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Teste: novo Caoa Chery Arrizo 6 traz conjunto equilibrado e boas soluções

Bonito e bem equipado, sedã surpreende na pista e se candidata a desafiar os líderes do segmento

Por Thiago Silva, Igor Macario
Atualizado em 1 set 2020, 13h00 - Publicado em 1 set 2020, 07h00
Sedã tem linhas elegantes e chama atenção (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Entre muitas provas de que vivemos tempos no mínimo curiosos, uma é o fato de que os sedãs médios se tornaram escolhas fora do óbvio de quem procura carro na faixa dos R$ 100.000. E se você está decidido a fugir dos SUVs, a Caoa Chery tem a menos óbvia das escolhas, o novo Arrizo 6.

O bonitão das fotos tem porte de VW Jetta e mostra que a Caoa Chery vem fazendo o dever de casa a cada lançamento. O Arrizo 6 sem dúvida é um dos melhores produtos da marca no Brasil, mas tem uma tarefa difícil pela frente: a de convencer o tradicional comprador de sedã a levar algo diferente para casa.

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O Arrizo é bonito, bem equipado, e a única versão à venda, a GSX, custa R$ 98.400. O valor é menor do que todos os concorrentes, ainda que perigosamente perto dos R$ 99.990 do Jetta de entrada.

O preço, no entanto, ainda tem um porém. Esse valor se aplica apenas às primeiras unidades vendidas. A Caoa Chery não diz quando, mas em algum momento a tabela subirá para R$ 108.750, o que pode tornar a vida do modelo um pouco mais difícil.

Modelo tem porte imponente e é mais comprido que um Corolla (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As linhas são elegantes e se nas fotos ele pode parecer menor do que é, de perto o sedã tem porte comparável ao dos concorrentes mais conhecidos. A grade dianteira é interessante, com direito a uma barra cromada atravessando a frente do carro. Os faróis são halógenos alojados em projetores elípticos e há leds diurnos.

Atrás, outra barra cromada atravessa a tampa do porta-malas e une as lanternas, também de led. Os traços lembram modelos de outras marcas, Kia e Hyundai, longe de serem referências negativas.

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Fato é que, pelo preço de uma versão “pelada” de Jetta, Civic ou Corolla, o Arrizo 6 traz uma lista bem mais completa de itens de série. Há teto solar elétrico, chave presencial com partida por botão e até sistema de câmeras 360 graus para ajudar na hora de estacionar. Os bancos são revestidos de um material que imita (bem) couro. No meio dos instrumentos, uma vistosa tela colorida de 7 polegadas mostra informações do computador de bordo, e outra de 9 serve ao sistema multimídia.

Porta-malas leva bons 570 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

E o Arrizo 6 representa um salto notável na qualidade dos carros da Caoa Chery. O acabamento da cabine é bom e os arremates são precisos. O topo do painel é revestido de material macio ao toque, há costuras aparentes no painel e os bancos têm uma padronagem hexagonal, típica de carros mais caros. As saídas de ar são integradas num friso que atravessa o painel de ponta a ponta, num arranjo moderno e que lembra o interior dos Audi mais recentes.

Chama a atenção na cabine a quantidade de plástico preto brilhante. O console central é quase todo revestido desse material, que dá um aspecto menos simples à cabine. Os comandos do ar-condicionado têm disposição que lembra (vagamente) a tela inferior dos Range Rover. No entanto, um pênalti é não oferecer ajuste automático de temperatura. O visual está aprovado, mas o dispositivo não passa de um ar-condicionado convencional.

Outro destaque é a enorme central multimídia que domina a parte alta do console. O sistema é simples de usar, com botões grandes e menus descomplicados. Só merecia ter também Android Auto, já que o CarPlay está disponível. Para usuários de smartphones com o sistema do Google, a única opção é a de espelhamento direto da tela do celular. Ao menos, há botões físicos redundantes sob a tela, para acesso rápido a volume, seleção de faixas e às câmeras.

Cabine é confortável e bancos têm revestimento que imita couro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O recurso de visão 360 graus, aliás, seria mais funcional se as câmeras tivessem melhor definição. Como as imagens têm baixa qualidade, é difícil avaliar distâncias e confiar no sistema.

