Com a nova Frontier 2023 lançada, mas ainda comemorando o bom desempenho de vendas da picape média (2021 foi seu melhor ano, com 11.821 unidades vendidas no Brasil), a Nissan anunciou que fará um investimento de US$ 250 milhões (pouco mais de R$ 1,1 bilhão ao câmbio atual) para ampliar sua fábrica em Resende (RJ).
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A informação partiu do chefe global de operações (COO) da Nissan, Ashwani Gupta. O investimento seria aplicado até 2025 na ampliação da fábrica e em uma possível preparação para a fabricação de novos modelos no local.
Não se trata de um montante representativo o suficiente para garantir a produção de um novo carro, mas suficiente para ampliar a capacidade produtiva da unidade e promover uma possível atualização mais profunda do SUV Kicks, único carro fabricado ali atualmente, ou uma nova versão – como a adoção da mecânica híbrida e-Power aventada há anos.
A tecnologia híbrida na qual o motor a combustão não traciona as rodas, mas gera energia para o motor elétrico, ainda é assunto em alta entre os executivos da Nissan. “Acredito que esse é o próximo passo para a continuidade da eletrificação da marca no país. É uma tecnologia incrível e irá revolucionar a forma como os consumidores enxergam os modelos híbridos convencionais”, afirmou Airton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul, a QUATRO RODAS.
Foco em expansão
Por enquanto, o que é certo é que a fábrica de Resende está retomando o segundo turno de produção, que havia sido cancelado em 2020, quando aproximadamente 400 funcionários foram demitidos. Agora, contrataram 570. A Frontier também ganhará um segundo turno em sua fábrica.
A unidade de Sanda Isabel, na Argentina, tem capacidade de produzir 15 picapes por hora, portanto 75.000 unidades por ano. Com o investimento total de 730 milhões de dólares, a Nissan anunciou nesta quarta-feira (6) que abrirá um segundo turno. O objetivo é aumentar a produção, a fim de enviar a picape para dois novos mercados: Chile e Colômbia.
As vendas do elétrico Nissan Leaf também foram comemoradas durante o evento. Nos mercados da América do Sul o aumento das vendas foi expressivo. Foram 91 unidades comercializadas em 2019 e em 2021 as vendas saltaram para 501 exemplares. Inclusive, o Leaf foi o elétrico mais vendido do Brasil em 2021.
Segundo Cousseau, foi uma surpresa pra marca esse desempenho em vendas do Leaf e a principal intenção da empresa nesse momento é promover a experiência elétrica para os consumidores brasileiros.
“O Leaf foi o primeiro elétrico vendido no Brasil com produção em larga escala e é devido a essa trajetória de sucesso que conseguimos esses números. Mas nosso objetivo ainda é investir na infraestrutura de recarga e provar que essa tecnologia é o presente e o futuro”, diz Cousseau.
Quem também apareceu no evento foi o Nissan Ariya. O SUV com jeitão de monovolume é o mais novo elétrico da fabricante japonesa tem um motor em cada eixo, somando 390 cv e autonomia de 460 km.
O modelo funciona como um flagship para a fabricante, mas nem sequer teve suas entregas iniciadas no Japão, o que acontecerá em maio. Por sinal, a unidade mostrada ainda tem direção do lado direto. Ele poderia ser o próximo elétrico da Nissan no Brasil, mas não há nada confirmado.