Novo Mercedes Classe G fica mais Nutella sem deixar de ser raiz
Marca optou por manter visual retilíneo do rústico SUV, mas recheou a última geração com tecnologia de ponta
O Mercedes Classe G é, dentro da gama da marca, quase uma ovelha negra. Seu design feito com esquadros tem mais ângulos retos do que um carro desenhado por uma criança.
O pisca-alerta frontal parece oriundo de um conhecido Volkswagen e as calhas no teto remetem à antiga solução para se juntar as chapas da carroceria. E, por mais estranho que pareça, a nova geração do Classe G manteve tudo isso.
Na carroceria, as pistas da são pequenas, mas estão espalhadas pelo aspecto de caixa metálica que sempre marcou o G. Os faróis agora são de led, os para-choques escondem os sensores do sistema de estacionamento automático e as maçanetas possuem sensores para o sistema de entrada e partida do motor sem chave.
No texto de divulgação do carro, porém, a marca se concentra na vocação off-road do modelo, que, segundo a Mercedes, está mais robusto do que nunca.
O suspensão (de braços sobrepostos na dianteira e de eixo rígido na traseira) foi atualizada para melhorar o isolamento de ruídos e vibrações sem abrir mão de generosas medidas para o fora-de-estrada. São 31º de ângulo de entrada, 30º de saída e 24,1 cm de altura livre do solo.
Os três tradicionais diferenciais (dianteiro, traseiro e central) totalmente blocantes com reduzida agora são acoplados ao novo câmbio automático de nove marchas da Mercedes.
O primeiro motor que equipará o novo Classe G será um V8 4.0 biturbo a gasolina de 421 cv e 62,1 mkgf de torque. Durante o lançamento, no entanto, o presidente da Mercedes, Dieter Zetsche, indicou que a marca poderá lançar um inédito Classe G com motorização elétrica.
Passa por cima
O sistema que alterna modos de condução do SUV ganhou um exclusivo programa chamado apenas de “G”. Ele aciona automaticamente a reduzida e altera a configuração do motor, câmbio, acelerador e amortecedores para permitir que o condutor supere obstáculos que fariam outros modelos sequer saírem do lugar.
A nova geração também ficou mais comprida e larga, possibilitando um ganho de 15 cm para os joelhos de quem viaja no banco traseiro. Mas não espere o conforto de outros SUVs.
O foco do Classe G é ser o bastião da época que os utilitários se destacavam pela versatilidade de passar por um buraco, e não pela facilidade de estacionar no shopping.
A nova geração do G chegará aos EUA e Europa ao longo de 2018. O modelo poderá ser uma das atrações da Mercedes no Salão do Automóvel de São Paulo, mas ainda não há data para sua chegada ao país.