelo jovial do carro. Frente às críticas recebidas pelo C3, é possível que o quadro de instrumentos mude e ganhe ao menos um conta-giros, mas sem fugir da simplicidade da linha. Central multimídia, comandos de ar-condicionado e outras peças também serão compartilhados por questão de economia de escala.
Em termos de mecânica, de acordo com as fontes, haverá duas opções, com novidades importantes. Ainda que possam vir com cinco lugares, as versões de entrada já contarão com o motor 1.6 aspirado dos C3 mais caros, que entrega 120 cv e 15,7 kgfm. Enquanto as versões mais caras da perua trarão o 1.0 turbo do Fiat Pulse, que rende 130 cv e 21,4 kgfm. É provável que os modelos 1.6 contem apenas com transmissão manual, a fim de diferenciá-los das versões turbo, que podem trazer exclusivamente câmbio CVT.
Entre as opções de nome para o novo modelo, as especulações se concentram na opção de C3 Aircross. Mais fácil é apostar no preço – que deve girar entre R$ 100.000 e R$ 130.000 – e na chegada do novo sete lugares do mercado, que deve ganhar as ruas na virada para 2024.