Ônibus híbrido da Volare usa motor 1.0 do Kardian e roda 450 km com etanol
Micro-ônibus terá motor elétrico da brasileira WEG e sistema EREV, um elétrico com motor a combustão que funciona exclusivamente como gerador
Muito se fala que os híbridos flex são a solução para tornar o setor automotivo sustentável no Brasil. Para que isso aconteça, porém, a mudança deve ir além dos automóveis, chegando aos veículos de maior porte. E é exatamente isso que a Volare quer proporcionar.
A empresa é a divisão de micro-ônibus da Marcopolo e apresentou durante a Lat.Bus 2024 o Volare Attack 9. O nome até parece de um esportivo, mas na verdade esse é o primeiro micro-ônibus híbrido a etanol com tecnologia de extensor de alcance (EREV). E toda a sua mecânica é nacional.
Essa mecânica ainda é inédita no Brasil, inclusive nos carros de passeio. Diferente dos outros híbridos (MHEV, HEV e PHEV), no EREV o motor a combustão atua somente como gerador e nunca traciona as rodas. Esse trabalho fica restrito só aos motores elétricos.
Com isso, o motor a combustão pode trabalhar apenas quando necessário e sempre na sua faixa ideal de funcionamento, na qual consome menos combustível e, consequentemente, emite menos poluentes. Logo, na prática, o EREV funciona como um elétrico, por isso recebe esse nome: Extended Range Electric Vehicle, ou Veículo Elétrico de Alcance Estendido.
O mais importante disso é dispensar grandes baterias, que além de caras são pesadas e acabam comprometendo a eficiência.
Na parte mecânica, o Volare Attack 9 é praticamente brasileiro. Isso porque ele terá motor elétrico, baterias, inversores e geradores da empresa brasileira WEG. Já o motor a combustão é o 1.0 TCe da HORSE, a subsidiária criada pela Renault e Geely, fabricado no Paraná. É o mesmo motor que equipa o Renault Kardian.
No SUV, este motor 1.0 turbo entrega até 125 cv e 22,5 kgfm com etanol. Mas neste ônibus o importante é que ele atuará como gerador enviando energia diretamente para um motor elétrico traseiro com 100 cv e 50 kgfm (combinado a uma transmissão automatizada de quatro marchas) e o restante será acumulado em três packs de baterias que somam 122 kWh.
De acordo com a Volare, o sistema proporciona uma autonomia total de 450 km de autonomia com um tanque de 200 litros de etanol.
A Volare, que tem fábricas em Caxias do Sul (RS) e em São Mateus (ES), quer colocar seu micro-ônibus híbrido no mercado em breve. A ideia é que ele comece a ser vendido em 2026.