Packard volta à vida com um Bentley transformado em carro que nunca existiu
Packard Excellence foi uma quase tentativa de ressuscitar a marca pouco tempo depois do seu fim, mas que só agora vê a luz do dia

Até metade do século XX, a Packard foi sinônimo de luxo no setor automotivo. Porém, a marca foi mais uma que sofreu com o declínio das montadoras de Detroit e sua antiga fábrica, que ainda está de pé mas em ruínas, é marco da “Era de Ouro” da cidade norte-americana.
Toda essa história ainda mexe com os saudosistas, que sonham em rever o nome da marca em um carro de luxo. Oficialmente, isso está longe de se tornar realidade, mas graças a algumas empresas holandesas, agora podemos ver como seria o design da Packard nos tempos atuais.

A JB Classics & Bespoke, uma construtora de carrocerias holandesa especializada em restaurações, se juntou à conterrânea CinnovarA para criar um Packard moderno. O mais interessante é que eles não se basearam em nenhum clássico da Packard, como o sedã Twelve, mas sim um projeto que nunca saiu do papel.

Era final da década de 1950, o fim da Packard ainda era recente, e a Studebaker-Packard tinha um plano para revivê-la. A ideia era pegar o francês Facel Vega Excellence e vendê-lo como um Packard nos EUA.
Porém, a Daimler-Benz, que tinha parceria para vender os Mercedes-Benz nas concessionárias da Studebaker-Packard nos EUA, se opôs ao plano. Os alemães tinham medo do novo modelo roubar clientes dos seus carros.

Assim o projeto morreu, mas serviu de inspiração para os holandeses criaram o Packard Excellence. Foram necessárias mais de 17.000 horas de trabalho para transformar um Bentley Flying Spur de segunda geração, em uma reimaginação moderna de um projeto que nunca viu a luz do dia.

Para criar esse sedã, toda a parte de design ficou a cargo da CinnovarA, enquanto a JB foi a responsável por dar vida à criação. Toda a carroceria foi retrabalhada e o sedã inglês ganhou novos faróis de led dianteiros verticais e uma grade cromada dividida em três peças, uma maior no centro e outras duas menores dos lados.

Claro, que a icônica mascote da Packard, “Deusa da Velocidade” (Godness of Speed), marca presença na ponta do capô, podendo ser recolhida para dentro do capô.

A traseira ficou mais volumosa, com vincos separando bem os para-lamas do porta-malas. O sedã também ganhou novas lanternas com assinatura em forma de C, um pouco menores que a do Flying Spur original. O símbolo da Packard estampa de maneira discreta a parte central do bagageiro.

De outro inglês vieram as portas traseiras. Inspirados nos Rolls-Royce, o Packard Excellence ganhou portas com abertura invertida e, para isso, precisaram criar novas dobradiças e maçanetas de aço inoxidável feitas à mão.

Pela complexidade do projeto, há muitas perguntas sobre eles que não foram revelados. Não sabemos qual o motor do Packard Excellence, uma vez que o carro doador tem versões com motor V8 4.0 biturbo de 507 cv e W12 6.0 biturbo de 626 cv.
Também não há informações de quem foi o milionário misterioso que encomendou esse projeto. Tão pouco sabemos quanto ele custou para esse felizardo.