Renault Boreal começa a ser produzido no Brasil com motor 1.3 turbo flex
SUV médio nacional marca nova fase da Renault e será exportado para 17 países a partir de 2026

A Renault iniciou oficialmente, nesta segunda-feira (6), a produção do novo SUV Boreal no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR). A fábrica paranaense é a primeira do mundo a fabricar o modelo, revelado em julho, e que representa um dos principais pilares do plano da marca para reposicionar-se no mercado brasileiro.
O projeto recebeu investimento de R$ 2 bilhões, parte de um ciclo maior que totaliza R$ 5,1 bilhões entre 2021 e 2025.
“O Boreal é o SUV high-tech da Renault, e a tecnologia não está somente no veículo. Para desenvolvê-lo e industrializá-lo no Brasil, investimos R$ 2 bilhões no país”, afirmou Ariel Montenegro, presidente da Renault do Brasil.

A produção no Paraná abastecerá 17 países da América Latina, além do mercado interno. O lançamento comercial no Brasil ocorrerá ainda em 2025, e a partir de 2026 o SUV será exportado também para outros continentes, incluindo a Turquia.
A escolha do Complexo Ayrton Senna foi estratégica. A unidade é a única fábrica de automóveis da América Latina reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial como Farol da 4ª Revolução Industrial Avançada, por empregar tecnologias de inteligência artificial, impressão 3D e veículos autônomos de transporte interno.
“O início da produção do Boreal é mais um passo importante na estratégia internacional da Renault. O Brasil ser o primeiro país a produzir este veículo totalmente novo e tecnológico é muito gratificante para nossas equipes”, destacou Thierry Charvet, vice-presidente de Indústria do Renault Group. A planta também é autossuficiente em energia renovável, reforçando o foco da marca em sustentabilidade.

Como é o Renault Boreal
Desenvolvido no Brasil, o Renault Boreal estreia uma nova identidade visual. A grade frontal, inspirada em diamantes, integra luzes de LED que se unem aos faróis principais e aos DRLs. Nas extremidades do para-choque, pontos de LED substituem as entradas de ar tradicionais, criando uma assinatura luminosa exclusiva.
Na lateral, o SUV traz rodas de 19 polegadas e uma coluna C prateada, com maçanetas embutidas nas portas traseiras. A traseira tem lanternas afiladas, o logo da Renault em alumínio e um spoiler discreto, reforçando o visual sofisticado.

Com 4,56 metros de comprimento e 2,70 metros de entre-eixos, o Boreal promete bom espaço interno. O porta-malas elétrico tem 522 litros, superando rivais como Jeep Compass (410 L), VW Taos (498 L) e Toyota Corolla Cross (440 L). O modelo é o segundo carro nacional a usar a plataforma RGMP, evolução da CMF-B.
O interior do Boreal é dominado pelo sistema OpenR, que combina duas telas de alta resolução. O destaque é a integração nativa com o Google Automotive, permitindo o uso de Waze, Google Maps e Spotify diretamente na central multimídia, além de comandos de voz via Google Assistente.
O acabamento mescla materiais macios, plásticos de boa qualidade e iluminação ambiente configurável. As versões topo de linha terão bancos elétricos com massagem, som premium Harman Kardon e teto solar panorâmico.
Entre os recursos de segurança, o SUV oferece piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência e assistente de permanência em faixa.

Sob o capô, o Boreal estreia o motor 1.3 TCe turbo flex, com 163 cv e 25,5 kgfm, acoplado ao câmbio automatizado de dupla embreagem de seis marchas. A tração é dianteira, mas uma versão híbrida-leve (MHEV) 4×4 é esperada para 2026.
O Renault Boreal chega para disputar o segmento de SUVs médios, enfrentando Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e os híbridos GWM Haval H6 e BYD Song Plus.

Os preços ainda não foram confirmados, mas devem ficar em torno de R$ 200.000, faixa que o coloca frente a frente com os principais concorrentes.