QUATRO RODAS de outubro: Fiat Pulse Abarth ou Volkswagen Polo GTS?
Dois esportivos de verdade com preço mais acessível se enfrentam na edição 774 de QUATRO RODAS, que também traz velhos conhecidos de cara nova
Um carro compacto com potência acima da média e preço de R$ 150.000 está longe de ser uma compra racional. É para satisfazer um desejo. Compra por impulso. Por isso, tomamos a liberdade de comparar o Volkswagen Polo GTS, um hatch, com o Fiat Pulse Abarth, que oficialmente é um SUV.
Eles não são do mesmo segmento. Mas quem se importa? O comprometimento aqui é com a esportividade. Os dois esportivos mais baratos do mercado vão além de costuras vermelhas, ponteira de escape cromada e aerofólio. O Polo GTS e o Pulse Abarth têm motores de fato mais potentes e seus próprios meios de explorar os sentidos do motorista.
Em um momento em que os “esportivados” vêm buscando satisfazer o desejo de quem quer mais emoção (mas não pode pagar muito mais por isso), a dupla de Fiat e Volks representam uma alternativa legítima. Mas qual deles é melhor?
Esse comparativo envenenado é capa da edição de outubro de QUATRO RODAS. Mas não para por aí!
RENAULT MEGANE E-TECH Depois de fazer pioneirismo com o Zoe, a Renault traz um novo protagonista entre seus carros elétricos no Brasil. Dessa vez, a história é outra: a concorrência nunca foi tão grande e o preço importa bastante.
Para ter sucesso, a francesa aposta no Renault Megane E-Tech. Apesar do nome bem conhecido, aqui tudo é novo: estilo moderno, mais tecnologia e performance interessante. Por R$ 279.900, será que o novo Megane é uma alternativa interessante ao Peugeot e-2008, Volvo EX30 e o batalhão de chinesas que vem invadindo o país?
FORD TERRITORY O Ford Territory mudou completamente na nova geração. Ainda é um SUV médio chinês, mas agora, enfim, pode considerar Caoa Chery Tiggo 7 Pro, Jeep Compass e Volkswagen Taos seus rivais diretos, mesmo que seja maior e tenha apenas uma versão, a Titanium, por R$ 209.990 (R$ 10.000 mais barato que o antecessor, na tabela).
Assim como o antecessor, o novo Territory também foi criado pela joint venture entre a Ford e a JMC (Jiangling Motor Corporation), parceiras há quase 30 anos. Mas houve uma grande evolução de uma geração a outra.
O antigo visual inspirado no Range Rover Evoque ficou para trás, assim como grande parte dos exageros que cometia no acabamento, com plásticos brilhantes e muitos botões. O motor 1.5 turbo têm o mesmo bloco de antes, mas está mais forte e potente, além de trocar o câmbio CVT pela transmissão de dupla embreagem com sete marchas.
PEUGEOT 208 TURBO Muitos leitores defenderam o Peugeot 208, há três anos, quando foi lançado apenas com o motor 1.6 aspirado. Agora o hatch compacto passa a agradar também os que (como nós) lamentaram a falta do turbo.
O mesmo três-cilindros 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm que surgiu no Pulse e está estreando na Fiat Strada (veja também nessa edição) foi escalado para colocar o 208 em igualdade com Chevrolet Onix, Volkswagen Polo e Hyundai HB20.Ou melhor: acima, pois o Peugeot ficou mais potente.
O preço da novidade é atraente. O Peugeot 208 Allure Turbo sai por R$ 99.990. O Hyundai HB20 Sense AT (R$ 98.390) e o Onix AT Turbo (R$ 97.750) custam menos, mas são básicos, nem sequer têm central multimídia. O 208 turbinado tem isso e muito mais.
TOYOTA HILUX GR-SPORT O segmento de picapes está em franco crescimento,mas sabe o que não muda? A liderança da Toyota Hilux entre as picapes médias. Esse sucesso pode ser explicado pela reputação da marca, mas a Hilux esportiva, a GR-Sport, representa muito bem por quais motivos ela é a picape média mais vendida do Brasil.
