Rally dos Sertões tem único UTV híbrido e com nióbio do Brasil
Veículo combina motores elétrico e a combustão, que tracionam diferentes eixos; além da autonomia, aumento de peso é um desafio
Zeca Giaffone, diretor da Giaffone Racing, é entusiasta e adepto da eletrificação em suas variadas formas. Além de comandar uma startup que converte veículos a combustão para elétricos, ele também é o responsável pelo único UTV híbrido do Brasil – com o qual concorrerá ao Rally dos Sertões pelo segundo ano seguido.
O veículo tem importantes e necessárias diferenças em relação aos carros híbridos comercializados mundo afora, apesar de repetir a combinação entre um motor a combustão e outro elétrico.
No EXO Nb, os motores são acionados de forma manual na cabine, ao toque de botões, mesmo que esteja em movimento. Ou seja, o UTV pode funcionar apenas a combustão, a eletricidade ou combinando as duas fontes, de acordo com a preferência e necessidade do piloto no momento.
Vale dizer que o motor a combustão, flex e que rende 200 cv, traciona apenas as rodas traseiras, enquanto o elétrico, de 45 cv, traciona as rodas dianteiras.
Daí vem o desafio: para tracionar as quatro rodas, como há necessidade em grande parte do Rally dos Sertões, o motor elétrico precisa ser utilizado. Sua autonomia, porém, é de até 40 km, segundo Giaffone, e a unidade a combustão não tem capacidade para fornecer energia ao elétrico.
Diante disso, além da tensão da pilotagem, ele precisa estar sempre atento às necessidades e ao nível de carga da bateria.
Para recarregar o motor elétrico, a equipe leva consigo um carregador que é uma espécie de wallbox, com capacidade de 3,3 kW nas recargas para a bateria de 8 kWh do UTV. De acordo com Giaffone, são necessárias até 3 horas para uma recarga completa.
Mais um desafio surge com o acréscimo de peso no UTV híbrido em relação aos UTVs convencionais, cerca de 400 kg a mais. Por isso, Giaffone não hesita em dizer que não busca a vitória na competição, mas que foca no estudo da nova propulsão e que o EXO Nb ainda é um protótipo.
Isso também vale para o uso de nióbio na composição do aço estrutural do UTV, prometendo uma redução de aproximadamente 20% no peso. O material acrescido à liga de ferro ou aço aumenta a rigidez e ajuda a reduzir o peso aos componentes.
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