A Caoa Chery gosta de reforçar nas propagandas que seus carros são turbo, mas não pode fazer isso com o Tiggo 2. Ainda.
QUATRO RODAS apurou que a marca lançará o novo Chery Tiggo 2 no Brasil nos primeiros meses de 2021. Além do visual mais moderno, terá motor três cilindros 1.0 turbo flex inédito.
A unidade de potência unirá o útil ao agradável: terá mais potência e torque, e será mais econômico que o atual quatro cilindros 1.5 flex de 115 cv e 14,9 kgfm, e ainda fará o Tiggo 2 pagar menos IPI.
Mas há um esforço por trás disso. O ponto de partida para esse motor seria um 1.2 turbo. É o único três cilindros turbo da Acteco, que teria seu deslocamento reduzido mas sem perder recursos importantes como o duplo comando de válvulas variável, o turbocompressor e a injeção direta – que os Tiggo 5X e Tiggo 7 não têm.
Com a injeção adaptada para etanol este motor teria mais de 120 cv e 17 kgfm de torque. Nada mal. A troca do atual câmbio automático de quatro marchas pelo mesmo CVT com simulação de nove marchas do sedã Arrizo 6 ajudará na melhora da eficiência e do desempenho. Este câmbio, inclusive, é combinado ao motor 1.5 na China.
A Caoa Chery, inclusive, está negociando com empresas brasileiras o fornecimento de peças para o novo motor, especialmente aquelas exclusivas para a versão flex. É sinal de que a empresa retomará a produção de motores na fábrica de Jacareí (SP), que também é a responsável pelo Tiggo 2.
A unidade não produz motores desde meados de março, quando demitiu 59 funcionários da área de Powertrain. O volume diário era de 60 motores.
Será a primeira oportunidade da Caoa de fazer alterações significativas no Tiggo 2, que estava praticamente pronto para ser lançado quando a empresa assumiu 51% das operações da Chery no Brasil, no fim de 2017.
Na China, o novo Chery Tiggo 2 é vendido como Tiggo 3X Plus, mas não passa de uma reestilização para seguir o estilo “Life In Motion 3.0”. Dele vem a grade dianteira com pontos cromados que parecem flutuar e o novo para-choque dianteiro.
Atrás, nada de novas lanternas mas a régua que as interliga passa a ser pintada de preto (antes era cromada). O para-choque também muda. Não são grandes mudanças, mas o efeito delas no carro é significante.
O interior mostra uma preocupação em incrementar o carro que nasceu derivado do simples Celer hatch, lançado no Brasil em 2013. Há nova central multimídia com tela de 9 polegadas, partida por botão, novo volante com base achatada e os comandos do ar-condicionado também são novos.
Controle de estabilidade e freio de estacionamento elétrico são outras das novidades. Partes do painel também ganham novas texturas e há maior quantidade de material macio nas portas.
Com todas essas mudanças, a Caoa Chery enfim terá um Tiggo 2 compatível com o resto de sua gama de modelos. Além disso, o SUV compacto ganhará fôlego para deixar de ser coadjuvante no mercado.
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