Ela compõe um seleto e pequeno grupo de picapes esportivas, que são consideradas as mais rápidas do Brasil. A Toyota Hilux GR-Sport em sua terceira geração é vendida no Brasil desde março de 2022, quando o motor 2.8 turbo diesel recebeu turbo de geometria variável e intercooler, elevando seus números para 224 cv e 55 kgfm.
Agora, a grade foi levemente redesenhada para aumentar a seção vazada e melhorar o resfriamento do motor 2.8 turbo diesel. O para-choque está mais musculoso e agora tem passagens de ar que amenizam a turbulência das caixas de roda. Mas a principal novidade é o alargamento das bitolas, que melhorou a estabilidade em seu comportamento dinâmico.
ALÉM DISSO: Kia Carnival, Mercedes-Benz A 200, Porsche 911 Turbo S Cabriolet, Volkswagen Saveiro Extreme, Fiat Strada Turbo…
A distribuição às bancas e assinantes de todo o Brasil começou hoje (6/10), mas o prazo de chegada pode variar dependendo da região.
Carta ao Leitor: Preço a pagar
Na edição de setembro, publicamos que o BYD Seal custava R$ 299.900. Era uma informação oficial, que nos foi antecipada pela fábrica, para atender o fechamento da revista. Um dia antes da chegada de QUATRO RODAS às bancas, a BYD divulgou outro preço: R$ 296.800, R$ 3.100 a menos. Conforme apuramos depois, a redução foi definida pouco antes do anúncio coletivo.
Restou lamentar o ocorrido, corrigir a informação em nossa versão online e comunicar o erro nesta edição. Esse evento chama a atenção para a política de preços agressiva com que os chineses estão chegando ao nosso mercado. A própria BYD apresentou, um mês antes, o Dolphin, por R$ 149.800, alinhando este que é um hatch médio (2,7 m de entre-eixos) e elétrico a SUVs compactos nacionais, a combustão.
E, além do Seal, em agosto, a GWM revelou o Ora 03, outro hatch elétrico, bem acabado e equipado, na mesma faixa de preço: R$ 150.000 e R$ 184.000, dependendo das baterias. Esses lançamentos têm provocado mudanças nos preços do mercado. Os rivais que não querem perder competitividade trataram logo de baixar suas tabelas.
O movimento começou entre os hatches compactos elétricos. Mas depois atingiu também outros segmentos diferentes. As marcas encontraram ventos favoráveis para rever seus preços, com a desvalorização do dólar. Mas, em outros tempos, boas condições, quando surgiam, não se concretizavam necessariamente em descontos.
Com os chineses, o preço ganhou relevância como apelo de vendas. As fábricas chinesas devem seguir com essa política de preços no Brasil, embora à medida que conquistem seu espaço elas também ficarão diante da tentação de lucrar mais vendendo menos. Mas não é isso que têm demonstrado em outros países onde já conquistaram participações importantes.
Preço é algo definido ainda na fase de projeto de um carro. Não o valor exato, com precisão na casa das unidades. Mas um número aproximado. Essa definição é de vital importância para se chegar a outras características do produto como motor, padrão de acabamento, equipamentos, posicionamento no mercado e até volume de vendas estimado.
Apesar disso, o preço é a última informação a ser divulgada (para o desespero nosso, jornalistas, que precisamos avaliar o custo/benefício dos lançamentos). Muitas vezes, as fábricas apresentam o carro e deixam para revelar seu preço depois.
Os motivos são os mais variados, desde o fato de a empresa querer que determinado público saiba antes dos demais, como seus concessionários, por exemplo. Até o posicionamento diante da concorrência em permanente atividade.
A decisão de baixar o preço do Seal, na última hora, demonstra que a BYD não quer errar em sua estratégia. Ao consumidor resta assistir a essa agitação do mercado de camarote, para escolher bem a melhor opção em troca de seu dinheiro.