Robôs assumem lugar de engenheiros e aceleram desenvolvimento de um carro
Novas tecnologias: máquinas usadas pela indústria substituem o ser humano com precisão e repetitividade nos testes de campo e laboratório
As fábricas de automóveis foram as primeiras a empregar robôs de forma intensiva nas linhas de produção. Isso foi em meados dos anos 70.
Por isso, quando se fala em robôs na indústria hoje em dia, logo vem à mente aqueles enormes braços usados para transportar, encaixar e soldar peças com movimentos sincronizados.
Atualmente, porém, as tarefas desempenhadas pelos robôs na indústria automobilística vão muito além das ligadas à produção.
Agora, os robôs participam também do desenvolvimento dos novos modelos, dirigindo protótipos em avaliações de campo e realizando testes de qualidade dos mais diversos tipos.
Aqui reunimos alguns exemplos. Nas pistas de testes, os robôs substituem engenheiros e técnicos nos ensaios repetitivos, cansativos e arriscados, com precisão e de modo contínuo, em quaisquer condições climáticas, incluindo testes noturnos.
Nos laboratórios, eles reduzem o tempo de desenvolvimento ao acelerar testes de durabilidade, simulando situações que levariam anos em condições de uso real.
Piloto de aço
A inglesa AB Dynamics oferece robôs capazes de controlar sistemas específicos como direção, pedais e câmbio. Eles podem funcionar em conjunto, assumindo inteiramente o veículo e cumprindo rotinas predefinidas pelas engenharias.
O controlador da direção é capaz de realizar medições de comportamento dinâmico, ângulos de esterço e contraesterço e durabilidade do sistema, entre outros.
O de pedais pode registrar forças aplicadas, deslocamento dos pedais, pressão nas linhas de freios e a aceleração e a desaceleração do veículo. O de câmbio participa das avaliações de desempenho, reações e tempos de respostas.
Suando a camisa
Há vários tipos de robôs para testar a durabilidade dos bancos.
A alemã Kübrich dispõe de um robô que testa os movimentos dos ajustes (longitudinais e verticais) do assento, da inclinação do encosto, bem como os esforços laterais aplicados pelo peso dos ocupantes.
A também alemã Kuka tem um robô que avalia a durabilidade da espuma e dos revestimentos simulando movimentos de senta e levanta dos ocupantes e aplicando peso e provocando atrito.
Batizado de Robutt, esse robô tem ainda uma especificidade desenvolvida pela Ford, que é a reprodução de transpiração (com a aplicação de vapor de água aquecido), como se o usuário acabasse de vir de uma corrida no parque ou da academia.
Abre e fecha sem parar
Dotados de central eletrônica, robôs de diferentes marcas utilizam atuadores, sensores e braços mecânicos para testes de durabilidade de uma grande variedade de componentes, geralmente fazendo trabalhos repetitivos.
É o caso dos aparelhos que acionam levantadores elétricos de vidros, limpadores de para-brisas, alavancas de seta, maçanetas, dobradiças de portas, travas de capô e porta-malas e até macacos.