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As imagens aparecem na tela central quando o motorista liga a seta para um dos lados. A intenção seria ajudar a evitar pegar uma guia de rua, por exemplo, mas a baixa definição dificulta o uso. Na prática, apenas a câmera localizada na traseira acaba tendo real função.

Há duas entradas USB e uma tomada 12 V escondidas sob uma portinhola logo abaixo dos comandos do ar-condicionado. A posição seria ótima para um nicho capaz de acomodar um telefone, por exemplo, mas é muito raso e comporta apenas as tomadas. Qualquer item colocado ali, até mesmo as chaves de casa, vai sair voando na primeira acelerada.

A cabine, no entanto, é espaçosa, a despeito do entre-eixos relativamente pequeno. Os 2,65 metros do Arrizo são os mesmos de um VW Virtus, de categoria abaixo. Mas mesmo com alguns centímetros a menos que os concorrentes, o “chinês de Jacareí” tem bom espaço para dois adultos no banco traseiro, desde que eles também não sejam muito altos.

Banco traseiro acomoda bem dois adultos de estatura mediana (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ocupantes com cerca de 1,75 metro já irão raspar a cabeça no teto e precisarão se encolher um pouco para achar a melhor posição no banco traseiro do Arrizo. Quem vai atrás tem uma entrada USB para recarregar telefones.

Já o porta-malas tem cavernosos 570 litros, um dos maiores do segmento. Na frente, os bancos são confortáveis. É fácil achar a posição correta ao volante, que também tem ajustes de altura e profundidade. Os bancos têm ajustes manuais, mas bem que o do motorista merecia elétricos, seria um diferencial e tanto.

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Há porta USB e saída de ar para o banco traseiro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em movimento, o conjunto mecânico é outra grata surpresa. Se engana quem pensar que o conjunto é “chocho” ao ler CVT na ficha técnica. O motor 1.5 é valente e tem torque farto em baixas rotações, isso faz com que o câmbio raramente tenha que variar as rotações para manter a toada tanto na cidade quanto na estrada.

O CVT, aliás, quase não se faz notar, nem mesmo com a função Sport ativada. O conjunto fica ligeiramente mais “animado”, mas a ordem ainda é suavidade. A Caoa Chery fez bem em partir para um CVT e deixar apenas o Tiggo5x com um duvidoso automatizado de dupla embreagem.

Painel tem tela de cinco polegadas no centro dos instrumentos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Arrizo está longe de ser um esportivo, acelerando de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos. Mas o número conservador só conta metade da história, porque o sedã tem boa agilidade no trânsito urbano. O CVT até simula 9 marchas com opção de trocas manuais pela alavanca, mas dificilmente você lembrará desta função.

Painel tem plástico brilhante e central multimídia em destaque (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A suspensão é macia e consegue lidar bem com ruas esburacadas. Nem mesmo as belas rodas de 17 polegadas deixam o rodar mais ríspido, e o sedã se comporta bem. A direção, no entanto, merecia ser mais direta, embora o acerto não destoe da proposta do carro. No geral, nós gostamos do que vimos. O Arrizo é uma boa alternativa para você evitar um SUV. Mas a escolha é sua.

Ficha técnica:

Preço: R$ 98.400
Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, turbo, injeção multiponto, 16v, 1.499 cm³, 77 X 80 mm, 150 cv a 5.500 rpm, 21,4 kgfm a 4.000 rpm
Câmbio: automático CVT com 9 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica, diâmetro de giro: 11 m
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira).
Freios : disco ventilado (dianteira), disco sólido (traseira)
Pneus: 205/50 R17
Dimensões: comprimento, 467,5 cm, largura, 181,4 cm, altura, 149,3 cm, entre-eixos, 265 cm, vão livre do solo, 12,9 cm, tanque de combustível, 48
litros, peso/potência, 9,09 kg/cv, peso/torque, 63,7 kg/kgfm

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Teste

Aceleração
0 a 100 km/h: 9,2 s

0 a 1.000 m:
30,49 s – 172,9 km/h/

Retomada
40 a 80 km/h em D: 4,04 s
60 a 100 km/h em D: 5,1 s
80 a 120 km/h em D: 6,15 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0: 15,2/27,2/62,09

Consumo:
Urbano: 9,1 km/l
Rodoviário: 13,1 km/l

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(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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